* Viixe! Será que as águas do Madeira atingiram mesmo o linhão?
* Não, não, não! Desculpa, desculpa, desculpa!
* É mentiiira, viu, gente?!
* Deve ter sido só mais uma mucura que passou pela Eletrobrás e nos deixou 40 minutos sem energia, no meio da tarde.
* Enfim, o que era esperado e necessário aconteceu:
* Governador Tião Viana decretou situação de calamidade pública no Estado, em decorrência dos gravíssimos prejuízos causados pela cheia do Rio Madeira.
* A medida não é só simbólica.
* Claro que chama mais a atenção da mídia nacional e do Governo Federal para a tragédia que o Acre e Rondônia estão vivendo.
* Porém, o mais importante é que se trata de uma ação técnica, que permitirá ao governo agilizar a busca de recursos financeiros e a tomada de decisões para enfrentar os muitos desafios que virão pela frente.
* Como se sabe, a vazante do rio é, sim, importante para que o abastecimento comece a ser normalizado.
* Mas, não é, nem de longe, a solução dos inúmeros problemas que ocorreram e que ainda estão por vir.
* Além da luta pela restauração da estrada e pela construção da bendita ponte sobre o Madeira, governo e parlamentares acreanos terão a dura missão de ajudar a reconstruir o comércio e a economia do Acre.
* O baque foi grande. O maior da história.
* Sem dúvida, a celeridade em tomar medidas emergenciais, com o apoio de bancos públicos e da esfera federal, é imprescindível para encarar a crise.
* “Mas, por que, então, o governador não decretou essa ‘calamidade’ logo?”
* Galera do face não perdoa.
* Calma. Como já foi dito, trata-se de uma medida técnica e que, portanto, precisa ter justificativa e embasamento técnicos.
* Se não fosse assim, no Brasil em que vivemos, todo governador e prefeito sairiam decretando “calamidade pública” por aí.
* (Não que nossas catástrofes sociais e políticas deixem de ser uma “calamidade”).
* Gente, e esse terremoto em Tarauacá?
* É macumba, só pode!
* Bom, apesar do registro, o tremor não foi sentido pela população.
* E uma informação curiosa: de acordo com o geógrafo Alceu Ranzi, o Acre fica na região mais propensa para a ocorrência de terremotos no Brasil, mas os abalos quase não são sentidos pela população.
* Sabia disso, leitor?
* Shiii, mas “deixa quieto”. Vai que atrai…
* Em tempo: na paradinha forçada da redação, devido à queda de energia, o colunista Luiz Theodoro sai-se com essa:
* “Creedo! Como vocês aguentam essa terra de vocês, hein?”
* Hum. “De vocês?”. E tu és de onde, Theodoro?
* “Eu? Fui roubado da minha terra bem pequeno, mas sou francês, sabia não?”
* Ah tá. Pardon!
* Diz ele que vai plantar maracujá no Arco do Triunfo.
* Maíra Martinello.