O deputado federal Gladson Cameli (PP/AC) comentou sobre a escolha de suplente para compor a chapa de Senado liderada por ele. Gladson Cameli afirmou que as discussões ainda estão abertas em torno da escolha, mas não ousou comentar sobre a saída do procurador Edmar Monteiro da disputa.
Em entrevista À GAZETA, o parlamentar disse que não se sente constrangido em ser taxado de “parlamentar rico”. Cameli disse ainda, que as emendas alocadas para os municípios do Acre não visam cor partidárias, mas sim a população de cada cidade.
A GAZETA – Deputado, o senhor tem sido um parlamentar que tem alocado emendas para todos os municípios do Acre. O senhor acredita no apoio de muitos prefeitos, inclusive da FPA?
Gladson Cameli – Não destino verba para os prefeitos, mas sim para a população. É por isso que destinei recursos para todos os municípios, independente do partido, porque primeiro vem as pessoas. Para Rio Branco, por exemplo, que é do PT, foram mais de R$ 38 milhões através de emendas e indicações do Ministério das Cidades e outros. É claro que o prefeito Marcus Alexandre (PT) tem os candidatos dele. Mas destinei o recurso para a população. Os políticos passam. A população, essa sim, é importante. Faço política de um jeito novo.
A GAZETA – Como o senhor encara esse assédio de que o deputado federal Gladson Cameli (PP/AC) é um político rico e poderoso? Isso incomoda?
Gladson Cameli – Não me acho importante. Qualquer pessoa fala comigo a hora que quiser. Na verdade, poderoso mesmo é o eleitor. Ele é que me elege ou me reprova. E os políticos precisam ter essa clareza: trabalhamos para o cidadão comum. Quanto ao fato de pertencer a uma família rica, não vejo problemas, porque tudo o que meus pais conquistaram foi fruto de muito trabalho e ajudando a desenvolver nosso Estado. Tenho orgulho da família Cameli e, sobretudo, da história de meu tio com o Acre. É mais responsabilidade.
A GAZETA – O que o senhor destacaria nesses anos de mandatos de deputado federal?
Gladson Cameli – Me orgulho de ter feito um trabalho que ajudou todo o estado. Destinamos verba para todos os municípios do Acre. Além disso, nos dois mandatos nosso trabalho tem sido bem avaliado, seja pela imprensa especializada, seja pelo cidadão do Acre.
A GAZETA – O senhor sentiu alguma frustração na sua carreira política em Brasília? Houve algo que o deixou desacreditado da política?
Gladson Cameli – Quem busca a carreira política tem que estar preparado para o reconhecimento e as vitórias, mas também para as injustiças e dificuldades. Sou uma pessoa comum, com virtudes e defeitos como qualquer outra. Sabendo disso, não posso dizer que tive frustrações.
A GAZETA – A sua pré-candidatura ao Senado nunca foi segredo para ninguém. O que o motivou a concorrer essa vaga e não o governo, uma vez que o senhor tinha chances reais?
Gladson Cameli – Muitos dizem que teria a reeleição certa para deputado federal. Mas não me pauto pelos cargos. Graças a Deus, a política pra mim é ideal e não emprego. Então, em respeito ao meu Estado, não me candidataria a algo sem ter a certeza de estar preparado. E hoje, nossa aliança de onze partidos, tem um pré-candidato ao governo absolutamente preparado que é o Marcio Bittar. Quero ser senador, sinto que estou preparado e hoje posso dar a minha melhor contribuição para o Acre dessa forma.
A GAZETA – O senhor foi acusado de ter manipulado o discurso daquele Soldado da Borracha, senhor Belizaro, contra a deputada federal Perpétua Almeida. O que houve de fato ali?
Gladson Cameli – Já disse na época e repito novamente: não entro em baixaria de campanha. Agora, se quiserem conversar sobre propostas e o planejamento para começar hoje a fazer o Acre do futuro, aí vamos debater. As pessoas querem a política de um jeito diferente.
A GAZETA – A saída do Bocalom e do Henrique Afonso trouxe prejuízos ao bloco liderado pelo senhor e o Márcio Bittar?
Gladson Cameli – Penso que não. Até porque não houve saída. Desde o princípio, o Bocalom colocou a sua candidatura e ele tem todo o direito de defender as suas ideias. Admiro as qualidades do Bocalom e do Henrique. Não somos nem seremos inimigos e no segundo turno creio que estaremos juntos, até porque a vontade de ver um Acre melhor é maior que as nossas diferenças.
A GAZETA – Existe a possibilidade de se o senhor for eleito pela oposição, voltar para Frente Popular? Comenta-se que há um acordo. Isso é verdade?
Gladson Cameli – Não existe essa possibilidade.
A GAZETA – O senhor teme o uso do poder econômico nessas eleições até de recursos vindos de fontes ilícitas?
Gladson Cameli – Agradeço a sua pergunta. Todas as minhas campanhas foram declaradas corretamente e as prestações de contas aprovadas, sem ressalvas, pelo TRE. Tudo claro, limpo, transparente. Eu posso dizer isso. Além do mais, não se pode subestimar a população. A vontade da população ninguém muda. Na hora do voto é o eleitor e a sua consciência.
A GAZETA – Quem deve ser o suplente de Gladson Cameli? O senhor mesmo convidou o procurador Edmar Monteiro para compor a sua chapa?
Gladson Cameli – Até a convenção, que é o prazo legal, apresentaremos os nomes das suplências. Esse diálogo está ocorrendo agora com todos os partidos que formam a nossa aliança.
A GAZETA – Qual é o futuro de Gladson Cameli caso não se eleja senador?
Gladson Cameli – Sou pré-candidato ao Senado da República, portanto, não trabalho com essa hipótese. Trabalho – e muito – para ser eleito. Sinto que após dois mandatos na Câmara e ter sido o deputado que mais destinou verbas para todos os municípios do Acre, estou preparado para ajudar meu Estado. Tenho vontade de ser o melhor senador que o Acre pode ter. Agora, se o povo entender de outra forma, humildemente sigo a minha carreira de engenheiro. Como disse, política pra mim é ideal, não é emprego. Estou na política para renovar.