Nos 4 primeiros meses de 2014, quatro mortes por leptospirose foram registradas em Rio Branco e 294 casos confirmados, segundo dados repassados pelo Departamento de Vigilância Epidemiológica e Ambiental do município. Se comparado a 2013, onde durante todo o ano foram confirmados 348 casos, com duas mortes, os números são considerados atípicos.
De acordo com a diretora do Departamento Vigilância Epidemiológica, Mônica Abreu, esse número é previsível, devido a quantidade de vezes que houve cheias na capital acreana, e que esse surto de leptospirose preocupa.
“Os casos estão espalhados por toda a cidade. Nós não temos interesse nenhum de esconder os números, pelo contrário, queremos orientar a população. Esse ano foi um ano atípico. Nós tivemos quatro picos de enchentes e, com isso, a possibilidade de disseminação da bactéria no ambiente é muito grande”, explica.
A dona de casa Ana Ferreira, moradora de uma das áreas alagadiças de Rio Branco, Baixada da Habitasa, diz que a filha, de nove anos, está com suspeita de leptospirose.
“Tem um vizinho meu que contraiu a doença, após ter tido contato com água contaminada. Minha filha está com suspeita e eu estou com medo, porque tenho três filhas, a caçula é bem pequena, vai fazer cinco anos”, teme.
A diretora da Vigilância Epidemiológica informa que todas as unidades de Saúde da capital foram capacitadas e orientadas para que as pessoas com sintomas sejam atendidas prioritariamente. “Os médicos foram orientados ao suspeitar da doença, começar imediatamente o tratamento, independente de já ter saído o resultado do exame. Caso esse exame seja positivo, ele continua com o tratamento e se for negativo, esse tratamento é interrompido sem prejuízo ao paciente. Isso é uma forma de tentarmos evitar os casos graves”, fala.
Além da bactéria permanecer seis meses no ambiente, as constantes chuvas com podem aumentar os casos da doença.