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MP do AC cogita pedido pelo fim da Cavalgada na Justiça, no próximo ano

Órgão estuda acabar com evento por causa de incidentes
Órgão estuda acabar com evento por causa de incidentes

O Ministério Público do Acre (MP/AC) pode protocolar proposta na Justiça para acabar de uma vez por todas com a Cavalgada da Expoacre, a partir do próximo ano.

Uma sucessão de incidentes, que vão desde transtornos no trânsito até maus-tratos a animais e tentativas de homicídios, avaliza o procedimento, cogitado ontem pela promotora Alessandra Marques, titular da promotoria de Defesa do Consumidor.

Ao menos 38 mil pessoas participaram do evento, segundo estimativa do Governo do Estado do Acre, o que o tornou recorde de público em relação às edições anteriores.

Segundo divulgou a Assessoria do MP/AC, a falta de um sistema de segurança eficaz permitiu abusos inadmissíveis com consequências graves para os participantes.

O mais grave deles aconteceu com uma mulher, esfaqueada durante uma briga generalizada, o contrário do que vem acontecendo nas noite de exposição, no Parque Marechal Castelo Branco.

Em informação veiculada ontem, o Governo do Estado do Acre nega suposta falta de segurança nesta edição.

O documento, assinado por Rachel Moreira, secretária de Estado de Turismo e Lazer (Setul), o Estado deixa claro que “não compactua com maus-tratos de qualquer natureza e contra animais de qualquer espécie e, portanto, defende que quem comete tal crime seja responsabilizado e punido com os rigores da lei”.

Ainda na nota, registra-se que a “Cavalgada representa, assim como outros eventos realizados no Estado, parte da identidade cultural do acreano” e que “desde 2013 é um evento de natureza privada, coordenado por uma comissão formada por representantes das comitivas com o apoio da Setul”.

“Ocorrências foram casos isolados e prontamente debelados, com uma rápida atuação das instituições de segurança”, completa Moreira.

Já a Assessoria do Governo do Estado aponta que foram destacados 180 homens da Polícia Militar.

Conforme o Estado, somente o Departamento Estadual de Trânsito “destacou 20 homens para o trabalho de fluxo de veículos”. Somados à equipe do Rbtrans, eles eram 60 no total.

A diretora do Detran, Sawana Carvalho, disse que o trânsito fluiu normalmente no entorno das carretas transportando foliões e  das pessoas à pé, de quadriciclo e nos equinos e bovinos.

No entanto, houve quem passasse até 4 horas de carro para chegar ao 1º Distrito de Rio Branco, desde a Vila Acre.

Segundo a organização do evento, mais de 1,5 mil animais de montaria, cerca de 80 quadriciclos, além de 65 veículos, incluindo seis trios elétricos, participaram da festa.

Eles fizeram o mesmo percurso de anos anteriores, cinco quilômetros, com início na Gameleira e terminando no Parque de Exposições Marechal Castelo Branco, onde acontece a Expoacre.

Para a promotora Alessandra Marques, “fatos lamentáveis durante, como brigas entre integrantes das comitivas participantes do evento, maus-tratos a animais e tentativas de homicídio são fatos considerados lamentáveis, que devem ser coibidos”.

“Com relação às brigas, aos atos de violência, isso é inadmissível num evento como esse”, condenou Marques.

Com relação ao fato de que cavalos foram maltratados, a Promotoria de Defesa do Meio Ambiente já instaurou procedimento para apurar os fatos.

A investigação está a cardo da promotora Meri Cristina Amaral, que tenta identificar, por meio de imagens divulgadas em sites e em redes sociais, os autores.

Existe ainda a possibilidade de, se não acabar o evento no próximo ano, ser proibido o uso de animais no evento.

Entidades protetoras de animais, como a Sociedade Amor a Quatro Patas, condenaram os abusos. (Foto: Divulgação)

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