Por mais de 3 horas as portas de entrada e saída da Assembleia Legislativa do Acre foram mantidas fechadas por manifestantes que reivindicavam a posse da terra em uma área situada na Fazenda Brama. Uma comissão de produtores rurais sem terras foi recebida pela Comissão de Legislação Agrária da Aleac.
Com cartazes e gritos de ordem, os manifestantes impediam a entrada e saída de funcionários e até mesmo da imprensa, que ficou impossibilitada de se ausentar do Palácio Senador Guiomard dos Santos, sede do Poder Legislativo. Exaltados, os manifestantes pressionavam a segurança da Casa, que estava em número reduzido, um total de sete apenas diante de um grupo de mais de 100 pessoas.
A todo o momento, a Segurança da Casa Legislativa tentava negociar a saída de pessoas, que era aceita conforme os critérios estabelecidos pelos manifestantes. Apenas mulheres e pessoas ligadas ao movimento tinham o aval para entrar e sair do prédio.
O clima esquentou e um policial legislativo foi agredido quando tentou deixar o prédio. Agredido com empurrões, o agente foi resgatado pelos colegas para o interior do edifício. Do lado de dentro, funcionários e pessoas que visitavam a Casa do Povo acompanhavam apreensivos.
Um dos policiais chegou a perguntar para um colega o motivo de não utilizarem armas a base de laiser disponível na Aleac. Ele foi informado que o material de segurança estava no cofre da instituição e que o chefe responsável não se encontrava no local. Era visível a preocupação dos agentes temendo uma invasão do prédio.
Como se trata de outro Poder, somente o presidente da Mesa Diretora, deputado Élson Santiago (PEN) poderia pedir auxílio da Polícia Militar do Acre (PM/AC) para intervir na situação. Entretanto, o reforço não foi solicitado. A polícia acompanhava a movimentação do outro lado da avenida.
Não é segredo para ninguém que, no Acre, o problema da terra existe e tem se agravado nos últimos anos. Por se tratar de um tema de competência federal, a Aleac pouco ou quase nada pode intervir na questão.
Na semana passada os mesmos produtores rurais sem terra estiveram na Aleac. Eles reivindicam o pagamento de uma área de terra pelo Incra ao proprietário da Fazenda Brahma. A área em questão já foi desapropriada pelo órgão.
Com o incidente de ontem, 6, fica clara a necessidade da realização de um concurso público pelo poder Legislativo que em muitos setores apresentam defasagem.