Parecia ser mais um dia típico na Assembleia Legislativa do Acre, na manhã de ontem, 04. Entretanto a calmaria dos dias anteriores foi interrompida por uma discussão entre representantes do Sindicato dos Soldados da Borracha de Rondônia e o deputado Moisés Diniz (PC do B).
O bate boca aconteceu próximo ao Salão Nobre da Casa Legislativa. O clima esquentou e o presidente em exercício, deputado Moisés Diniz solicitou que a Polícia Legislativa interviesse no caso e pediu a saída dos dois representantes sindical.
O deputado alegou que foi desrespeitado pelos sindicalistas ao apontarem o dedo para Diniz e classificar a deputada Perpétua Almeida (PC do B/AC) de ‘mentirosa’. Da tribuna o parlamentar acrescentou que nunca utilizou de qualquer artifício para tratar sobre a aprovação da PEC dos Soldados da Borracha.
“Isso ia para a periferia da política, mas o que aconteceu aqui foi um ato de bandidismo político. Eu não dei sequer uma entrevista, nem publiquei nada no meu face sobre esse assunto dos Soldados da Borracha”, disse o deputado comunista.
Diniz afirmou que denunciará o ato de insulto à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal para investigue os sindicalistas. ”Quero saber o que eles fazem, e o que querem e quem os patrocinam”.
Moisés Diniz salientou que o debate está equivocado e que estão brigando de graça, isso porque segundo toda a bancada federal do Acre votou favorável pela aprovação da indenização de R$ 25 mil e 2 salários mínimos de pensão.
“Todos os deputados do Acre votaram a favor. dos R$ 25 mil e por que isso agora? Foi a perpétua quem enganou os Soldados da Borracha? Respeitem as mulheres. Enfrentem os deputados do PCdo B”.
Ainda em seu pronunciamento e seguindo a mesma linha de raciocínio, o deputado falou dos ataques que a deputada estadual Antonia Sales(PMDB) vem sofrendo nas redes sociais pelo fato de ter dupla nacionalidade.
“O que o jornalista fez com a deputada Antonia Sales foi um ato de indecência. Qualquer ato de xenofobia tem que ser combatido no Acre”, disparou Moisés Diniz.
Quanto à questão da expulsão de sindicalistas da Casa do Povo, a deputada Marileide Serafim (PSL) lamentou o ocorrido. Disse que esse não foi um procedimento correto por parte dos sindicalistas ao tentar desmoralizar o parlamento acreano. Acrescentou que a luta dos Soldados da Borracha continua, mas que deve ser discutida no campo do diálogo.
O outro lado
Ao falar com a imprensa, o sindicalista Jorge Teles de Menezes negou que tenha agredido o deputado Moisés Diniz. Disse que o objetivo era apresentar ao deputado que o senhor Belizaro Costa, 96 anos, não era seu pai como foi veiculado. E que em nenhum momento o influenciou a apresentar seu relato durante sessão no Congresso nacional que promulgou a PEC dos Soldados da Borracha.
“Eu não induzi esse homem a nada. Eu vim ao Acre para mostrar a verdade. A deputada Perpétua alegou que seu Belizaro era meu pai, e não é. Agora, a gente vem na Casa do Povo e é expulso”.
Os sindicalistas prometeram registrar Boletim de Ocorrência junto a Polícia Civil do Acre.