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Povos indígenas navegam até quatro dias para jogar futebol

Torcida dos povos Shanenawá e Katukina acompanha disputa futebolística

Embalados pela Copa do Mundo da Fifa 2014, os Shanenawá e Katukina, povos indígenas que dividem uma reserva no município acreano de Feijó, lutam para manter e preservar sua cultura por meio do futebol. A maioria dos indígenas navega mais de 4 dias para uma disputa futebolística.

Com a proximidade das cidades, o alcoolismo e a cultura do ‘homem branco’ acabam afetando as tradições dos indígenas. Na aldeia central, um dos líderes do Shanenawá, Francisco, conhecido como Cachaça, promove  partidas de futebol que ocorrem todos os meses numa data determinada entre os times formados pelos índios das aldeias na reserva indígena do Envira.

Na aldeia central Morada Nova, o time Pássaro Arara (azul) formado pelos melhores jogadores joga contra o time Pássaro Japim (amarelo). As equipes composta por índios, disputam a partida como uma verdadeira final de Copa do Mundo, conforme aconteceu em 50, quando o Uruguai venceu o Brasil por 2×1. Na aldeia, o time azul venceu por 3×0.

O jogo foi duro, o que sobra de disposição nos indígenas falta na técnica. Mas, segundo o cacique Alberto Nunes Runekui Sian, da aldeia São Francisco, o importante é competir na leal-dade e fazer um belo fair play.

O certo que a Amazônia dos Shanenawá e Katukina, sempre foi quintal dos povos indígenas que habitam as reservas e assim deveria continuar sendo, mas a história mostra que os colonizadores tomaram suas terras e dizimaram milhares de nativos.

No Acre não foi diferente. A região de Feijó, em 1800, era um território  ocupado exclusivamente por índios, que pela migração de nordestinos motivados pelo Governo Federal, colonizaram a Amazônia no intuito de extrair o látex para alimentar a indústria bélica em tempos de guerras.

Os imigrantes desbravaram a selva, tomaram rios e afugentaram os verdadeiros proprietários das terras indígenas na floresta tropical.

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