O governador Tião Viana foi o entrevistado desta quarta-feira, 7, no Jornal da Record News, apresentado pelo jornalista Heródoto Barbeiro. Entre os temas da conversa, que contou com a participação de Ricardo Kotscho, estava a ida de imigrantes haitianos para o estado de São Paulo.
Ao falar sobre o assunto, Tião Viana disse que a chegada dos imigrantes ao território paulista “parece que foi a guerra da borracha contra o café”.
O governador destacou que a entrada de imigrantes pelo território acreano tem ocorrido desde 2011 e a situação agravou-se com a cheia do Rio Madeira, que interrompeu o tráfego de veículos pela BR-364, causando um “represagem” de imigrantes no abrigo existente em Brasileia.
“Eu informei dia 15 de abril, ao ministro da Justiça, que nós [Acre] estávamos com uma superlotação no abrigo de Brasileia, com 2.500 a 2.700 imigrantes. O abrigo só tinha capacidade para 300 e tomamos a decisão de transferir o abrigo de Brasileia. Removemos para Rio Branco, para dar condições mais dignas e melhores. É como São Paulo ter, naquele dia, R$ 2,5 milhões de imigrantes”, comentou.
Tião observou que o Estado agiu em solidariedade, por levar em consideração que o Brasil é signatário de acordos internacionais de acolhimento e abriga pessoas que vivem em dificuldades humanitárias. “O Acre assim tratou as questões dos haitianos. Já passaram 21.190 imigrantes haitianos pelo Acre. Eles não são do Acre, a origem deles não é o Acre. Eles apenas passam pelo Acre. Não mudou absolutamente nada”, frisou.
Mais Médicos – Ao abordar outros temas, o governador revelou que o Estado tem sido bem assistido pelo Programa Mais Médico, que permitiu a chegada de profissionais de saúde aos municípios mais isolados: “O Acre fechou todos os municípios com médicos, por meio do Mais Médicos”.
Tião Viana disse ainda que o programa não deveria sofrer preconceitos por parte da classe médica, por não ter concorrência com os médicos urbanos. “Eu penso que haverá uma grande reflexão porque [o programa] não afetou o mercado, não afetou a concorrência, eles não podem exercer a medicina em hospitais, só podem exercer em unidades de saúde em áreas isoladas, em unidades básicas de saúde, onde se resolve 90% do atendimento”, explica.