O vice-presidente do Senado da República, senador Jorge Viana (PT-AC) cobrou nesta terça-feira, 30, esclarecimentos da Fundação Nacional do Índio (Funai) quanto as providências que serão adotadas pela instituição, em relação aos índios isolados encontrados na fronteira do Brasil com o Peru, há cerca de um mês.
O parlamentar informou que apresentou requerimento à Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) com o objetivo de convidar a presidente da Funai, Maria Augusta Boulitreau Assirati, a comparecer ao Senado para tratar sobre o assunto.
O senador acreano defende que a Funai, Congresso Nacional e Ministério da Justiça trabalhem em conjunto na tarefa de manter o contato com os índios.
“Os primeiros contatos com essa tribo foram feitos em uma aldeia vizinha e os índios demonstraram estar com fome e gripados. Temos que dar uma adequada condução a esse desafio que é continuar o contato com esses povos primitivos. Essa parceria entre Funai, Congresso e Ministério da Justiça é fundamental para o sucesso dessa tarefa”, disse.
Jorge lembrou que a questão indígena sempre foi uma das preocupações de sua gestão.
“Tenho procurado ajudar essa causa há muito tempo. Quando governador estive lá na cabeceira do Envira, onde fiquei por três dias junto com o Meirelles na frente de proteção. Recentemente, começamos a trabalhar no apoio a um projeto feito a muitas mãos. Junto ao Guilherme da Funai, que é responsável pelos isolados no Acre, o Meirelles, o Terri, o pessoal da CPI, estamos tentando viabilizar um projeto que seja exemplo para o Brasil de proteção a esses povos. Tive audiência com o presidente da Funai e acredito que vamos ter sucesso”, salientou.
Jorge acredita que o Acre talvez tenha o maior contingente de povos não contactados do mundo.
“Talvez seja esse o que podemos chamar de um dos maiores patrimônios da humanidade hoje”, frisou.
Segundo o Jorge Viana, o maior desafio agora é descobrir meios de estabelecer contatos sem que isso gere risco a integridade física dos índios.
“O Brasil e o mundo estão diante de um grande desafio, evitar que se repitam as tragédias humanas que ocorreram no passado quando houveram os primeiros contatos com outros povos isolados. A pergunta é: como estabelecer contato com esses povos sem que isso signifique morte para eles? Os tempos são outros. Tomara que consigamos evitar que o pior aconteça”, disse.
De acordo com o senador, 70% dos índios morrem nos primeiros três anos de contato com os não índios, por conta de doenças e outras complicações.
“Tomara que se tenha o apoio necessário para que essa história triste não se repita dessa vez”.
O senador comentou ainda a visita do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva e do presidente da Bolívia, Evo Morales, ao Acre para participar da inauguração do frigorífico do complexo de piscicultura do Estado.
“Nesta terça-feira tive uma extraordinária conversa com o presidente Lula, em São Paulo. Ele está acertando com o governador Tião de ir ao Acre agora em agosto. Ele ficou impressionado com as imagens que mostrei dos índios isolados, também disse que vai ajudar”, comentou.
O senador também comemorou o fato de ter sido incluído pelo quarto ano consecutivo na lista dos 100 cabeças do Congresso.
“Estou muito feliz com o resultado do Diap que pelo quarto ano seguido me incluiu entre os 100 cabeças do Congresso. É uma honra estar entre os cem parlamentares que, de alguma maneira, são identificados como expoentes na condução dos trabalhos no Congresso”, finalizou.