Maria Jociana da Costa , 29, mãe de um adolescente de 16 anos, apreendido por suspeita de estupro e envolvimento em um roubo, afirma que o filho foi agredido dentro da Unidade de Medidas Socioeducativas do Juruá, localizado em Cru-zeiro do Sul/AC. O adolescente foi levado para o local na última terça-feira (29), mas a notícia foi dada pelo menor para a mãe, durante a visita que ocorreu no domingo (5).
Segundo a mulher, o filho sofreu agressões de um agente socioeducativo no momento em que chegou na unidade, como também de outros internos.
“Ele disse que o agente deu murros no estômago dele, e depois colocou dentro da cela junto com os internos que também bateram nele e o chamavam de estuprador. Quando acabaram, colocaram ele no corretivo. Ele ficou no chão sem comer no dia que entrou lá”, denuncia a mãe.
Jociana procurou nesta quarta-feira (7) a Defensoria Pública do município em busca de auxílio sobre as medidas que devem ser tomadas, e pretende também acionar o Ministério Público para investigar o caso.
O G1 procurou o diretor da Unidade de Medidas Socioeducativas, Erisson Cameli, que afirmou que todas as medidas estão sendo tomadas referentes à investigação da denúncia. Ele confirma que o menor foi agredido por outros internos, mas desconhece o envolvimento de qualquer agente em atos como esse. Ele explicou que o adolescente também já foi ouvido e durante o depoimento não relata que sofreu agressão por agente.
“Em momento nenhum ele relata que agente mandou outros baterem, ou ele mesmo ter batido. Inclusive eu pedi para a mãe nos passar maior detalhes pois devemos apurar todas as denúncias. Colhemos também os depoimentos de todas as pessoas que estavam no alojamento. E na mesma noite do fato foi realizado o boletim de ocorrência e o exame de corpo de delito.É uma situação que nós estamos apurando”, falou.
Em relação a denúncia de que o jovem teria ficado sem alimentação quando chegou na Unidade o gerente disse que a chegada aconteceu após as 21h, momento que já tem encerrado o jantar no local, e que a alimentação não é feita na unidade, mas que nos dias seguintes todas as refeições foram oferecidas ao menor normalmente.
O gerente da Unidade relatou ainda que qualquer situação envolvendo briga entre internos sempre são tomados os mesmos procedimentos de realização de boletim de ocorrência e encaminhamento ao Pronto-Socorro. (Vanísia Nery, do G1/AC/ Foto: Cedida)