No meio do “fogo cruzado” entre os governos do Acre e São Paulo, que trocam acusações sobre o envio de haitianos de um estado para o outro, o Governo de Rondônia assiste de braços cruzados a briga de paulistas e acrianos.
Qualquer imigrante que desembarca em Porto Velho, já vem avisado por seus compatriotas que em Rondônia, ao contrário do Acre, todo o apoio que irá encontrar pela frente é um banco de praça para dormir, disse Gedeuma Proodly, um haitiano de 19 anos, que há quatro meses recebe em um abrigo onde mora, colegas que fazem parada na Capital.
Reunidos em um ponto de ônibus na frente da rodoviária de Porto Velho, os haitianos recepcionam os grupos que chegaram diariamente na cidade. Todos vem do Acre com destinos incertos, e recusam o convite para fixar morada aqui.
Charles Salnijave, de 30 anos confirma a falta de apoio. Ele conta que desde que chegou a Porto Velho, há duas semanas, não recebeu qualquer tipo de apoio para seguir viagem ao sul do Brasil. “Estou precisando de uma passagem para São Paulo, mas aqui ninguém ajuda”, reclamou.
E de fato as portas da assistência governamental para os imigrantes em Rondônia estão fechadas, apesar do Governo manter uma equipe montada exclusivamente para prestar “apoio” aos estrangeiros.
Tarciana Costa, gerente de políticas Estratégias de Direitos Humanos e Cidadania, da Secretaria Estadual de Assistência Social nega a falta de apoio. Segunda ela, o Governo de Rondônia presta suporte com ações de encaminhamento ao mercado de trabalho, atendimento de saúde e passagens, mas não apresentou números.
Tarciana indicou a servidora da SEAS identificada pelo nome de Elenilda. No contato telefônico que a reportagem manteve com a funcionária pública, ela se recusou a conceder entrevista e disse que os dados somente seriam repassados com autorização da assessoria de imprensa do referido setor.