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Telexfree recebeu quase R$ 1 bilhão no Brasil, mas pode não conseguir reembolsar divulgadores

Em menos de 2 anos, cerca de R$ 988 milhões foram depositados em contas da Telexfree no Brasil, como mostrou uma reportagem publicada no portal de notícias IG. A empresa é acusada, aqui e nos EUA, de ser uma pirâmide financeira que atraiu cerca de 1 milhão de investidores no País.

O dado sobre o volume arrecadado pela Telexfree no Brasil foi divulgado pela promotoria do Estado de Massachusetts, na denúncia contra a empresa na Justiça americana, e é atribuído ao Ministério da Fazenda brasileiro.
Na última sexta-feira (9), a promotoria de Massachusetts pediu a prisão dos donos da Telexfree – Carlos Wanzeler, que tem residência nos EUA, e James Merrill.
A Polícia Federal, que investiga a Telexfree desde 2013, não se pronunciou.

Justiça bloqueou R$ 775 milhões, diz empresário

Wanzeler criou a Telexfree nos EUA em 2002, mas o negócio só ganhou corpo em 2012, quando chegou ao Brasil.  Com a promessa de lucros expressivos a quem investisse no negócio – as taxas de adesão iam de R$ 660 a R$ 3 mil –, o negócio atraiu cerca de 1 milhão de pessoas até o bloqueio, determinado pela 2ª Vara Cível de Rio Branco em junho de 2013.

A promotoria de Massachusetts afirma, na ação contra a empresa, que recursos recebidos pela Telexfree no Brasil eram repassados para contas pessoais de Wanzeler no país. Dali, ele mandava o dinheiro para as contas que tem nos EUA. O valor dessas transações não foi divulgado.

Em depoimento a uma autoridade americana, Wanzeler afirmou que o bloqueio determinado pela Justiça brasileira atingiu cerca de R$ 775,5 milhões da empresa. Esse seria, em tese, o valor disponível para ressarcir quem não recuperou os investimentos feitos no negócio, como pede o Ministério Público do Acre em ação civil pública movida contra a Telexfree.

A promotora Alessandra Marques, uma das responsáveis pelo caso, diz ainda desconhecer a quantia apreendida, e adianta acreditar que ela não será suficiente para cobrir todos os prejuízos.

O advogado Dany Cabral Gomes, que representa a Ympactus na ação, diz não poder comentar as informação financeiras da empresa pois elas estão sob sigilo, e confiar no resultado do julgamento.

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