O aposentado Manoel Teixeira da Silva, 66, morreu após ser atingido com seis golpes de punhal nesta quinta-feira, 5, em uma lavanderia abandonada, situada no Bairro da Várzea, área periférica de Cruzeiro do Sul. De acordo com a polícia, o crime foi motivado porque o idoso, que é catador de latinhas, não tinha R$ 5 para entregar aos dois indivíduos suspeitos do crime. A dupla, Francisco das Chagas Nogueira, de 19 anos, e um menor de 16, foi capturada pela Polícia Militar.
Segundo a polícia, o aposentado foi abordado pelos jovens quando passava pela lavanderia abandonada. De acordo com depoimento dos suspeitos e relatos de testemunhas, os jovens queriam dinheiro da vítima para comprar mais drogas e bebidas, que já estavam usando desde o início da madrugada. Como o aposentado não tinha o dinheiro foi golpeado. A esposa da vítima, Dilma Damasceno dos Santos, 63, contou que o marido era um homem tranquilo e todas as manhãs saía cedo de casa para catar latinhas, como forma de complementar a renda familiar.
“Ele não fazia nada com ninguém, nem conversava muito. A vida dele não era para incomodar nenhuma pessoa. O que nós queremos mesmo é justiça, quero que eles paguem pelo que fizeram com meu marido”, desabafa a esposa da vítima.
O suspeito do crime Francisco das Chagas, conhecido por “Preto”, negou ter matado o idoso e transferiu a culpa para o menor de idade. Segundo ele, o menor desferiu as primeiras punhaladas e ele, depois de se certificar que o homem já estava morto, aplicou outros dois golpes.
“Ele chegou lá e o meu companheiro que furou ele, o homem estava com uma sacola na mão. Eu não terminei de matar ninguém, ele já estava morto quando eu furei”, garante o suspeito.
O policial responsável pela investigação do caso, Vinícius Almeida, explica que o menor foi preso em casa e Francisco das Chagas às margens do rio. Eles devem responder pelo crime de latrocínio. “Após o crime, o menor foi capturado em casa e o maior na beira do rio. O menor vai ser conduzido para o Ministério Público, e o maior será encaminhado para penitenciária. Os dois fatos serão comunicados para as autoridades competentes”, relatou o delegado.
Este é o segundo crime de homicídio registrado no bairro da Várzea em menos de uma semana. O representante do bairro, Marivaldo Valente, pede que as ações de segurança sejam intensificadas na localidade.
“Em cinco dias tiveram dois homicídios e tudo isso é decorrente do uso da droga, da bebida e da falta de segurança. A gente já clamou, já pediu e não tem ação. Não podemos ficar à mercê do crime”, reclama. (Vanísia Nery, do G1/AC/ Foto: Arquivo)