O deputado Moisés Diniz (PCdoB) apresentou uma Indicação Parlamentar solicitando da BR Distribuidora maiores explicações sobre os procedimentos comerciais e logísticos do ál-cool produzido pela Usina Álcool Verde, no Acre. Segundo o parlamentar, é inadmissível o preço do combustível praticado no Estado.
Diniz relatou que o acreano paga pelo preço do litro, em média, R$ 2,85 a R$ 2,90, sendo que este valor desestimula o uso do combustível pelos condutores. Ele explicou que, para o usuário abastecer com álcool, o preço deveria ser 70% mais barato do que a gasolina, o que giraria em torno de R$ 2,30 o valor nos postos. Mas a realidade é outra.
Ainda de acordo com o deputado comunista, a Usina Álcool Verde repassa ao custo de R$ 1,50 o litro para a BR Distribuidora. Moisés Diniz isentou a Álcool Verde de ser abusiva na cobrança do preço e recaiu a dívida sobre a distribuidora.
O parlamentar disse não entender o porquê da BR Distribuidora não repassar aqui em Rio Branco o mesmo combustível, evitando assim que ele viaje até Porto Velho/RO para só então retornar ao Acre para ser distribuído nas bombas.
“É a Usina Álcool Verde fazendo malandragem? Não. A Usina Álcool Verde passa a R$ 1,50 para a BR Distribuidora”, indagou o deputado, acrescentando que a Álcool Verde faz a coisa certa, mas distribuidora abusa disso.
Outra justificativa do parlamentar é que 40% do álcool consumido no Estado é produzido aqui. “Se tivéssemos um preço baixo, consumiríamos o álcool. Nossos carros e motos são, na maioria, flex”.
Moisés Diniz lembrou que a Aleac aprovou incentivos, à época, para que a usina se instalasse no Acre e que agora é o momento do retorno do investimento. Ou seja, o barateamento do produto aos condutores. Ele destacou, também, a luta do então governador, Jorge Viana (PT), hoje senador, para a reativação do empreendimento.
“Aprovamos isenções. O investimento foi alto. Tudo isso para fazer com que o álcool fosse barato”, disse Diniz.
Já o deputado Luís Tchê (PDT) pediu que o Governo do Estado intervenha nessa situação, apesar de o Estado ter só 5% de participação nas decisões da empresa. “Nessa história da Álcool Verde, vou comentar brevemente. Se o governo detém 5%, tem que dar uma resposta”, cobrou o pedetista.