Ao menos dez candidatos procuraram o Ministério Público Federal do Acre (MPF/AC) nesta segunda-feira,12, para protocolar uma série de denúncias relacionadas ao concurso público do Instituto Federal do Acre (Ifac), realizado no último domingo, 11. As denúncias de irregularidades serão acompanhadas pelo procurador regional dos Direitos do Cidadão, Pedro Henrique Kenne.
Segundo o MPF, candidatos haviam apresentado reclamações anteriormente, ainda relacionadas às inscrições. Por isso, um procedimento administrativo foi aberto antes mesmo da realização da prova. Para tentar evitar possíveis problemas futuros, o órgão chegou a se reunir com a empresa organizadora do concurso e com a procuradoria do Ifac, que se comprometeram a não mais cometer qualquer irregularidade.
O MPF está analisando os casos e deve decidir qual atitude tomar diante das denúncias registradas nos próximos dias. A anulação do concurso não está descartada.
O estudante Andryalison Oliveira, de 22 anos, conta que teve problemas antes mesmo do início das provas. Sua inscrição foi indeferida e ele precisou acionar a Defensoria Pública para conseguir realizar o concurso. “Se não fosse pela Defensoria eu não teria feito a prova. Eu tive um indeferimento, tive que entrar com um mandado de segurança para poder realizá-la, não avisaram meu local de prova, fui sem rumo”, afirma.
A falta de fiscalização é a principal reclamação do estudante Edmilson Pereira, de 25 anos. Ele cogita a possibilidade de entrar com uma ação no MPF. “Foi uma bagunça. Os fiscais não prestaram atenção, tinha gente usando celular, conversando dentro de sala. Aquilo me incomodou muito. Errei muitas questões bobas porque estava com raiva. Faltou atenção e preparo dos fiscais”, disse.
Procurado pelo G1, a empresa MS Concursos disse que só poderia se pronunciar através da assessoria jurídica. O responsável pelo setor não foi encontrado para comentar o assunto na tarde desta segunda.
Entenda o caso – Candidatos inscritos no concurso promovido pelo Instituto Federal do Acre (Ifac) apontaram irregularidades verificadas durante o domingo, 12, data da aplicação da prova, como envio de envelopes para locais errados, uso de celulares nas salas, falta de cadeiras, a não exigência do documento de identidade por parte de alguns fiscais, entre outras.
Segundo uma internauta, que não quis se identificar, e que faz parte de um grupo do WhatsApp criado com o objetivo de trocar informações sobre o concurso, ela recebeu mensagens de texto de candidatos que estariam dentro das salas. (Rayssa Natani e Veriana Ribeiro / G1/AC/ Foto: Divulgação)