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Gafes cotidianas em língua portuguesa

A linguagem escrita faz parte da vida prática da maioria das  pessoas, que  devem  dominar a boa expressividade, para obtenção de êxito na carreira profissional. Isso é uma das mais prementes necessidades no mundo do trabalho. E, embora isso seja verdade, muitas instituições de ensino superior excluem da grade de disciplinas o ensino da língua vernácula. Acreditam que para formar bons profissionais é dispensável o bom domínio da Língua Portuguesa.  Esquecem  que todo o saber se traduz pela linguagem, e que as pessoas são, ao final, aquilo que falam.

Assim, no dia-a-dia de nossas atividades formais e informais é possível acontecer algumas gafes, tanto na oralidade quanto na escrita. Qual de nós não cometeu algumas impropriedades de linguagem? O tempo passa e, se não exercitarmos o que estudamos e aprendemos certamente alguma coisa vai escapar. O ideal é estudar um pouco mais e evitar gafes desnecessárias, optando por formas próprias ao contrário das impróprias. O artigo de hoje aponta algumas formas usais da linguagem que merecem atenção.

Em face do que se diz, fica evidente a importância do conhecimento em Língua Portuguesa. É preciso superar dificuldades entre oralidade e escrita, porque tanto na vida pessoal, quanto na profissional, o domínio do idioma  é à base de projetos de vida  bem-sucedidos, como, também, marca diferenças entre emprego e desemprego. Daí a urgência em dominar essa preciosa ferramenta de trabalho. E, ao contrário do que faz supor o senso comum, a língua não é um sistema abstrato, homogêneo, imutável a pairar incólume e acima das contingências do dia-a-dia.  Sendo o português a língua materna de tantas pessoas, estudá-lo é uma necessidade, pois o bom uso de nossa língua mãe é ‘plataforma mínima’ para o sucesso profissional.

DICAS DE GRAMÁTICA

ELE TINHA ENTREGUE OU TINHA ENTREGADO OS DOCUMENTOS?
– O certo é TINHA ENTREGADO.
Quando o verbo apresenta dois particípios (=verbos abundantes), a regra é a seguinte:

a) Com o verbo auxiliar TER (ou HAVER), devemos usar a forma regular (=com terminação “-ado” ou “-ido”).
b) Com o verbo auxiliar SER (ou ESTAR), devemos usar a forma irregular. Ele TINHA ENTREGADO os documentos. Os documentos FORAM ENTREGUES por ele.

ESTADO ou estado?
– Para que o redator não se dê ao trabalho de ver caso por caso, os jornais e revistas, de um modo geral, têm adotado o seguinte: usar maiúsculas não só quando se trata de “poder juridicamente organizado”, mas, também, sempre que se referir à unidade de uma Federação: Mora no Estado do Acre. / O governador visitou o Estado todo. / Muitos migrantes foram mandados de volta ao seu Estado.

*Luísa Galvão Lessa – É Pós-Doutora em Lexicologia e Lexicografia pela Université de Montréal, Canadá; Doutora em Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ; Membro da Academia Brasileira de Filologia; Membro da Academia Acreana de Letras; Membro Fundador da Academia dos Poetas Acreano; Pesquisadora Sênior da CAPES.

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