X

“O PT peca quando se afasta das suas bases; temos que recuperar isso”, diz Gabriel Forneck

Forneck garante que não é candidato, pois tem um compromisso com Marcus Alexandre

O líder da prefeitura na Câmara Municipal de Rio Branco, vereador Gabriel Forneck (PT) falou sobre a aprovação do projeto de lei que garante a hereditariedade da concessão do serviço de mototaxista na Capital. O projeto foi aprovado por unanimidade pelos vereadores.

Em entrevista À GAZETA, o parlamentar fez uma análise do atual quadro político do Estado. Segundo ele, Tião Viana tem as condições para vencer no 1º turno, entretanto, não se pode desmerecer a oposição. Ele também acrescentou que o prefeito Marcus Alexandre (PT) já se firmou como uma grande liderança política reconhecido não só pelos companheiros de partido, mas por líderes oposicionistas.

Gabriel Forneck cobrou mais humildade dos petistas. Argumentou que esse é um pedido que vem das ruas e que deve ser levado em consideração. Ele defendeu ‘uma campanha pé no chão’.

A GAZETA – O senhor aprovou um projeto de grande apelo social, que é a hereditariedade da permissão do serviço de mototaxistas. Como se deu esse processo?
Gabriel Forneck – Esse projeto já vinha sendo discutido por todos os vereadores. Estendemos um beneficio que era apenas dos taxistas e agora passa a valer também para os mototaxistas. Quando um taxista sofre um acidente, a placa passa para a esposa e os filhos. Fizemos em conjunto, apresentamos e aprovamos por unanimidade. Quando você perde um patriarca, isso prejudica a renda da família. Então queremos garantir esse direito também para a família.

Quanto ao projeto que coloca fim ao transporte irregular, ficava viável o transporte ilegal. Pegava-se a multa e voltava à prática. E aí o Ministério Público indicou que a prefeitura criasse uma lei com maior poder de punição. Só que, para fazer isso, a prefeitura tinha que ter fiscal e aí fizemos o concurso da Rbtrans. Temos 45 agentes na rua. Esse projeto vem para servir de punição para aqueles que praticam o transporte clandestino e valorizar aqueles que são regularizados.

A GAZETA – O senhor tem se destacado por ser um líder que utiliza do diálogo.  Como é a sua relação com os demais vereadores?
Forneck – A minha relação com o prefeito é muito respeitosa. Eu pelo menos tenho uma reunião todos os dias para tratar da política de Rio Branco. É uma relação de amizade mesmo, não só de companheiro de partido. Quanto aos vereadores tem uns que já estão no segundo mandato, então eu já tenho uma amizade. Eu sempre tento ir pela linha do diálogo, nunca para o embate direto. Acho que primeiro você tem uma forma de dialogar, convencer, aí sim, senão tiver um consenso, vai para um embate maior dentro do discurso. Tenho uma relação respeitosa com os vereadores de oposição. Se faz necessário a oposição dentro de um projeto político. Com a base, temos uma relação muito boa.

A GAZETA – Qual a avalia-ção que o senhor faz da administração do prefeito Marcus Alexandre (PT)?
Forneck- É uma avaliação muito positiva. Primeiro que estamos conseguindo executar muitas ações que estão no plano de governo previstas para quatro anos. Se você observar a mobilidade urbana, por exemplo, parte daquilo que está planejado já está em execução ou sendo concluí-do. Se olharmos para Educação, 5 mil vagas para creches. Estamos com mais 10 creches sendo trabalhadas, cada uma com capacidade para 300 vagas. Até o final do ano que vem, chegaremos a 4 mil vagas ofertadas, ou seja, já perto dos 5 mil.

Na Saúde, a meta é que até 2016 não se tenha mais prédios alugados. Todas sejam sedes próprias. Estamos dando um avanço na cobertura, com as unidades principais até às 7 horas da noite e aos sábados até o meio-dia. Isso tem aumentado o número de atendimento. Para você ter uma ideia, tivemos um aumento no atendimento de 135% com a vinda dos Mais Médicos. Saímos de 20 equipes da Família que estavam incompletas e chegamos a 50 equipes. Na área rural chegamos aos 500 quilômetros de ramais recuperados, feito pontes. São vários avanços que tem chegado. O Marcus Alexandre está dentro dos grandes líderes políticos, isso é consenso na oposição quanto dentro da FPA.

A GAZETA – O senhor é um parlamentar jovem. Como tem acompanhado a inserção da juventude acreana  na política?
Forneck – Existe uma campanha aí de dizer que os políticos não prestam, mas na verdade existem bons políticos. Eu, por exemplo, faço parte do movimento estudantil desde os meus 14 anos de idade. O PT tem se preocupado muito com isso. Temos trabalhado muito o pacto de gerações. Quando você olha para os outros partidos, principalmente de oposição, a gente vê as velhas raposas ocupando cargos e direções partidárias e não se preocupa em pensar novos nomes para a política. Já o PT tem feito isso, temos vários nomes. O Léo de Brito, o Rodrigo Forneck, o Rodrigo Damasceno, Daniel Zen, André Kamai e tantos outros sendo preparados e estão ocupando espaço para atender a boa política. Temos feito um trabalho nas escolas, nas universidades falando sobre política e temos uma militância jovem muito grande dentro do PT.

A GAZETA – Falando em eleições, o senhor acredita em uma vitória do governador Tião Viana no 1º turno?
 Forneck – Temos todas as condições para vencer essas eleições no primeiro turno. Essa é a nossa meta. Vamos trabalhar para isso, respeitando a oposição. Esse é o pensamento das grandes lideranças. Ele agora tem que falar o que ele fez. Temos muito que mostrar nesse segundo mandato e muito a fazer. Agora não é dar continuidade ao Jorge e ao Binho, mas o Tião vai mostrar o que ele já fez.

A GAZETA – Fiz essa pergunta ao deputado Geraldo Pereira (PT) e agora faço ao senhor. Em que a FPA peca?
Forneck – A gente, por estar a muito tempo no governo, e sem querer, acaba se afastando das bases, dos movimentos sociais. Na eleição do Tião Viana, a gente entendeu o recado que a população deu: “queremos continuar com a Frente, mas vocês vão ter que voltar mais para a base, e já na campanha do Marcus Alexandre (PT) começamos esse processo de aproximação. Nada de carreata, nada de comício, uma campanha mais pé no chão. Estamos trabalhando para aproximar o PT das massas, esse é o real sentido do PT existir.

A GAZETA – E a relação PT e Perpétua Almeida (PCdo B/AC), tudo superado?
Forneck – Nós temos uma coisa dentro do Partido dos Trabalhadores que são as nossas tendências, e talvez as pessoas não entendam isso. Mas, o que tinha de arranhadura já está sarado. Já estamos em trabalho interno do partido. Todos nós estamos unidos em manter o trabalho da Frente Popular. E a Perpétua é o melhor nome para ocupar essa cadeira do Senado. O PT já compreendeu isso e já internalizou

A GAZETA – O PT não perde com a saída do Aníbal?
Forneck – Temos um governo composto de vá-rios partidos. Com a saída do Aníbal não estamos perdendo uma cadeira. O PCdoB é um aliado de primeira hora. O PT é grande quando ele pensa na gestão.

A GAZETA – Finalizando nossa entrevista, Gabriel Forneck concorre uma das 24 vagas na Aleac?
Forneck – O Gabriel Forneck não é candidato. Temos um compromisso assumido com o prefeito Marcus Alexandre e com meus eleitores. Dentro da minha tendência temos uma tarefa que é reeleger o deputado Ney Amorim, tentar eleger o Daniel Zen e o Marcelo Siqueira. O PT quer trabalhar para fazer de 4 a 5 deputados estaduais.

(Foto: Cedida)

Categories: Flash POLÍTICA
A Gazeta do Acre: