O autor do gol mais bonito do Campeonato Acreano e que concorre ao Prêmio Puskas da Fifa, Gessé Araújo, comentou sobre o desempenho da Seleção Brasileira na maior competição do futebol mundial, a Copa do Mundo.
Em entrevista À GAZETA, ele arriscou palpites de quem poderá disputar a final com a nossa Seleção, além de apontar possíveis favoritos ao título. Sem se furtar em comentar sobre as obras da Copa, Gessé disse que o evento poderia ter outro desfecho se tivesse sido pensada melhor. Ele acredita que o resultado da Copa pode resplandecer nas eleições deste ano.
Gessé não adianta se vai deixar o Atlético Acreano nessa nova temporada, pois tudo vai depender do Clube. No entanto, não escondeu a emoção de um dia atuar em um grande clube.
A GAZETA – Qual a sensação de estar concorrendo ao Prêmio Puskas da FIFA?
Gessé – A sensação é indescritível. É só emoção que nos invade. A contagem regressiva começou desde que iniciaram essa campanha. Acredito que posso ganhar, por que não? Um prêmio desse sabemos que é difícil, mas todos os pré-requisitos foram cumpridos, a partida é válida. A Fifa já reconheceu o gol. Eu não estou representando só o Acre, mas o Brasil e isso é bem bacana.
A GAZETA – Falando em Seleção Brasileira, qual o adversário mais forte na sua opinião nesse grupo que o Brasil está inserido?
Gessé – Para mim era a Croácia por ser uma estreia, mas não podemos desmerecer as outras seleções como Camarões e o México. Esse último já é um adversário por si só, pois existe a questão da rivalidade sul americana. Eu acredito que o Brasil é favorito junto com Alemanha, Espanha, Holanda e Argentina. Uma seleção que pode surpreender, em minha opinião, é a Bélgica, pois tem bons jogadores.
A GAZETA – Você arriscaria uma final entre Brasil e qual seleção?
Gessé – Eu arriscaria uma final entre Brasil e Argentina. Um adversário, para ser sincero, seria a Argentina. Mas não temos como apontar uma seleção na final. É claro que queremos o Brasil lá.
A GAZETA – Como você avalia o desempenho da Seleção Brasileira com base no que foi mostrado até o momento?
Gessé – O Felipão foi muito coerente desde o início do trabalho. Acho que nessa convocação final ele deveria ter levado o Miranda no lugar do Henrique. O Felipão tem crédito e espero que o Brasil na mão dele possa chegar ao hexacampeonato. A Seleção Brasileira está bem escalada no time titular.
A GAZETA – Por que o brasileiro é fanático por futebol e passa essa energia que contagia o mundo?
Gessé – Cultura. Mas também passa pela condição social que muito brasileiros têm. A mídia transforma os atletas em estrelas e isso leva muitos adolescentes e jovens a quererem trilhar esse caminho, a ajudar sua família, a mudar de vida. O brasileiro gosta de futebol. A criança ganha logo uma bola, quando não ganha ele inventa, seja de papelão, ele cria. A nossa cultura é bem diversificada, mas o futebol nos torna um povo alegre e nos une.
A GAZETA – Ano passado teve muitas manifestações contrárias ao Mundial. Você acredita que essa Copa do Mundo no Brasil pode se refletir negativamente nas eleições de outubro?
Gessé – Já está tendo esses desgastes. A nossa presidente já vem sofrendo esses desgastes e acredito que com razão. Ninguém é contra a Copa do Mundo, mas somos contra o legado que vai ser deixado pela Copa do Mundo. Quem teve a oportunidade de passar nas sedes da Copa, percebe que as obras ainda estão rolando, mesmo com 7 anos de antecedência, que sabíamos que a Copa ia acontecer aqui. Não era pra, no ano da Copa, o Brasil ficar arrumando desculpas para justificar alguns pontos. Faltou organização e planejamento.
A GAZETA – Falando em Atlético Acreano, na última terça-feira, 10, perdeu para o Rio Branco, após estar ganhando por 2 x 0. Em que o Galo errou?
Gessé – A gente abriu o placar de 2 x 0. Soubemos explorar nossas qualidades. Fizemos um primeiro tempo impecável, mas no segundo tempo trouxemos o adversário para dentro do nosso campo e infelizmente a gente sofreu um gol em um momento crucial da partida e eles tomaram fôlego.
Com uma falha individual, a gente tomou um segundo gol, mas agora é bola para frente. Não podemos apagar a ótima campanha que o Atlético fez, invicto. Ficou aí um legado. Mas a gente queria mesmo era o título. Acho que serve de lição mais uma vez. Acho que não devemos sorrir só nos momentos bons, mas nos momentos ruins também e é bola pra frente.
A GAZETA – Qual o futuro do Gessé? Fica no Atlético Acreano mais uma temporada?
Gessé – A gente está esperando a proposta do Atlético. Vamos aguardar a posição dele. Estamos vivendo um baque muito duro, a gente não esperava sair derrotado, mas agora é aguardar o contato da diretoria.
A GAZETA – Para finalizar nosso bate papo, qual seu maior sonho?
Gessé – No futebol é chegar em um grande clube. Ter uma condição digna de trabalho e viver apenas do futebol, coisa que não tive ainda. Eu espero que nesse momento as portas se abram para isso. Sei que não é só porque fiz um gol bonito que as portas vão se escancarar para mim. Sei que tenho muito trabalho pela frente. Eu tenho muita fé e esperança que eu vou chegar em um grande clube.
(Foto: Odair Leal/ A GAZETA)