Dom Joaquín Pertinez, bispo da Diocese de Rio Branco enviou carta para o Papa Francisco pedindo que ele intervenha em favor dos haitianos que, há três anos e meio, deixam sua terra natal para tentar recomeçar no Brasil. A carta foi enviada na última segunda-feira (21), e o conteúdo divulgado nesta sexta-feira (25).
No documento, o bispo pede que o Papa faça um apelo à autoridades internacionais pela reconstrução do Haiti para que a população não precise mais imigrar para outros países.
“Gostaríamos que alguém tomasse as providências necessárias para ver o Haiti reconstruído e evitar esse fluxo massivo de haitianos saindo de suas terras rumo ao desconhecido, sendo vítimas de todo tipo de humilhação e exploração”, ressalta.
De acordo com o reitor da Catedral Nossa Senhora de Nazaré, padre Mássimo Lombardi, o ato do bispo faz parte de uma iniciativa do Instituto Ecumênico Fé e Política, que reúne católicos, evangélicos, umbandistas, movimentos sociais e parlamentares do Acre. A ideia é que cada um envie cópias da carta para diversas entidades do Brasil e do mundo.
“A ideia é enviar essa carta para vários organismos, como a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o papa, aos deputados federais, senadores, a presidente Dilma Rousseff e à Organização das Nações Unidas”, explica.
O padre pede ainda que as autoridades fiquem em alerta, pois, a imigração desordenada pode acabar gerando casos de tráfico de pessoas. “É preciso controlar a entrada no país de haitianos para que não sejam traficados. O tema da Campanha da Fraternidade esse ano é tráfico humano e temos sinais que isso venha acontecendo em Curitiba e em São Paulo. Então precisamos alertar as autoridades”, diz.
Lombardi defende que o Brasil continue recebendo os imigrantes haitianos, mas ressalta que isso deva ocorrer de forma digna. “Não tratá-los como cidadãos de segunda categoria porque são pobres e negros. É preciso que haja uma proteção aos haitianos porque eles estão sofrendo”, finaliza.