Empresários acreanos planejam o transporte de produtos partindo do Paraná. As devem atravessar a Argentina, Chile e Peru. Tudo por terra. “Já estamos trabalhando com essa logística e devemos executar em breve”, adiantou o empresário Ádem Araújo, sem precisar exatamente quando a nova rota será executada. Os alimentos básicos que serão transportados terão parte do frete subsidiados pelo governo.
Com 25 anos de atuação no setor e com conhecimento da rota, a paranaense Benini&Cia Transportes é a empresa que fará o serviço. Contatada, a empresa não retornou as ligações. No Brasil, apenas duas empresas têm experiências com esse itinerário trinacional.
“Nós ainda estamos planejando, mas a intenção de fazer essa rota, em um esforço para garantir abastecimento do Acre, existe”, revelou o proprietário do Grupo Recol, empresário Marcelo Moura.
Mas, essa possibilidade de transporte não é unanimidade entre os empresários. Há quem considere inviável devido aos problemas de transportes de cargas por tantas fronteiras e também pelo acréscimo de 4 a 5 mil quilômetros.
As 250 carretas que entram diariamente no Acre percorrem normalmente entre 3,5 a 4 mil quilômetros para garantir o abastecimento fazendo o trajeto pela BR-364. A rota internacional em planejamento vai percorrer algo em torno de 8 a 9 mil quilômetros.
Inicialmente, a proposta da rota internacional não foi bem aceita entre os empresários. Mas, aos poucos, com a situação se agravando a cada dia devido à cheia histórica do Rio Madeira, a proposta ganhou relevância.O governador Tião Viana passou a fazer articulações junto às embaixadas da Argentina, do Chile e do Peru anunciando a intenção dos empresários.
Uma balsa do Supermercado Araújo está saindo hoje de Rondônia e pode ter dois destinos ainda a serem definidos: ou segue para o Purus (em Boca do Acre) ou no Abunã (em Porto Acre).
A restrição de atracar em Boca do Acre guarda relação com as péssimas condições de trafegabilidade. O trecho da BR-317 que está asfaltado é apenas a partir do território acreano.
Rio Madeira
De acordo com o Sistema de Monitoramento Hidrológico da Agência Nacional de Águas, a última medição do Rio Madeira em Porto Velho registrou 19,64 metros. Na segunda-feira, era 19,66 metros na capital de Rondônia.
