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Um dia diferente

Hoje é um dia diferente. A Organização das Nações Unidas institui o 2 de abril como Dia Mundial de Conscientização do Autismo. Veja bem, a ONU não consagra um dia para os autistas, mas para a conscientização sobre o autismo.

 No Brasil ainda não temos estatísticas, mas em países onde elas existem e são confiáveis, chegam a registrar a impressionante marca de um autista para cada cem habitantes. E a desinformação é um mal social prejudicando essas crianças diferentes, que além da desvantagem no desafio do aprendizado e da construção do seu próprio futuro, ainda enfrentam a barreira cruel do preconceito.

Em breve resumo, autismo é um transtorno do desenvolvimento caracterizado por problemas na comunicação, na socialização e no comportamento; e apresenta sintomas como dificuldade de expressar sentimentos e ideias, pouco contato visual, isolamento, mutismo ou fala atípica, resistência ou incapacidade para conver-sar; padrões repetitivos, movimentos estereotipados como jogar as mãos ou balançar o corpo, reações extremas como se jogar no chão, gritar, reagir a barulho.

Autismo não tem cura, até porque não é uma doença, mas um conjunto de práticas médicas, educacionais e sociais podem melhorar o desenvolvimento da criança autista, lhe dando mais qualidade de vida e mais capacidade para cuidar do seu próprio futuro.

A educação é um ponto especialmente difícil para as famílias. Inserção escolar ou educação especial, o que seria melhor? Não creio em uma opção absoluta. Como não existem dois autistas iguais, minha opinião pessoal é que cada caso exige abordagem própria, cabendo a família, com orientação pedagógica, médica e terapêutica, escolher o melhor caminho.

No caso do meu filho autista, eu e minha mulher escolhemos a inserção escolar. E neste Dia Mundial de Conscientização do Autismo, queremos agradecer aos seus coleguinhas de escola e aos pais que acolhem nosso filho diferente com igual amizade; agradecer professoras, professores e profissionais de todos os ambientes de aprendizagem onde ele tem estado; agradecer a todos que acolhem as crianças autistas.

Se em algum momento senti meu filho ser vítima de preconceito? Claro que sim! E a quem por ventura ainda falta consciência, também peço que aproveite esse dia e faça diferente.

* Gilberto Braga de Mello é jornalista e publicitário.
E-mail: giba@ciaselva.com.br

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