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‘Eu coloquei o Acre no mapa’, afirma escritor Márcio Souza

Márcio diz que seu livro tornou o Acre conhecido

O escritor Márcio Souza, 68 anos, autor do livro ‘Galvez, Imperador do Acre’, concedeu entrevista ao jornal A GAZETA para revelar os novos projetos. Ele também lembra como começou nesse ramo e aponta dicas aos jovens que querem se destacar na literatura profissional.

Nascido em Manaus, no Amazonas, no dia 4 de março de 1946, Márcio descobriu a paixão pela escrita aos 14 anos, quando começou a fazer críticas de cinema para um jornal local. Em 1965 deixou a cidade natal para estudar Ciências Sociais na Universidade de São Paulo.

Em 1972, trabalhou no longa-metragem ‘A Selva’, baseado no livro de Ferreira de Castro. À medida que contava a sua história, ficou clara a ligação de Márcio com o cinema. No entanto, ele alcançou maior prestígio e reconhecimento com o primeiro romance ‘Galvez, Imperador do Acre’. A obra vendeu mais de 1 milhão de exemplares e foi traduzida em 25 idiomas. “Eu coloquei o Acre no mapa. Esse grande sucesso é lido em lugares como a Europa, Japão, Índia, Estados Unidos e Paquistão”, aponta.

Márcio Souza conheceu mais profundamente o Estado por meio do livro ‘Formação História do Acre’, de Leandro Tocantins. Depois disso, atingiu o sucesso internacional.

No entanto, o escritor lamenta o uso indevido da sua obra na minissérie ‘Amazônia – de Galvez a Chico Mendes’, da Rede Globo. “Eu já havia vendido os direitos autorais do livro. Porém, ainda assim, o correto seria eu receber os devidos créditos, afinal, havia cenas ali que eram réplicas fiéis do que eu escrevera. Meu agente queria inclusive processar a Globo, pois isso aconteceu também com a minha obra Mad Maria”, denuncia.

Apesar do conflito, Márcio parabenizou a escolha de alguns atores para a minissérie, incluindo a do ator José Wilker, que morreu recentemente vítima de um infarto fulminante. “Inicialmente eu queria fazer um roteiro para filme, mas não consegui a produção e a história acabou se tornando um livro. O Wilker era o meu candidato a fazer Galvez no cinema. Ele era meu amigo e fiquei chocado com a trágica notícia de sua morte. Realmente lamentável”.

Márcio Souza também é roteirista de cinema, dramaturgo e diretor de teatro e ópera. Atualmente ele preside o Conselho Municipal de Cultura de Manaus. Outros romances de grande prestígio foram Mad Maria, A Ordem do Dia, Zona Franca, Plácido de Castro contra o Bolivian Syndicate e O Mundo Perdido.

Para os novos escritores, que querem alcançar sucesso no trabalho, Márcio orienta muita leitura, a busca pelo conhecimento dos grandes autores da literatura e saber segurar a ansiedade de publicar o material no momento certo. “Lembrem-se que o bom livro é aquele que a gente está escrevendo. Se você quer ser escritor profissional, tem que procurar editoras no Rio de Janeiro e em São Paulo”, aconselha.

Atualmente, o escritor revela que possui vários projetos. “Estou trabalhando em um livro chamado Derrota, para a editora Record. Além disso, tenho também a novela juvenil Vítimas das Águas, que é sobre um índio jornalistas investigando a morte de uma adolescentes, supostamente encantada pelo boto. E tem um outro romance, que se passa na Segunda Guerra Mundial”.

Sobre o Acre, Márcio revela que já visitou o estado várias vezes e que pretende voltar. “Tenho muitos amigos aí. Conheço a equipe do antigo jornal Varadouro. Ajudei a fundar o Partido dos Trabalhadores no local. E hoje percebo que Rio Branco mudou muito e se tornou uma cidade graciosa”, elogia.

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