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Luís Tchê diz temer nova enchente do Rio Madeira e alerta para influência de hidrelétricas no ecossistema

Após o intenso debate entre os deputados Wherles Rocha (PSDB) e Eduardo Farias (PC do B), sobre a proposta aprovada no Congresso Nacional que concede indenização de R$ 25 mil aos Soldados da Borracha, o deputado José Luís Tchê (PDT) não poupou críticas aos parlamentares.

Tchê pediu mais comprometimento dos pares com os assuntos que realmente são importantes para o Acre. Ele afinou o debate e disse estar preocupado com as usinas de Jirau e Santo Antônio, em Rondônia. O parlamentar teme que os empreendimentos tenham afetado diretamente o fluxo das águas do Rio Madeira e que, no próximo ano, uma nova grande enchente possa isolar o Acre do restante do país.
“Ficamos aqui discutindo assuntos pequenos. Deixamos de discutir assuntos importantes como é a questão das hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio. O governo do Acre trabalhou muito para manter o Estado abastecido, mas eu pergunto: quem vai pagar a conta?”, disparou o parlamentar.

José Luís Tchê ressaltou que, em visita a Rondônia há poucos dias, presenciou a subida e vazante repentina do Rio Madeira. Ao conversar com um colega gaúcho, o mesmo relatou que o efeito também acontece no Rio Uruguai com abertura de comportas. O deputado acredita que o fenômeno da vazante repentina do rio se deu pela abertura, também, de alguma comporta e que as usinas tenham efeito direto no ecossistema da região.
O parlamentar quer reunir especialistas da área ambiental no Acre para uma audiência pública. Ele sugeriu o nome do pesquisador da Unicamp, Célio Bermann. O pesquisador, segundo Tchê, observou uma série de discrepância na construção das usinas. Uns dos principais pontos foram a não observação de cálculos que aferem o fluxo de água na barragem.
“Cálculos não foram observados. Em Porto Velho aumentou a força do Rio, isso é fato”, disse o deputado.

Ainda em sue discurso, o parlamentar pedetista pediu que seja feita uma revisão nas dívidas dos comerciantes afetados pelas águas do Rio Acre, em 2012, em especial em Brasiléia, e agora com a cheia do Madeira.
“O Eike Batista pega dinheiro bem fácil, mas o trabalhador não. Essa Casa pode avançar trazendo para cá grandes temas”, finalizou o parlamentar.

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