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Semana começa sem filas nos postos de combustíveis

Abastecimento - O 1

Depois de uma semana de muito tumulto nos postos de combustíveis em Rio Branco, nesta segunda-feira, 31, o clima era de tranquilidade. Grande parte dos postos conta com o produto. Ao todo, chegou à Capital 2,4 milhões de litros de gasolina e 2,4 milhões de litros de diesel comum e S-10. Quantidade que deve normalizar o atendimento nos estabelecimentos para os próximos 15 dias.

Mesmo assim, não há motivos para armazenar gasolina em casa. Segundo o Programa de Proteção e Defesa do Consumidor do Acre (Procon/AC), a prática, além de ser ilegal, é crime ambiental.

De acordo com a chefa da Divisão de Fiscalização do Procon, Francisca Brito, estocar combustível, mesmo que por precaução, é proibido e gera perigos à população. Pode levar o consumidor a sofrer um grave acidente.

“É um risco tanto para quem armazena, quanto para os vizinhos, porque o combustível é uma substância altamente perigosa e inflamável. Essa é uma atitude imprudente e, em virtude disso, orientamos que neste momento, a população pratique o consumo consciente”, diz.

Segundo o artigo 56 da Lei 9.605/98, armazenar combustível ilegalmente é crime ambiental. Além do artigo, há a resolução nº 41, de 5 de novembro de 2013, da Agência Nacional de Petróleo (ANP), que reforça a proibição.

Caso o consumidor seja pego armazenando o produto de forma ilegal, pode sofrer penalidades. As denúncias podem ser encaminhadas ao Procon, por meio do número 151, ou diretamente para o Corpo de Bombeiros, pelo 193.

(Foto: Odair Leal/ A GAZETA)

Rio Madeira volta a encher e pode passar dos 19,80 ainda nesta semana, estima o Sipam

Madeira

TIAGO MARTINELLO

O Rio Madeira apresentou um sinal de vazante no começo desta semana, perdendo 5 centímetros e saindo de 19,72m para 19,67m. A baixa deixou os acreanos e rondonienses otimistas. Mas o indício de que o nível do rio cairia mais não se concretizou. Na manhã desta segunda-feira (31), o Madeira ganhou mais águas e recobrou à marca do última sexta (19,68 metros). Já na tarde de ontem, o rio rondoniense fechou o dia nos 19,70m, mantendo o seu ritmo de cheias.

Ainda assim, com a perda dos 5 cm, a lâmina de água que cobre trechos da BR-364 entre RO e o Acre, no trecho sobre o Rio Abunã, recuou em mais de 25 cm. Só que a estrada ainda segue interditado devido à altura da água e pelo comprometimento do solo encoberto pelo rio.

De acordo com o Centro Gestor e Operacional do Sipam (Sistema de Proteção da Amazônia ), o Censipam, o Rio Madeira teve esta súbita elevação ontem porque recebeu chuvas em sua bacia. Esta água deverá escoar ainda mais nos próximos dias, fazendo com que o rio atinja nesta semana a marca de 19,80m. O volume de chuvas para Rondônia, segundo o Censipam, segue muito acima da média para o período.

O Censipam estima que haverá, sim, uma redução nas precipitações não só em Rondônia, mas em toda a Região Norte do país. No entanto, a bacia do Madeira ainda está muito saturada de água, em especial nas cabeceiras dos Rios Beni/Madre de Dios, Mamoré e Guaporé. Este acúmulo de água faz com que o rio se mantenha com um nível alto e com difíceis chances de vazantes ao longo desta semana.  Apesar da redução nas chuvas, o Sipam alerta para o fato de que elas não cessarão em abril. Só em maio e junho é que elas devem cessar de vez.

As previsões são baseadas no informe técnico elaborado Centro Regional do Sipam em Rondônia e que são enviadas às defesas civis de Rondônia e do Acre (Cedec’s) ao Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad) às defesas civis municipais de Porto Velho e de Rio Branco (Comdec’s). Os dados são captados por satélite e por equipamentos de hidrologia e usam informações do Serviço Geológico do Brasil e da Agência Nacional de Águas (ANA).

Para completar as informações, são utilizados os prognósticos de precipitação gerados pelo modelo Brams do Sipam, relacionados ao comportamento das chuvas nos próximos três dias. Os dados gerados são processados no modelo hidrológico de chuva-vazão, possibilitando estimar a cota futura de inundação para 1, 5 e 10 dias. (Com informações do Censipam)

(Foto: Gleilson Miranda)

Acre recebe mais de R$ 5 milhões do Ministério da Integração Nacional para atender vítimas das cheias

JOSÉ PINHEIRO

A visita da presidenta Dilma Rousseff ao Acre começou a surtir efeito. Ontem, o Ministério da Integração Nacional, por meio da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, liberou R$ 5,107 milhões para a execução de ações de socorro às vítimas da enchente, assistência e restabelecimento de serviços essenciais no Acre. A portaria garantindo os recursos foi publicada no Diário Oficial da União, desta segunda-feira, 31.

De acordo com a portaria, os recursos serão liberados em Transferência Obrigatória, ou seja, no Estado foi decretado situação de emergência. O Governo do Acre tem até 365 dias para executar as ações, tendo em vista a alta demanda.

Ainda segundo o texto normativo, o Estado fica desautorizado a utilizar os recursos em outra finalidade que não esteja condicionada ao atendimento aos alagados ou que não seja ligado à catástrofe ambiental.

Fica expressa a prestação de contas por parte do Estado em um prazo de 30 dias após o prazo estipulado para a efetivação das ações, que é de 1 ano.

O Acre permanece isolado do Centro-sul do país por via terrestre. Na manhã de ontem, o Rio Madeira apresentou vazante, mas voltou a ganhar volume, após chuvas na sua bacia O Rio Acre voltou a subir no domingo e ficou na casa dos 13,85m, ultrapassando a cota de alerta, que é de 13,5m. Entretanto, voltou a apresentar sinais de vazante nesta segunda-feira.

Jorge Viana fala sobre importância dos R$ 5 milhões para o Acre

Falando sobre o drama que aflige os habitantes do Acre e, em particular, das cerca de 350 mil pessoas que vivem em Rio Branco, a Capital do Estado, o senador Jorge Viana (PT-AC), em entrevista concedida no sábado (29), antecipou que o recuo das águas não reduzirá imediatamente as dificuldades – o que acontecerá somente quando o recuo das águas do Rio Madeira se consolidar.

“Nosso comércio e todas as demais atividades produtivas ainda levarão um bom tempo para se recuperar”, disse Jorge Viana, reforçando que, nesse momento de dificuldade, nada é mais importante do que a preocupação com o próximo. “Temos que ser solidários, somar forças e cuidar da população do nosso Estado”, afirmou.

Ainda segundo ele, está garantida a construção da ponte que ligará os estados do Acre e de Rondônia – faltando apenas “algumas mudanças no projeto”.  O senador Jorge Viana afirmou ainda que as mudanças a serem feitas estão relacionadas com a altura do nível da BR-364, que, em alguns trechos, terá de subir até três metros. Com as alterações, espera o senador, a estrada não voltará a ser coberta pelas águas – como acontece hoje. (Da página do senador Jorge Viana, com informações da Agência Brasil)

Mais de 100 toneladas de suprimentos chegaram em voos neste domingo

Chegaram mais treze voos neste domingo, 30,  trazendo mais de 100 toneladas de suprimentos. Foi aumentado o número de voos, em um esforço conjunto para manter o abastecimento do Estado durante o período de cheia do Rio Madeira. Os carregamentos foram definidos pelas prioridades na área de saúde e também pela necessidade local.

Foram quatro voos fretados, seis de aeronaves Bandeirantes e um da Força Áerea Brasileira (FAB), totalizando onze voos. Os carregamentos trouxeram produtos químicos, trigo, soro, leite, ovos e hortifrúti, além de quatro toneladas de suprimentos médico-hospitalares.

Neste domingo iniciou-se o apoio da Polícia Civil no descarregamento dos suprimentos no Aeroporto Internacional de Rio Branco. E também começaram os trabalhos com a aeronave ATR-72, que vai operar fixamente, realizando sete voos, com o potencial de trazer cinco toneladas em cada viagem. (Miriane Teles / Agência Acre)

Apesar de superar a cota de alerta, Rio Acre não oferece mais perigo de enchente, afirma a Defesa Civil

BRUNA LOPES

Apesar da elevação do nível do Rio Acre na Capital durante o fim de semana, a Defesa Civil Estadual descarta a possibilidade da quarta enchente deste ano. De acordo com o coordenador Carlos Gundim, o rio apresentou vazante em Brasileia e o nível do Riozinho do Rola também está baixando.

Ele ressaltou, também, que este comportamento do rio é normal para a época e que não há motivos para preocupações. “Acreditamos que o período de enchente já passou. A expectativa agora é que haja oscilação até o Rio Acre voltar ao nível normal para a época”, confirmou o coronel.

No entanto, as condições atmosféricas vão continuar favoráveis à ocorrência de chuvas abundantes em todo o Estado, pelo menos até o próximo dia 2 de abril. Na última cheia, o Rio Acre atingiu mais de 16 metros e desabrigou quase 5 mil pessoas.

NÍVEIS DOS PRINCIPAIS RIOS 31/03/2014:
Rio Branco: 13,88 m (alerta)
Riozinho do Rola: 12,52 m
Assis Brasil: 3,98 m
Brasiléia: 4,75 m
Xapuri: 9,24 m
Sena Madureira: S/L
Tarauacá: 7,10 m
Cruzeiro do Sul: 11,52 m
Madeira: 19,68 m (situação de transbordamento)

Trabalho na BR-364 é intenso para garantir a passagem de caminhões

uso do helicóptero João Donato tem sido fundamental na operação Foto Sergio Vale Secom

A operação na BR-364 já dura mais de uma semana para assegurar a passagem de carretas e prover o abastecimento da população do Acre quanto à alimentação e bens de consumo. As equipes da Defesa Civil do Acre fazem agora a marcação de pontos mais críticos da rodovia para definir a profundidade de buracos na pista e, assim, facilitar o tráfego.

Os portos construídos nas regiões de Palmeiral e Velha Mutum foram concluídos e operam há cerca de três dias. Segundo o assessor especial Carlos Rebello, com a mediação desses portos provisórios foi possível o descarregamento de 20 veículos em dois dias. “É um número que poderia não ser tão significativo, mas que diante da situação dos trechos da rodovia e de todas as dificuldades é de muita relevância”, observou.

O Governo do Estado disponibilizou pranchas, pá carregadeiras e tratores para intensificar o trabalho das equipes, que na tarde de domingo, 30, fizeram o balizamento para sinalizar a rodovia e garantir a travessia dos caminhoneiros com segurança.

De acordo com o comandante da Defesa Civil no Acre, Carlos Gundim, 17 bombeiros foram designados para auxiliar a operação em Rondônia. Nesta segunda-feira, 31, mais 13 se deslocarão para juntar-se ao efetivo que já está no local.

A utilização do helicóptero João Donato tem contribuído com esse trabalho, principalmente, quando surgem imprevistos com as máquinas. Foi o caso da pá carregadeira que quebrou após várias viagens no trecho inundado e foi necessário o transporte de um radiador para a providência imediata do conserto. (Rayele Barbosa / Agência Acre/ Foto: Sergio Vale)

Polícia Civil e Bombeiros colaboram na logística de abastecimento do Estado

Colaboração tornou mais ágil a logística das operações Foto Cedida

Um efetivo de 50 policiais civis está colaborando no descarregamento de alimentos no aeroporto. Na manhã desta segunda-feira, 31, o governador Tião Viana autorizou também a ida de 10 homens do Corpo de Bombeiros  para Porto Velho auxiliar no carregamento.  Devido ao aumento do fluxo para o abastecimento do estado, há mais voos diários e grande quantidade de suprimentos sendo descarregados, por isso o apoio ajuda a diminuir o tempo de solo das aeronaves e dá mais eficiência às operações.

“Cada voo estava tendo cerca de duas horas e meia de tempo de solo. Agora, com os homens auxiliando, está levando apenas 35 minutos. Isso é importante, porque cada aeronave tem um tempo de fadiga, ou seja, horas que tolera estar em ação. Assim, com a logística adequada, é possível ter mais voos”, explica o representante governamental, Thales Bessa.

Neste domingo, dia 30, foi quando se iniciou a colaboração da Polícia Civil no Aeroporto Internacional de Rio Branco. Chegaram 13 voos de aviões fretados e da Força Aérea Brasileira (FAB) – dois durante o dia, trazendo 17 toneladas de trigo e quatro toneladas de medicamentos, e mais onze voos noturnos, trazendo mais de 90 toneladas de suprimentos. (Miriane Teles / Agência Acre/ Foto: Cedida))

Para Aníbal, Acre vive situação de calamidade e autoridades federais deverão ser acionadas

Por causa da cheia histórica do Rio Madeira, em Rondônia (RO), que chegou a atingir 19,72m neste domingo (30) e nesta segunda-feira (31) apresentava 19,67m, causando a interrupção do tráfego na BR-364 e, dessa forma, prejudicando o transporte de produtos para o Acre, os senadores Aníbal Diniz, Jorge Viana e Sérgio Petecão, coordenador da bancada federal em Brasília, estiveram reunidos com empresários na última sexta-feira, (28) na sede da Federação do Comércio do Estado do Acre.

Estava lá representado todo o setor produtivo do Estado. De acordo com o presidente da Fecomércio, Leandro Domingos, a situação é crítica e vem se agravando tanto na iminência do desabastecimento do Estado, quanto na ausência de circulação de recursos financeiros.  “Fizemos um levantamento de que desde que o tráfego na BR, para o Acre, foi interrompido, deixou de circular no Acre R$ 700 milhões em mercadorias tributáveis. Isso significa que apenas 20% do que temos pra entrar no Estado entrou, em comparação ao mesmo período do ano passado, no mês de março”, explicou.

Também foi informado aos senadores que as empresas já estão com dificuldades para pagar seus impostos e principalmente as mercadorias que se encontram na estrada. “Nem todos os fornecedores estão dispostos a prorrogar o prazo de suas faturas e isto poderá gerar grandes dificuldades para as empresas que estão desprovidas de capital de giro próprio para solver estes compromissos. Hoje, os revendedores de veículos têm mais de 350 unidades paradas na cidade de Porto Velho, aguardando a travessia”, afirmou o presidente da Fecomercio.

Para citar outro exemplo dos altos prejuízos, só a Fogás já anunciou que, com a mudança de logística, teve prejuízo de R$ 14 milhões. Os danos econômicos relatados deixaram os senadores preocupados. Para Aníbal, é um caso de calamidade.

“Precisamos encontrar formas de enfrentamento a essa situação e levar o conteúdo do que foi passado nessa reunião para as autoridades federais para mostrar o tamanho da catástrofe que estamos vivendo”, disse ele manifestando sua solidariedade e compromisso em apoiar o setor.

Os senadores Aníbal Diniz e Jorge Viana já trabalham no sentido de buscar soluções e subsídio para amenizar a situação de empresários. Uma das alternativas é a solicitação da abertura de linhas de créditos com agilidade a fim de favorecer as empresas do Acre, junto às instituições bancárias.

Soma-se a isso, a tentativa do Governo do Estado de obter junto ao BNDES uma ampliação do Programa Emergencial de Crédito para os empresários acreanos, com juros de 5,5% ao ano.

A exemplo do que ocorreu na enchente do Rio Acre em 2012, quando foram captados  R$ 82 milhões e agora a solicitação é de R$ 100 milhões uma vez que o problema afeta o Acre inteiro. (Assessoria Parlamentar)

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