Foram mais de três anos tentando atendimento médico domiciliar na Unidade de Saúde da Família (USF) do bairro Benfica, próximo ao centro da cidade de Rio Branco. Em janeiro de 2014, a auxiliar de serviços da educação Rosita Araújo Dias, de 55 anos, conseguiu o benefício para a mãe, que não pode sair de casa devido às consequências de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) sofrido em 2010.
Aos 85 anos, a paciente Alzira Araújo Dias tem dificuldade de locomoção e está sempre sob os cuidados da filha e agora também da equipe médica da USF Benfica. Com a chegada dos profissionais do programa Mais Médicos, do Governo Federal, a unidade dobrou o número de médicos e voltou a realizar as visitas domiciliares, um acompanhamento feito por equipes multidisciplinares a pacientes impedidos de se deslocar até os postos de saúde.
Desde a implantação do Mais Médicos no estado do Acre, o número de consultas nas unidades básicas de saúde teve crescimento de 19,1%. Foram mais de 21 mil atendimentos só em janeiro deste ano. Os benefícios são comprovados pela população, como no caso de Rosita e sua mãe. “Foi tanto tempo tentando que eu não acreditei quando consegui. Me ligaram do posto pra dizer que agora tinha médico pra realizar as visitas. Chorei de felicidade na primeira vez que recebi o doutor Luiz”, conta.
O médico que faz as visitas semanais à casa de Rosita é o acreano Luiz Carlos do Nascimento, 39 anos. Ele passou quatro anos em Portugal, onde trabalhava com atendimentos de urgência e emergência, e decidiu voltar ao Brasil para participar do programa. “Estou muito feliz de voltar ao meu Estado. Atender nessa área sempre foi minha intenção porque é um grande desafio, e trabalhar diretamente com a comunidade é muito construtivo”, diz. Ele ressalta ainda a importância do atendimento primário. “A atenção básica previne e soluciona de 60 a 80% dos problemas mais simples da população e evita que esses casos cheguem aos serviços secundários, de especialização e emergência dos hospitais”, explica.
A chegada dos médicos do programa aumentou ainda mais o número de atendimentos de urgência nas unidades básicas. O crescimento foi de 969,2%. Mas não é apenas na quantidade de atendimentos que o programa impacta. A qualidade das consultas também é significativa para os usuários que procuram profissionais do Mais Médicos. Para o marceneiro Allan Andrade da Silva, de 25 anos, a atenção dada pelo doutor Luiz foi o ponto mais importante durante o atendimento. “O médico foi muito prestativo. Prestou atenção no que eu falei, perguntou tudo que eu sentia. Ele pediu um raio X do meu tórax, porque no meu trabalho eu mexo com muitos produtos químicos, coisa que nunca tinham pedido pra mim”, avalia.
Nos 22 municípios e distritos indígenas acreanos que aderiram ao programa, são 160 profissionais dedicados exclusivamente à atenção básica. Atualmente, o Ministério da Saúde atende 100% da demanda por médicos apontada pelos municípios, superando a meta estabelecida. Os números garantem assistência nas unidades básicas de saúde para 552 mil pessoas.
Acre: atendimentos de urgência na atenção básica aumentam 10 vezes
Em menos de um ano, o Programa Mais Médicos já impacta na assistência à população dos municípios do Acre. Levantamento feito pelo Ministério da Saúde em cidades acreanas que participam do Mais Médicos aponta ampliação de 969,2% do número de atendimentos de urgência. Em janeiro de 2014, foram contabilizadas 417 atendimentos no Estado contra 39 no mesmo período do ano anterior, quando à população ainda não contava com o reforço dos profissionais do Mais Médicos.
Por meio do Programa, o Estado do Acre ampliou em 160 o número de médicos atuando na atenção básica de 22 municípios e distritos indígenas. O Ministério da Saúde atendeu 100% da demanda por médicos apontada pelos municípios e superou a meta inicialmente estabelecida. Atualmente, o Mais Médicos garante assistência médica nas unidades básicas de saúde para 552 mil acreanos. (Paula Rosa / Assessoria de Imprensa Ministério da Saúde/ Foto: Arquivo pessoal)