O acreano Ícaro Marcel Lopes de Souza pode se considerar um privilegiado. Aos 24 anos e dominando três idiomas (inglês, espanhol e italiano) ele é um dos médicos que compõem o corpo de voluntários da Fifa na Arena da Baixada, em Curitiba.
O crachá em mãos – Colorido e cheios de números – é resultado de um árduo processo seletivo do qual ele fez questão de se submeter para integrar o corpo médico.
O processo de seleção para voluntários da Copa começou antes mesmo da Copa das Confederações, no ano passado.
“Alguns foram escolhidos para trabalhar nas Confederações e outros, escalados somente para a Copa do Mundo. Eu fui o felizardo”, comemora Souza, entre um intervalo e outro dos jogos.
Segundo o acreano, todos os voluntários são alocados em algum lugar e as equipes divididas na divisão interna do estádio e na externa. Do lado externo, se enquadram também os que ficam nos aeroportos.
E para Ícaro Marcelo, não poderia ser melhor: “Fiquei no centro de voluntários dentro da Arena da Baixada”.
“Aqui se faz de tudo um pouco. Em determinado momento você oferece informações para qualquer pessoa que chega e em outro, você guarda materiais de quem está entrando no trabalho”, explica.
Mas por incrível que pareça, não é só de saúde que vivem os voluntários. Em outros momentos, eles são responsáveis pela distribuição dos uniformes e, às vezes, fazem outros serviços, até mesmo no campo, dependendo da necessidade.
“Existem voluntários em todos os lugares do estádio, seja nas diversas áreas de imprensa, seja no apoio no campo e nos cuidados de saúde”, frisa Ícaro de Souza.
O interessante é que não se faz muito a não ser guiar um bêbado ou outra coisa leve, ao posto médico. Ainda bem.
Humildade versus prepotência – E se os campões do mundo decepcionaram nos gramados, fizeram os mesmos fora deles. Segundo pôde constatar o acreano voluntário, a imprensa, em geral, reclamou muito dos espanhóis, extremamente arrogantes.
“Eles tratavam a todos, indistintamente, de forma mal educada e prepotente”, conta.
E na torcida? Ah, na galera, os mais afáveis são bolivianos, colombianos, mexicanos e indianos. É que na opinião de Souza, por mais que sejam de países com inúmeros problemas e dificuldades sociais, “eles não perdem a oportunidade de exaltar o que há de melhor lá pelas bandas deles, e até agora não encontrei nenhum que tenha manifestado qualquer desprezo pelo nosso país”.
(Foto: Acervo pessoal)