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Acreanos criam negócios na internet e estão faturando renda extra com o ADSense

Keuyte e Enarde Fernandes: paciência e determinação são chave para e-commerce

Internautas acreanos estão cada vez mais aderindo aos infoprodutos e comercializando conhecimento na internet. A onda, que já se tornou regra na América do Norte há pelo menos uma década, começa agora a ser assimilada pelos plugados na web no Acre.

Basicamente, a ideia é compartilhar conhecimentos, seja por meio de um site ou mesmo de um blog, cativando o leitor e inserindo códigos de sites gerenciados por programas que poderão garantir uma fonte de renda extra por centavos de cliques.

Programas como o Google ADSense e o Kontera são as ferramentas mais usadas por blogueiros e construtores de sites para captar renda no Acre. E quanto maior é o fluxo de acessos, maior a probabilidade de alguém clicar nos anúncios instalados e o proprietário captar recursos.

“É algo que pode ser feito por qualquer pessoa, em casa mesmo, desde que ela tenha paciência e determinação”, explica Enarde Fernandes, proprietário com Antônio Keuyte da Kalliny, uma empresa de comunicação e tecnologia que funciona numa pequena sala de um edifício da Rua Benjamin Constant, no Centro de Rio Branco.

Com apenas um ano de vida, a empresa já participou do desenvolvimento de alguns dos principais sites de notícia do Acre, entre eles o Contilnet, AGazeta.net e EcosDaNotícia.

Alguns sites acreanos faturam até R$ 10 mil por mês em valores monetizados pelo Google ADSense, por exemplo. Para isso, seus proprietários registram até 40 mil acessos ou mais, num único do dia.
Pode-se imaginar que é necessária muita gente para acessar o site, todos os dias e conteúdo atraente para tal.

“No entanto, é preciso que as pessoas vejam esse negócio como um hobby. É preciso paciência e determinação, se você encará-lo com profissionalismo. Mas, para muitos pode também ser uma forma de lazer que gera renda, ainda que pouca”, explica o web designer Enarde Fernandes.

O objetivo se baseia na ideia de que o seu conhecimento tem valor e que independentemente de tê-lo adquirido ao longo dos anos de prática profissional ou de tê-lo aprendido por paixão, se outras pessoas quiserem compartilhá-lo, você estará diante de uma boa oportunidade de lucro.

Todo mundo tem um conhecimento, seja em idiomas, na aviação, na literatura, no artesanato, no sistema de encanamento, na carpintaria, então por que não montar um site e repassá-lo, circundando as informações oferecidas com anúncios, o que lhe garantirá um fluxo constante de renda?

É pensando assim que a dona de casa Claudia de Souza Leite, do conjunto Edson Cadaxo, pretende construir o seu primeiro blog, especializado em artesanato com material reciclável.

“Fui aprendendo por meio de cursinhos e na própria internet a costumizar caixinhas de leite, CDs arranhados e outros materiais e pensei: por que não compartilhar minhas ideias com outras pessoas na internet. Resultado: estou criando meu primeiro blog sobre o assunto”, explica ela.

O que é mais interessante nesse tipo de captação de renda é que as pessoas não precisam nem mesmo sair de casa para procurar anunciantes, pois a Google e outros serviços lhe servirão de propagandas automaticamente, combinando seu próprio acervo com o assunto do seu site ou blog. Aqui no Acre, a empresa Kalliny gerencia alguns sites de sua propriedade como o “VejaGospel” o “VejaBaladas”, o “VejaPolítica”,  além do “DeFrenteComANotícia” e o “AbunãNotícias”.

PARA SABER MAIS:
Livro: Cash, Como criar negócios altamente lucrativos na internet
Joel Comm, Editora Gente, 2010

(Foto: Divulgação)

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EMPREENDEDORES

Dona de pequeno restaurante comemora aumento na carteira de clientes em 20 anos

Graça tem hoje uma cartela fixa de 30
famílias como clientes

RESLEY SAAB

Numa certa manhã há 23 anos, quando recebeu um não do ex-marido porque pediu um trocado para fazer as unhas, a microempresária Graça Ayache disse para si mesmo: “Eu vou à luta”. Começou a fazer salgadinhos, contratou dois garotos e teve prejuízo.

Foi ela mesma vender nas ruas. Perseverou, perseverou, economizou uns trocados e, aconselhada pela família Araújo, que viria a ser a controladora da atual rede de Supermercados Araújo, alugou um pequeno ponto no Bairro Estação Experimental.

“Em uma semana que estava vendendo nas ruas, eles me disseram que poderia alugar o ponto que estavam oferecendo. Fui para lá e passei a trabalhar duro e a fazer comidas caseiras”, lembra Ayache, cujo sobrenome foi herdado do atual esposo, Romeu, com quem hoje mantém o restaurante, na Cohab do Bosque.

Na pensão modesta no Bairro Estação Experimental, ela começou a produzir cada vez mais quentinhas e a ter clientes fiéis.

“O segredo é oferecer uma alimentação de qualidade e jamais desanimar. Nestas duas décadas, passamos por altos e baixos, mas sempre com fé em Deus e persistência”, conta Graça Ayache.

Na varanda de sua casa, no Bosque, ela montou o atual restaurante, há quatro anos. Estima que tem como clientes certos ao menos 30 famílias e outras dezenas que vão ao estabelecimento. A quentinha sai a R$ 8, mas ela aceita também encomenda de pratos regionais encomendados para festas e eventos de grande e médio porte.

“O meu ofício me realiza. Sou eu que estou na cozinha sempre e exijo de nossos funcionários qualidade no atendimento. Acho que isso é importante para que as pessoas saiam satisfeitas de sua casa”, ressalta.

Com parte do lucro, ela também montou uma pequena loja de roupas, onde complementa a renda. No restaurante, mantém quatro funcionários e dispõe de duas motocicletas para entrega em casa.

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Artesãos comemoram a venda de sapatos de látex na Europa

Design dos produtos agregam identidade cultural e história dos acreanos e estão sendo vendidos na Itália

DA REDAÇÃO

O Projeto Acre Látex Design Lab está celebrando a exportação de calçados produzidos a partir das seringueiras do Acre. Na semana passada, com o apoio do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), ligado à Federação das Indústrias do Acre (Fieac), o projeto expôs mais uma vez os produtos já apresentados em abril, em feira em Milão, na Itália.

“Estamos vendendo bem. Nosso principal consumidor é a Itália que percebeu a qualidade e a originalidade dos nossos produtos”, comemora o seringueiro José Rodrigues Araújo, conhecido por “Doutor da Borracha”. Sua comunidade fica na região de Epitaciolândia (a 240 quilômetros de Rio Branco). Cada par de sapatos pode custar de R$ 30 a R$ 80.

O workshop, no auditório da Casa da Indústria, na manhã de quarta-feira, 18, apresentou os resultados do projeto que capacitou artesãos e comunidades a trabalharem produtos que têm como matéria-prima o látex.  Os objetos criados possuem design que agrega a identidade cultural e história dos acreanos, especialmente dos calçados, ao valor de mercado.

A iniciativa foi da primeira-dama do Estado do Acre e arquiteta Marlúcia Cândida. O Instituto Europeo di Design (IED) foi convidado a idealizar o projeto, que é realizado em parceria entre o Governo do Acre, por meio do Instituto Dom Moacyr, o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e o Sistema da Federação da Indústrias do Estado do Acre (Fieac), por meio do IEL e Senai. Também apoiam a iniciativa Seaprof, ICMBio, CNI e Governo Federal. (Com informações da Assessoria do Projeto Acre Látex Design Lab/ Foto: Ascom)

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Com aulas práticas de finanças, garoto de 7 anos compra videogame com recursos próprios

Guilherme recebeu incentivo da família para poupar

RESLEY SAAB

Aos sete anos, o garoto Guilherme Abner Campos Leite se orgulha de ter um cofrinho de leitão recheado com R$ 312. Parece pouco, mas não é. Diante de um dilema, comprar um videogame de última geração, ele foi aconselhado pelo pai, Wellington Leite, a trabalhar propriamente, para ter o aparelho.

Não foi trabalho, no sentido mais estrito da palavra, o que o pai proporcionou, e sim o financiamento com algumas polpas de frutas e uma dúzia de saquinhos plásticos para refrescos. Com a ajuda da avó, Graça Leite e o capital do pai, Guilherme saiu para a escola, onde venderia todos os sacolés.

“Vendi tudinho lá para os meus amigos e guardei o dinheiro, como meu pai me disse. Eu tinha que comprar meu videogame novo e continue vendendo”, diz o garoto, que faz a segunda séria do ensino primário.

Como recomendam especialistas em finanças, é saudável promover na criança a responsabilidade com o dinheiro, para que ela vá se acostumando a poupar e usar os recursos com racionalidade.

“Ele fica feliz. Não tem vergonha e além de poupar, se sensibiliza com quem precisa de algum dinheiro, emprestando-o”, frisa o pai, que é proprietário da franquia da Escolinha do Flamengo, em Rio Branco.

Resguardadas as devidas proporções com quem é empreendedor adulto, Guilherme conseguiu trocar seu primeiro videogame, um X-Box por uma cama nova. Depois, vendeu de novo, poupou e comprou o Playstation que tanto queria. Os poucos mais de R$ 300 que ele tem no porquinho já é fruto de novos investimentos.

É que depois dos refrescos no isopor, Guilherme resolveu diversificar os produtos. Passou a comprar cartelas de doces e chicletes e agora vende para os tios e para os primos, a R$ 0,50 em média cada saquinho.

O que Wellington faz com o filho é torná-lo consciente de que dinheiro é algo para ser manuseado com prudência e discernimento.

No Brasil, a educação financeira não faz parte do universo educacional, nem mesmo escolar, ao contrário do que acontece nos países desenvolvidos.

Nestes países, é crescente a preocupação com a educação em finanças por dois fatores. O primeiros deles se refere aos avanços da medicina, que apontam para uma expectativa de vida de 120 anos para as novas gerações, e o segundo está relacionado com o crescimento das crianças de hoje numa cultura consumista.

A preocupação levou algum destes países, nos quase a escola já reforça a formação que o estudante recebe em casa, a um maior investimento na área. Em setembro de 2000, por exemplo, a Inglaterra instituiu como obrigatório o ensino de Educação Financeira da pré-escola até o ensino médio.

(Foto: Odair Leal/ A GAZETA)

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Jorge Viana: “Gladson está equivocado quando diz que trouxe R$ 30 milhões para Rio Branco”

Senador Jorge Viana critica
equívocos na abordagem sobre a
“liberação” de emendas parlamentares

ITAAN ARRUDA

É difícil fazer entrevista com o vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT/AC). Em um encontro no Novo Mercado Velho, o assédio era constante. Cozinheiras, carteiros, transeuntes abordam com um tímido “posso tirar uma foto com o senhor?”. Mas, querem o registro do momento.

Em uma conversa às margens do Rio Acre, ele torpedeou para todos os lados: falou de Copa, de Economia e, claro, de Política. Fez críticas ao deputado federal e candidato majoritário ao Senado, Gladson Cameli, no que se refere à liberação de emendas para a Prefeitura de Rio Branco.

Nos trechos editados da entrevista, o senador conta quais as cifras reais e quem foram os responsáveis pela liberação dos recursos.

Acre Economia – Espanha desclassificada. Costa Rica 1 Itália 0. A Copa do Mundo no Brasil é a copa das zebras ou é a “Copa das Copas”. O que ela traz de novo?
Jorge Viana – Eu estou achando que a máxima da presidenta da “Copa das copas” está virando verdade. Dois campeões mundiais já estão saindo e a copa mal começou. Estou me referindo à campeã do mundo, a Espanha; à Inglaterra e, agora, há ameaça de a Itália não sair bem no grupo. Mas, o fantástico é a copa estar acontecendo no Brasil.

Acre Economia – O senhor acredita que a ideia da “pátria de chuteiras” ainda vinga? A imagem de a Costa Rica, um país pobre, que ganha da Itália, um país rico, remonta a problemas ideológicos, econômicos… isso entra no jogo?
J.V. – Eu acho que o que conta mais é o dinheiro dentro do futebol. O futebol virou um mercado que a gente não consegue compreender. Como é que pode um garoto de 19, 20 anos ser vendido (até os termos eu não concordo) por dezenas de milhões da mais cara moeda que há o mundo, o Euro? Como é que um menino que ainda está nos cueiros já vira um instrumento? A negociação do Neymar derrubou o presidente do Barcelona. Há mais vínculo com o mercado incompreensível que virou o futebol. Os estádios estão sempre cheios, mas cheios mesmo de gente que pode pagar.

Acre Economia – O senhor estava na abertura da Copa. Assistiu às vaias e aos xingamentos à presidente Dilma. Que sensações aquilo lhe trouxe?
J.V. – Se fosse vaia, seria compreensível. Como dizia Nelson Rodrigues e outros papas no futebol, ‘a torcida vaia até minuto de silêncio’. Mas, não foi uma vaia. Foi uma agressão inaceitável do ponto de vista da civilidade. Uma agressão à mulher, à mãe, à avó e à presidenta da República. Eu vi que alguns que vaiaram [xingaram] a primeira vez (porque foram quatro vezes) não fizeram a segunda vez, nem a terceira e nem a quarta. Devem ter ficado envergonhados. Eu acho que a presidenta deveria ter falado.

Acre Economia – A lógica econômica no ambiente da política…
J.V. – Com todo respeito à crítica e até o direito à vaia, o duro é você ver pessoas que ficaram… alguns… muitos… milionários no governo do PT, agora têm ódio do PT. Se eles têm amor pelo dinheiro e eu sei que têm, pelo menos deveriam reconhecer quem criou o ambiente para eles terem saído de ricos para milionários. Nisso, eu acho que o Brasil precisa ser pacificado. Não tem que ter ódio de quem ficou rico. Tem que ter raiva e tem que ser inaceitável, a corrupção.

Acre Economia – O PT está no poder há praticamente 12 anos e não conseguiu construir esse ambiente.
J.V. – Aí entram os erros da gente. E eu não acho que é só a elite que esteja contra. Nós temos problemas na base. Temos muitas pessoas ‘de baixo’ descontentes. Porque 12 anos se passam e a pessoa começa a se perguntar: ‘E eu?’. A presidenta Dilma gerou mais emprego, em três anos e meio, do que Fernando Henrique, do PSDB, em oito anos. Ela fez o Brasil sair de um PIB de 500 bilhões de dólares pra 2,3 trilhões de dólares é muita coisa. Agora não podemos partir de uma soberba que está tudo pronto e acabado. Ao contrário.

Acre Economia – Política regional. O cidadão é constantemente informado de que este ou aquele parlamentar garantiu recursos para o município ou Estado. Isso cria uma confusão na cabeça do cidadão. Confunde-se a figura do parlamentar com a do Executivo. É um erro do sistema político ou de concepção do parlamentar?
J.V. – Isso é esperteza de alguns parlamentares ou de alguns políticos. Vereador, deputado, deputado federal, senador não executa nada e nem é dono de orçamento. Mas, ele se apresenta como tal. ‘É o meu dinheiro! Eu to botando ali…’ Que ‘meu dinheiro’? Isso é dinheiro do cidadão brasileiro. Quem está no executivo tem que reconhecer a ajuda parlamentar. Agora, é pura esperteza de parlamentar sair por aí dizendo que tem dinheiro e que fez tal obra.

Acre Economia – Mas, o parlamentar apenas está fazendo algo que é permitido dentro do sistema político.
J.V. – Eu sou contra parlamentar ter dinheiro carimbado em orçamento. Isso aí é sinônimo de corrupção. Parlamentar é para fazer legislação, fiscalizar a aplicação dos recursos e aprovar o orçamento. Nunca fiz coro de emenda parlamentar impositiva. Aqui mesmo no Acre… eu vejo agora o candidato ao Senado, Gladson, está completamente equivocado quando ele vai para a televisão e diz que ele trouxe trinta milhões para a Prefeitura de Rio Branco. Isso não é verdade. Sinceramente, eu não acho que a população pode ser iludida de que tem um falso campeão de liberação de recursos.

Acre Economia – Se não foi Gladson, quem trouxe então?
J.V. – Esses trinta milhões foram a Prefeitura de Rio Branco trabalhando e quem ajudou foi eu, com a minha equipe, equipe do senador Aníbal. Fomos nós que fomos ao Ministério das Cidades e conseguimos para que a prefeitura tenha um financiamento para esses trinta milhões. Aliás, são oitenta milhões: cinquenta no primeiro projeto e trinta no outro. Isso eu tenho que reparar. Os primeiros cinquenta, ainda na gestão do Angelim, que foram liberados, agora no governo da presidenta Dilma mais trinta milhões. Uma das maiores prioridades de Rio Branco hoje é o funcionamento da cidade.

Acre Economia – E o acompanhamento dessas emendas… não deveriam haver mecanismos de controle mais eficazes por parte do cidadão?
J.V. – Eles comemoram duas vezes. Eles comemoram a emenda… aí já falam como se aquilo já fosse dinheiro no orçamento. Aí, depois comemoram quando há uma liberação de empenho, aí comemoram de novo. Mas, trata-se do mesmo dinheiro. E aí, depois, quando o dinheiro é liberado, eles comemoram de novo, dizendo que liberou o dinheiro. E aí quando a obra sai, eles comemoram de novo. O cara liberou um milhão de reais, fica parecendo que liberou cinco. Eu não acho isso bom porque a população fica falando: ‘Mas, vem cá: estão nadando em dinheiro e pra mim falta tanto!’ Ou seja: fica parecendo que tá sobrando, que alguém tá roubando e que não está chegando nos lugares. Eu, quando estava na Prefeitura ou no Governo eu nunca cantei vantagem. Eu acho que você tem que ser realista.

Acre Economia – Mas, todos parlamentares liberam emenda.
J.V. – Eu acho que o Flaviano, Gladson, Perpétua, Taumaturgo, Sibá, todos eles ajudam a liberar recursos para os municípios e para o Estado. Isso eu cumprimento e agradeço a eles. Só não vale pegar aquilo que não foi trabalho deles e querer dizer que conseguiram esse dinheiro extra.

Acre Economia – Qual a vacina para isso?
J.V. – Primeiro que o dinheiro não é deles. Quem está liberando é o Governo Federal, cujo dinheiro também não é dele. O dinheiro é do contri-buinte. O duro é, em véspera de eleição, a pessoa sair dizendo que arrumou um dinheiro só porque um aliado dele está no Ministério. Mas, está no Ministério do governo do PT.

Acre Economia – Esse problema é generalizado no Acre?
J.V. – O próprio prefeito de Cruzeiro do Sul fala mundo e fundos: que é o mais eficiente na liberação de recursos. O que é isso, gente? Eu fui prefeito. Sinto muito. O Governo Federal tem trabalho sem discriminar ninguém. Mas, aí, vão lá. Vão ao vice-presidente Michel Temer, pedem para ele ajudar: ele que é presidente de honra do PMDB, vice-presidente da República do governo do PT… aí ele ajuda e quando chega na convenção do próprio PMDB eles votam contra o Michel Temer. Isso é mais que traição. Isso é ingratidão. Eu prefiro acreditar que, com o tempo, a política vai sendo depurada. Outra mentira: se venda uma ideia aqui no Acre de que o Marcus Alexandre é o segundo prefeito melhor avaliado do Estado. Não é verdade. Marcus Alexandre deixa o Vagner Sales no chinelo. Hoje, Marcus tem, em qualquer pesquisa que se faça em torno de 70 por cento de ótimo e bom. E Vagner Sales tem em torno de 50.

Acre Economia – Mas, nesse aspecto, isso faz parte do jogo, não faz, não?
J.V. – Faz parte do jogo, mas aí não pode uma coisa que não é verdadeira, virar verdade. E nisso é parte do jogo da política. E não se pode ter uma relação odiosa. Eu só estou aqui tentando colocar algumas questões que eu penso que são esclarecedoras.

Acre Economia – Essa eleição vai ser o mais do mesmo? A leitura que senhor faz é de que há novidade no cenário construído pela Frente?
J.V. – Com tranquilidade, eu respeito a opinião de quem diverge, mas eu acho que, se tem uma coisa que tem… mesmo tendo o caso Aníbal, que é um caso a parte, eu lamentei muito o Aníbal não ser o candidato, mas eu quero dizer que ele está super bem nisso: está 100% superado, mas eu acho que o Tião ajudou a fazer algo que em nenhum outro Estado eu vi: em fevereiro, estar com a chapa majoritária pronta. E fruto de um entendimento. Pode ter tido um erro aqui outro ali, um deslize ali outro acolá. O caso do Aníbal é um caso que eu acho que está superado, mas, não foi fácil. Mas, a gente tem uma chapa que, por consenso, ficou com o Tião e duas mulheres. No caso, a Nazaré [Nazaré Lambert, candidata a vice] e a Perpétua, que é a nossa candidata ao Senado. Dessa vez, a gente não jogou para esconder o jogo, não. O nosso jogo está jogado e a nossa chapa é essa.

Acre Economia – O senhor investiria no Acre, depois do isolamento causado pela cheia do Rio Madeira?
J.V. – Eu acho que o Acre, mais do que nunca, segue sendo um bom endereço. Acho que essa coisa do Madeira, nós vamos te responder pela engenharia. A estrada vai ter que ser elevada este ano, vai ter a ponte, cujos recursos estão garantidos. O Acre tem feito o seu dever de casa. O governador Tião Viana está fazendo um projeto muito importante que é o projeto de piscicultura, que eu chamo de manejo de águas. Para mim, há duas coisas que devem ser manejadas no Acre: floresta e água. Esse projeto de manejar a água para produzir comida é fantástico e o Acre pode virar um endereço importante.

(Foto: Odair Leal/ A GAZETA)

A Gazeta do Acre: