Mães de estudantes da Escola Estadual Alcimar Nunes Leitão, localizada no Conjunto Universitário, denunciam que as filhas, crianças de 10 e 11 anos, além de adolescentes de 12 a 15 anos estão fazendo parte de um “pacto de sangue” que consiste em automutilação como uma prova da popularidade entre os colegas da escola.
De acordo com uma das mãe que pediu para não ser identificada, a filha tem 11 anos e ela descobriu o tal “pacto de sangue” quando viu no whatsapp da filha uma foto de uma colega de sala com os braços riscados.
“Quando perguntei a minha filha o que aquilo significava, ela me contou que era um ritual e que várias meninas estavam fazendo aquilo dentro da escola. Fiquei assustada e logo procurei marcas semelhantes no corpo de minha filha, mas não existia e ela me garantiu que não fazia parte. Teria sido convidada, mas não aceitou”. Relatou a mãe
Dias depois ela percebeu um comportamento estranho na filha que mesmo em pleno calor de 35 graus, a filha passou a usar blusa de manga comprida.
“O objetivo real era esconder os cortes de lamina que ela também fez no braço. Quando descobri perguntei o porquê já que teria me garantido que não participaria. Foi quando ela me fez outra revelação que me fez entrar em depressão. Minha filha contou que mesmo não aceitando fazer parte foi obrigada pela outras garotas, e isso aconteceu com outras meninas” contou a mãe.
Diretora de escola afirma que casos são isolados
De acordo com outra mãe que também pediu para não ser identificada, ela tem duas filhas que estudam na Escola Alcimar Nunes Leitão e que um dia foi chamada a comparecer a escola onde a coordenadora lhe mostrou uma página de papel com os nomes de 13 alunas, uma lamina de apontador e outra de barbear sobre o papel ainda sujas de sangue.
A coordenadora relatou o que estava acontecendo que umas alunas estariam se automutilando e incentivando as outras. A mãe contou que a coordenação ligou para todas as mães das outras garotas identificadas no lista.
“Passado alguns dias eu percebi o comportamento estranho nas minhas filhas que passaram a usar blusas de manga comprida. Quando descobri que a mais velha, de 13 anos havia cortado os braços, a caçula ainda não, mas no dia seguinte a menor de 11 anos também cortou os punhos e me fez outra revelação mais grave. Que agora o pacto era fazer sufocamento até o colega desmaiar, ai então o grupo fazia os primeiros socorros. E que elas teriam aprendido isso em um vídeo que os colegas estavam passando dentro da escola” afirmou a mãe.
Segundo a mãe das estudantes, ela procurou a diretora da escola que afirmou ser um caso isolado e não estaria acontecendo nas dependências da escola.
“Eu e minha irmã, que também tem uma filha na mesma escola, procuramos a diretora Vaneide Braga, que afirmou serem casos isolados pela quantidade de alunos da escola. Sugerimos um acompanhamento psicológico, pois mesmo que fossem somente duas ou três crianças, o que não é verdade, é muito mais, a direção da escola teria que tomar providencia. Contactamos uma amiga psicóloga que se prontificou a ajudar, precisava somente que a direção da escola formalizasse o pedido. Já faz 15 dias, retornei na escola para saber sobre a solicitação da psicóloga e encontrei o rascunho da mesma forma que deixamos no encontro com a diretora” afirmou mãe das alunas.
Diante dos fatos as mães declararam que na próxima semana protocolaram denuncia no Ministério Público Estadual – MPE, Juizado da infância e Adolescência e Secretaria Estadual ed Educação.