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Policiais militares são acusados de invadir casas e promover o terror na Base

O policial militar Roney da Costa Arruda, 24 anos, e pelo menos outros três comparsas, entre eles um indivíduo conhecido por “Zero Nove”, estão sendo acusados de implantar o terror no bairros Preventório e Base, desde o início da semana passada.

O PM já foi denunciado na Coordenadoria do Controle Externo da Atividade Policial, órgão do Ministério Público do Estado do Acre que investiga crimes praticados por policiais.

Arruda, que seria soldado recém-ingressado na Polícia Militar do Estado do Acre, responderá pela acusação de invadir casas sem mandado de prisão, de ameaçar pessoas e apontar pistola no rosto de moradores, ameaçando os de morte para não ser denunciado às autoridades policiais, numa caravana do terror que começou no domingo passado, dia 8.

O indivíduo teria tido um televisor furtado de sua casa, também no Bairro Base, no domingo passado. Desde então, teria reunido um grupo de policiais amigos seus para invadir casas da região à procura do equipamento.
Conforme uma das vítimas relatou ao MP/AC, o comerciário Amsterdan Moura, na noite de domingo, Arruda e seus comparsas teriam chegado a sua casa e à paisana e armados de pistola, invadido a sua casa, na Travessa Brasileia.

Ele, a irmã Natacha Rodrigues e o vizinho, Joaquim Balbino de Lima são apenas três de um grupo de pelo menos 10 moradores, cujas casas teriam sido invadidas pelos policiais à paisana e armados de pistolas do tipo .40, na noite de domingo, nos dois bairros.

“Tomamos o maior susto, porque pensávamos se tratar de marginais. Mas logo depois do alívio de eles se identificarem como policiais, veio o pesadelo. Eles nos acusaram de roubo. Nos disseram que a nossa televisão era a deles e já dentro de casa deram golpes de pistola nos nossos rostos”, narra Moura à reportagem de A GAZETA.

Um vídeo de parte da suposta truculência dos policiais militares foi feito e deve servir de provas do crime.

“Nós dissemos que eles não poderiam fazer isso, invadir nossa casa e nos ameaçar de morte. Foi quando ele disse: “A gente invade até delegacia. Por que não podemos entrar nesse barraco?”. Ele desdenhou da gente”, conta Natacha.
Uma queixa-crime foi registrada na Delegacia da 1ª Regional, no Bairro Cadeia Velha. Antes porém, quando avisado de que iria ser denunciado, Roney Arruda teria voltado à casa das vítimas e passado em frente para mostrar supostos papelotes de entorpecentes.

Na ocasião ele disse: “Se tu me denunciar te coloco na penal por tráfico”, relata Amsterdan Moura.

Coincidência ou não, nesta quarta-feira, 11, dois homens encapuzados voltaram à residência do comerciário e tentaram invadir a casa. Um novo registro de queixa foi feito na Delegacia do Bairro Cadeia Velha e os irmãos tiveram que sair de casa por conta disso.

“Fomos dormir hoje às 5 horas da manhã, na casa de amigos em outros bairros por conta do terror que estão fazendo com a gente”, se indigna Natacha, se referindo a esta madrugada de quinta-feita, 12.
“somo pobres, nas não somos criminosos. Não posso deixar de viver em paz na minha própria casa, por conta de problemas que não temos nada a ver”, completa ela.

A reportagem tentou contato com o comando da Polícia Militar do Estado do Acre e com o batalhão ao qual o PM Roney Arruda estaria servindo.  Mas ninguém foi autorizado a falar sobre o assunto. O comandante, José Anastacio dos Reis, não foi localizado.

Além da denúncia no MPE, outra será feita na Corregedoria da PM.

MP/AC está atento – O Ministério Público do Estado do Acre, após ficar ciente da denúncia, já informou que vai instaurar investigação na Coordenadoria do Controle Externo da Atividade Policial e oferecer denúncia contra o indivíduo.

Outro que será denunciado em breve será o tal indivíduo conhecido por “Zero Nove”. O Parquet deverá chamar acusados a depor.

Foto Odair Leal/ A Gazeta
Foto Odair Leal/ A Gazeta

 

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