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Justiça deve se pronunciar sobre o ‘resgate do sargento da PM em delegacia’ em 30 dias

O inquérito com os detalhes do “resgate de PM em delegacia” tem 30 dias para ser concluído, a contar da noite do dia 1º de março. O prazo pode ser estendido por igual período, dependendo da complexidade e dos detalhes. A Promotoria Especializada de Controle Externo da Atividade Policial vai integrar equipe de investigação. Possivelmente, o promotor Dayan Moreira Albuquerque, titular da pasta acompanhe os trabalhos.

Não está descartada a possibilidade de que o promotor especializado de Combate à Evasão Fiscal, Danilo Lovisaro do Nascimento, integre equipe de investigação. Lovisaro já atuou na equipe do Ministério Público que trabalhou especificamente no combate ao crime organizado no Acre.

Fontes ligadas ao próprio MP destacam que o coordenador da Promotoria Especializada de Controle Externo da Atividade Policial é Edmar Monteiro, ex-procurador geral com vínculo muito próximo ao Palácio Rio Branco.

“E pode ser uma alternativa para escolha do atual procurador-chefe”, dizem. O procurador-geral do Ministério Público, Osvaldo D’Albuquer-que, não foi encontrado pela equipe de A GAZETA para falar sobre o assunto. Por parte da Polícia Civil, o delegado que integra equipe de investigação é Nilton Boscaro.

Ontem, uma longa reunião foi articulada pela Secretaria de Estado de Polícia Civil durante quase toda tarde. Toda equipe da Delegacia de Flagrantes que estava na noite da invasão à delegacia participou da conversa com o secretário de Estado de Polícia Civil, Emylson Farias.

O presidente da Associação dos Militares do Acre, Isaac Ximenes, articula uma saída diplomática para resolver a situação. Organiza para amanhã, sexta-feira, uma reunião com representantes do Governo do Estado, da Polícia Civil e da Polícia Militar.

“Não tem outra forma de fazer polícia se não for o trabalho conjunto entre a Militar e a Civil”, pondera Ximenes. “No Acre, nós precisamos preservar esse patrimônio que já mostrou ser eficiente”.

Para o presidente da Associa-ção dos Delegados de Polícia Civil do Acre, Rafael Pimentel, a gravidade da situação exige maturidade dos órgãos de controle. “Nós confiamos na seriedade da investigação e na decisão que a Justiça”, afirmou.

Entenda o caso
No fim da tarde do dia 1º de março, um condutor foi flagrado aparentemente bêbado em uma blitz da operação Álcool Zero. Abordado pelo sargento PM James Wendel, o condutor se negou a fazer o teste do bafômetro.

Por isso, foi conduzido à Delegacia de Flagrantes para que se formalizasse o boletim de ocorrência. Na presença do delegado plantonista Leonardo Santa Bárbara, o condutor mudou de postura. Teria dito que “faria o teste se assim fosse necessário”.

Diante dessa informação, o delegado instruiu ao sargento que realizasse o teste. Sentindo-se contrariado, após decorrido tanto tempo após o flagrante (já eram mais de nove da noite), o sargento se negou a realizar o procedimento.

Diante da negativa do militar, o delegado deu voz de prisão ao oficial alegando que ele estaria praticando “omissão de informações”. Outro militar que acompanhava o sargento, diante da prisão, passou a informação ao Ciosp.

Em pouco tempo, viaturas do Bope, Grupamento Águia e Ciatran estacionaram em frente à delegacia. Um tumulto se formou. Alguns policiais chegaram a empunhar armas. De acordo com testemunhas, o próprio comandante da Companhia de Trânsito, ten-cel. Márcio Alves entrou na delegacia e resgatou o sargento com ajuda dos colegas de farda. “Colocaram o sargento dentro de uma caminhonete e o levaram embora”, relatou uma testemunha.

NOTA DE ESCLARECIMENTO

O Governo do Estado do Acre, por meio da Secretaria de Segurança Pública (Sesp), vem a público esclarecer que os fatos envolvendo o episódio ocorrido entre a Polícia Civil e a Polícia Militar, na primeira noite de carnaval (01/02) serão rigorosamente apurados e todas as medidas cabíveis serão tomadas.

O secretário de Segurança Pública, Ildor Reni Graebner, informa que as apurações serão rigorosas e devem ser feitas por meio das devidas corregedorias, que já foram acionadas. 

O comandante da Polícia Militar, coronel José Reis Anastácio também informou que todas as condutas adotadas pelos policiais militares serão apuradas.

A Secretaria de Segurança Pública ressalta que o fato se trata de um caso isolado e não afetará as relações institucionais entre as polícias Civil e Militar, nem entre seus membros.

Ildor Reni Graebner
Secretário de Segurança Pública

(Foto: Cedida)

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