Posseiros de uma localidade chamada Campo Alegre estiveram na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), na manhã desta quarta-feira, 30, em busca da mediação dos deputados no diálogo entre eles e o Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Ficou acertado uma visita ao superintendente do órgão no Acre para saber quais as reais justificativas para o cumprimento do pedido de desocupação da área.
Segundo informou o presidente da Comissão de Legislação Agrária, deputado Moisés Diniz (PC do B), as terras ocupadas foram adquiridas pelo Incra para assentar os produtores rurais vindos da Bolívia que cumpre decisão daquele país de desocuparem a área de fronteira. Entretanto, a mesma área já era ocupada pelos posseiros que vieram à Aleac reivindicar o direito da terra.
Moisés Diniz sugeriu que o Incra retome as negociações, caso contrário, os posseiros se acamparão na sede da instituição. Ele não poupou críticas e reclamou da morosidade em encontrar uma solução plausível para a questão.
“O Incra parece que está sentado em cima de jaboti, só pode. Na Bolívia essas pessoas viviam amedrontadas. Nós vamos levar essas pessoas para morarem no Incra”, alertou.
Já o deputado Geraldo Pereira (PT) ressaltou que não se pode retirar a culpa do Incra, mas prontificou aos produtores que o máximo que a Assembleia Legislativa do Acre pode fazer é mediar o diálogo, pois o assunto é de esfera federal. “O que a Aleac pode fazer de prático é mediar com o Incra”, relatou.
A deputada Marileide Serafim (PSL) criticou o alto custo dos produtos à falta de incentivos aos produtores na produção agrícola. Segundo ela, está cultivando uma horta particular, pois os preços estão exorbitantes. Ela acrescentou, diferente do deputado Geraldo Pereira, que o assunto poderá ser levado à bancada federal do Acre. Marileide disse ficar decepcionada com a atitude tomada pelo Incra.
“Um órgão que poderia cuidar para acalentar, expulsa. Precisamos saber qual a justificativa para tal atitude”.
Em resposta à deputada, os posseiros disseram que a alegação que o Instituto fez aos trabalhadores rurais é de que a área é parte de uma reserva de conservação. A outra alegação é de que a área é destinada às famílias vindas da Bolívia.
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Aleac, deputado Denílson Segóvia (PEN), disse que vai apurar o caso e destacou que há tempos vem alertado para o problema, entretanto, não repercutiu. Ele pontuou que na oportunidade fez a denúncia de que madeireiros estariam explorando a área de modo ilegal.