O Federal Bureau of Investigations (FBI, a polícia federal americana) lançou nesta quinta-feira (22) um site para cadastrar vítimas da Telexfree, negócio acusado de ser uma pirâmide financeira bilionária.
Residentes no Brasil, onde o negócio atraiu 1 milhão de pessoas, também preencher o formulário, disponível em português.
Quem se cadastrar será atualizado sobre o andamento das investigações contra a Telexfree poderá ser beneficiado por um eventual ressarcimento que Justiça Federal americana obrigue a empresa a fazer, segundo o Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Cerca de 1,4 mil pessoas já entraram em contato com o órgão desde 9 de maio, quando um dos donos da Telexfree foi preso.
Na ficha, os divulgadores, como são chamadas as pessoas que investiram na Telexfree, deverão informar quanto receberam da Telexfree e de que forma – se por transferência eletrônica ou cartão de crédito, por exemplo – e quantos pacotes de telefonia VoIP adquiriram.
As pessoas que já se registraram no cadastramento aberto em abril pela Secretaria de Estado de Massachussetts – onde fica a sede da empresa – também devem preencher a ficha do FBI, segundo o Departamento de Estado americano.
Sócio brasileiro vai ficar por aqui
As investigações sobre a Telexfree nos EUA correm rapidamente e já resultaram na prisão do sócio-fundador da empresa, o americano James Merrill, e de Kátia Wanzeler, esposa do outro sócio da companhia, o brasileiro Carlos Wanzeler. Ele saiu do país pelo Canadá em meados de abril, segundo o Departamento de Segurança Nacional dos Estados Unidos. Para a polícia americana, Wanzeler é um fugitivo. O advogado recém-contrato da Telexfree no Brasil, Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, afirma que o sócio da empresa acusada de formação de pirâmide financeira saiu dos EUA antes de ter sua prisão decretada, de forma legal.
“Ele vai ficar definitivamente em Vitória, onde já morava e tem casa. Ele é brasileiro e por aqui não há pedido de prisão e nem acusação criminal”, disse Kakay, que foi o advogado do publicitário Duda Mendonça e da sócia dele, Zilmar Fernandes, no julgamento do mensalão. Ao site de VEJA, o advogado explica que nenhuma das duas investigações em curso contra a empresa – no Acre e no Espírito Santo – possuem acusações contra o sócio da Telexfree.
Na terça-feira, ao anunciar sua entrada no caso, Kakay confirmou o paradeiro de Wanzeler no Brasil e disse que a hipótese de extradição não existia. À VEJA, ele afirma que nem mesmo se Wanzeler for convocado para depor nos EUA, o sócio da Telexfree irá comparecer. “Não deixaria ele ir para um país que não respeita nem os direitos individuais, como foi visto quando prenderam sua esposa (Kátia Wanzeler), sem nem mesmo ela ter sido acusada de nada”, argumenta. A Justiça americana afirma que Kátia é uma das testemunhas dos crimes financeiros cometidos pela matriz da Telexfree.