O líder do Partido dos Trabalhadores (PT) na Aleac, deputado Geraldo Pereira, falou sobre o atual quadro político no Acre. Disse que, nesse momento, a expectativa é pelas candidaturas e não pelas coligações, pois essas já foram homologadas mesmo que informalmente.
Em entrevista À GAZETA, ressaltou que o PT apoiará incondicionalmente a deputada federal Perpétua Almeida ao Senado. Falou também do atrito envolvendo lideranças do PT e parlamentares da base.
A GAZETA – Como o senhor avalia esse atual momento político no Acre?
Geraldo Pereira – As coligações já estão sendo formadas, mas a expectativa é, principalmente, quanto às candidaturas. Esse período pré-eleitoral é um momento muito tenso, mais que os 90 dias. Nos 90 dias não dá tempo para ficar pensando. Tem que trabalha, tem que cair em campo, conhecer as pessoas. Nós, da Frente Popular, temos um plano de governo e isso é mais fácil. Mas, temos que discutir com a sociedade.
A GAZETA – Quais os erros que o senhor apontaria no governo Tião Viana?
GP- Temos errado na conversa. Acredito que esse é o nosso maior erro. Quem mais fala com a sociedade é o governador e o restante do governo não está conversando com a sociedade. O governador faz uma excelente conversa, mas o restante não faz, como também os políticos da Frente Popular. Precisamos melhorar nossas conversações com a sociedade diante de um governo bem sucedido.
A GAZETA – O senhor acredita que o governo de Tião Viana tem superado os percalços que tem enfrentado?
GP- Diante das dificuldades financeiras, o governador, com seu jeito arrojado e vontade obstinada, tem superado isso. Com a sua forma de fazer política, ele tem superado as dificuldades em um Estado pobre como o nosso.
A GAZETA – Como o senhor encara esse processo de renovação dentro do PT?
GP- É a melhor coisa que pode acontecer dentro de um partido político. É uma conquista. O partido político que não enxergar a renovação está fazendo a cultura dos que não se renovam. E isso não acontece com o PT.
A GAZETA – Naquela questão do Cláudio Ezequiel, houve rumores que o senhor teria ficado chateado…
GP- Aquela questão foi levanta pelo Cláudio Ezequiel e não por mim. Portanto, acredito que nem deve ser debatida. Como líder do PT, eu não posso ficar calado quando vejo petista ocupando cargos chaves e não estar valorizando o seu partido. Portanto, em qualquer situação que tiver um petista desviando a finalidade e o foco do Partido dos Trabalhadores, vai receber minhas críticas. Digo isso sobre os petistas que ocupam funções estratégicas dentro do PT.
A GAZETA – Então, o petista tem que ser fiel?
GP- Sim, senão teremos que criar um Partido Frente Popular. Nós somos um partido que temos que cumprir o estatuto. No dia que não for assim, não há mais razão para convidar pessoas para vir para o Partido dos Trabalhadores.
A GAZETA – E a relação com o deputado Jamil Asfury (PEN), criou-se algum atrito?
GP- Pelo contrário, o deputado Jamil tem ajudado o nosso governo, cabe à Frente Popular e o PT proteger essas pessoas que tanto tem colaborado com o governador Tião Viana.
A GAZETA – Meses atrás o senhor sugeriu a criação de um Estado Independente, por quê?
GP- Foi uma força de expressão para a construção da ponte sobre o Rio Madeira. Eu estava correto, eu alertei isso antes da grande cheia do Madeira. O Estado do Acre com o esforço dos nossos governadores fizeram as pontes dentro do território acreano, mas ainda não temos a ponte ligando o Acre com o restante o Brasil.
A GAZETA – Voltando à política, o senhor vai fazer uma campanha casada com o ex-prefeito Raimundo Angelim?
GP – Na minha campanha política, eu procurei ajudar todos os candidatos a deputado federal. Foi assim com o Fernando Melo, o Sibá Machado, o Léo de Brito, Taumaturgo Lima, e, nessa eleição não será diferente. Vou ajudar todos os companheiros do PT com ênfase no Angelim, por gratidão a ele, por eu ter sido o seu secretário de Finanças.
A GAZETA – O senhor acredita que o apoio do PT vai ser incondicional a deputada federal Perpétua Almeida rumo ao Senado?
GP- O PT vai apoiar incondicionalmente a deputada Perpétua Almeida, porque a condição é que ela represente a FPA. Ela está desde o começo nesse processo. Ela merece o apoio de todos os petistas. Aquele momento de escolha já passou, na época queríamos o senador Aníbal, porque petista torce por petista. É natural, mas isso já foi superado.
A GAZETA – Alguns deputados da base têm um discurso um tanto oposicionista, como o senhor tem lidado com isso?
GP- Me reservo o direito de não comentar a desempenho de outro deputado. Mas, no aspecto geral, às vezes é falha de conversação. É preciso que estejamos permanentemente conversando para que não haja nenhuma dissidência.