Contrariando os mais velhos em rodas de conversa, não há nada de anormal com o clima de maio. Em Rio Branco, há quem tenha mais de 60 anos afirmando por que nunca tinha visto mês tão chuvoso.
“Ledo engano”, afirma o meteorologista Alejandro Fonseca Duarte, do Departamento de Ciências da Natureza, da Universidade Federal do Acre.
Um estudo climatológico da Capital mostra que o valor mínimo das chuvas – quando elas começam a diminuir -, acontecerá apenas no mês que vem, em junho próximo. O trabalho tem como base a observação do tempo num intervalo de 30 anos (de 1971 a 2000) e nos anos subsequentes a esse período.
“Maio é o mês de transição entre a estação chuvosa e a seca”, afirma Duarte.
Por meio de uma amostra de 30 anos, o pesquisador constata que de janeiro a abril, o acumulado de chuvas foi de 53% e que de maio a agosto ele se reduziu a 11%.
“Ou seja, há uma redução de água, mas isso não quer dizer que maio não tenha que ter chuvas”.
A única vez que este mês foi tido como seco foi em 2005, o ano mais árido em 36 anos no Acre. Naquela época, maio registrou apenas 49 mm de chuva. Por isso, o déficit naquele ano foi de 214 mm.
Portanto, nada de atribuir o clima a profecias apocalípticas, mudanças extraordinárias ou conspirações dentro de território acreano. Tudo é com base em observação científica.