A abertura parcial do trânsito de caminhões pela BR-364 já traz motivação a um dos setores mais castigados pelo isolamento, o comércio de veículos automotores. A última contagem feita registrou 612 unidades que viriam ao Acre, mas estão em Porto Velho, impedidas de serem transportadas por causa do isolamento.
Ainda não se sabe quando o trânsito com carretas Cegonha estará liberado. Em Porto Velho, há hoje cerca de 54 carretas cegonhas prontas para entrar no Acre.
“Falei hoje com o responsável pelo nosso transporte e nos foi informado que ainda não havia autorização para passar cegonhas com automóveis, mas que, a qualquer momento, o tráfego poderia ser liberado para este tipo de transporte”, esperançou-se o empresário Leandro Domingos, um dos proprietários da Fiat Comauto, uma das maiores concessionárias do Acre.
Ao longo desses quase dois meses de isolamento, o comércio de veículo foi atingido como poucos segmentos. Sem ter como repor peças e sem entrega de novos modelos, as vendas foram praticamente paralisadas.
Nas vitrines, só restaram os modelos mais caros, mais potentes e com venda mais difícil. As oficinas começaram a ficar ociosas. E os custos de manutenção das unidades se mantiveram. Ainda não se sabe ao certo quanto tempo demorará a este segmento para se recuperar das consequências do isolamento causado pela cheia do Rio Madeira.
O comércio de carro é altamente lucrativo fundamentado em um fator: a rotatividade. A interrupção abrupta do consumo promove uma asfixia do segmento. A compra, a troca, o financiamento, a venda dos usados como entrada são peças de um quebra cabeça na venda de automóveis que só faz sentido quando há consumo sendo realizado diariamente.