“Fiquei feliz quando meu filho foi pego pela polícia. Digo isso, porque a ação o impediu de se afundar nas drogas e no crime. Nunca passei a mão na cabeça dele e o criei dentro da igreja. Mãe tem que ser firme e até dura, mesmo que doa”, relata a doméstica Iranilde Roque do Nascimento, 40, mãe de um adolescente em conflito com a lei.
Com o filho de 16 anos cumprindo, atualmente, medida no Centro de Apoio à Semiliberdade, ao Egresso e Família (Casef), Iranilde revela que há um ano sua vida não tem sido de muita apreensão. No entanto, admite que a unidade, composta por uma equipe preparada, tem se mostrado importante na mudança de comportamento do jovem.
“Ele não vive mais mentindo ou mal acompanhado. Digo isso porque ele não tem tempo. Hoje a rotina dele é bem extensa. De manhã fica no Casef, a tarde vai para o estágio no Detran e a noite estuda em uma escola perto de casa”, afirma.
Iranilde tem outros quatro filhos. Todos se deram bem na vida, como ela prefere dizer. “O mais velho é advogado e a menina é formada. Antes disso, eu não havia tido trabalho e necessidade de lutar com um filho em medida socioeducativa”, desabafa.
Além de Iranilde, muitas outras mulheres relataram suas histórias durante a maratona de festividades em homenagem ao Dia das Mães nos Centros Socioeducativos, que se iniciou nesta quinta e vai até a próxima semana.
Em Rio Branco e no interior, as comemorações incluíam café da manhã, apresentações de dança, citação de poemas, coral, sorteio de brindes e distribuição de cestas básicas. No Casef, uma parceria com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) garantiu um dia de beleza às mães.
De acordo com o presidente do Instituto Socioeducativo (ISE), Leonardo Carvalho, o objetivo das atividades é fortalecer os vínculos familiares. “Sozinhos não podemos ir muito longe. É preciso o envolvimento de quem é próximo do adolescente. E, geralmente, a mãe se destaca como referência na vida deles”, justifica. (Texto e foto: Brenna Amâncio / Assessoria ISE)