Desde fevereiro, o Acre vem sofrendo com a escassez de alguns produtos, devido à cheia do Rio Madeira, em Rondônia. Mesmo com as dificuldades para atravessar a BR-364, que está com vários pontos alagados, 605 veículos conseguiram fazer a travessia no mês de março, carregando 3.760 toneladas de alimentos, 1,3 milhões de litros de combustíveis, 177 toneladas de gás de cozinha e 90 toneladas de cimento, de acordo com balanço dos 57 dias de crise divulgado pelo governo.
Balsas chegando às cidades de Rio Branco, Cruzeiro do Sul e Porto Acre, além da importação de produtos pelo Peru, foram alternativas encontradas para impedir o desabastecimento no estado. Voos fretados e da Força Aérea Brasileira também trazem diariamente produtos de primeira necessidade ao Estado. Até o dia 7 de abril, foram feitos mais de 170 voos que trouxeram mais de 1,5 milhões de toneladas de alimentos ao Estado.
Com a BR tomada pelas águas do Madeira, o Governo do Acre tem feito uma operação para que os veículos possam realizar a travessia. Duas balsas e uma prancha, que transporta os caminhões por terra, estão sendo usados na ação. Homens do Corpo de Bombeiros e Defesa Civil do Acre percorrem os trechos alagados para identificar buracos ao longo da estrada e sinalizar pontos onde a travessia pode ser feita com segurança.
Desde o dia 30 de março até segunda-feira (7), de acordo com registros do posto de fiscalização Tucandeira, passaram pela BR-364, 168 carretas transportando alimentos, combustível, gás e cimento. No total, foram 1.334,049 toneladas de alimentos, 450,6 mil litros de combustível, 13 toneladas de gás e mais 224 toneladas de cimento neste período.
Com a travessia da rodovia comprometida, outras alternativas foram encontradas para impedir o desabastecimento. O transporte aéreo está sendo feito através de aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) e fretados, que estão trazendo mantimentos para o Estado. Até segunda-feira (7) foram feitos 173 voos, transportando cerca de 1.571 toneladas de produtos, entre eles itens de primeira necessidade, medicamentos e itens hospitalares.
Calamidade pública – O governador Tião Viana (PT/AC) decretou situação de calamidade pública no Acre, na última segunda-feira (7). O Estado já estava em situação de emergência desde o dia 26 de fevereiro. Segundo o governador Tião Viana, o decreto deve tornar mais fácil o apoio do Governo Federal e a adoção de medidas para auxiliar a população e o setor empresarial, que tem sido bastante afetado pelo problema.
Balsas – As balsas também estão sendo alternativas durante a crise de abastecimento no estado. Até essa segunda-feira (7), cinco balsas transportando gás de cozinha já chegaram ao Estado, sendo que quatro balsas chegaram em Rio Branco e uma em Cruzeiro do Sul (AC). De acordo com o Governo do Estado, 2.170 toneladas do produto foram transportadas, sendo que apenas no último domingo (6) foram 450 toneladas.
Combustível – De acordo com o governo estadual, já chegaram ao Estado mais de dez milhões de litros de combustível. Três milhões de litros já estavam no reservatório de Cruzeiro do Sul antes da interdição parcial da BR-364, em fevereiro (Veriana Ribeiro, Do G1/AC)