Um dos temas que pautou a sessão ordinária na Assembleia Legislativa do Acre na manhã desta quarta-feira, 8, foi a determinação do fechamento do abrigo em Brasiléia para os imigrantes haitianos e de outras nacionalidades e transferi-los para Parque de Exposições, Marechal Castelo Branco, aqui na Capital.
A oposição não participou do debate. O assunto foi comentado apenas por parlamentares de apoio ao governo. O primeiro a defender o fechamento do abrigo foi o deputado Walter Prado (Pros). O parlamentar destacou que em “Brasiléia não havia mais clima para a presença de imigrantes”.
Já o deputado Manoel Moraes (PSB) disse que o governo do Estado “acertou em cheio”, ao retirar de Brasiléia um contingente populacional que sufocava aqueles municípios do Alto Acre. Moraes destacou que no Parque de Exposições existem condições dignas para o acolhimento aos haitianos.
O deputado Edvaldo Souza (PSDC) manteve sua posição com relação à entrada ilegal de imigrantes no país, via fronteira do Acre com o Peru. Souza disse que qualquer discurso favorável a vinda de imigrantes é ‘politicagem’. Ele pediu que os parlamentares acreanos se preocupassem com as comunidades pobres do Estado, como o Caladinho, Nova Cruzeiro, Praia do Amapá entre outras regionais.
“Pode ter boa intenção nessa ação, mas não temos nem para ajudar as nossas comunidades pobres do Caladinho, Praia do Amapá. Sejamos coerentes. O Governo Federal tem que fazer a parte dele. Qualquer discurso contrário é jogo de cena”, destacou o parlamentar do PSDC.
Ainda sobre a questão Edvaldo Souza disse que a demanda é maior que a oferta. Ou seja, chega-se mais haitianos que a oferta de emprego que o país oferece. Dados do governo apontam que 20 mil haitianos já cruzaram a fronteira do Peru com o Acre nos últimos 3 anos.
Ainda segundo dados da Secretaria de Estado de Direitos Humanos, o Governo do Estado e Federal já gastou nos últimos anos com a chegada dos haitianos em Brasiléia e Epitaciolândia, o equivalente a R$ 15 milhões. (Foto: Luciano Pontes)