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Pesquisador obtém no DNA de árvores maior lucratividade para manejos florestais

Quem é Gilson Mesquita- Professor/pesquisador na Universidade Federal do Acre
Orientador no Doutorado da Rede Bionorte de Biodiversidade e Biotecnologia. Universidade Federal de Goiás

Um estudo sobre a genética de espécies de árvores de madeira-de-lei poderá revolucionar a forma como os manejos florestais no Acre são tocados. Por meio de marcadores moleculares o professor-pesquisador da Ufac, Gilson Mesquita, conseguiu diferenciar, por meio de DNA, árvores mais resistentes das menos robustas e por isso, com mais potencial econômico para a indústria madeireira.

“Basicamente, trata-se de um teste de paternidade das plantas”, explica Mesquita, que é pós-doutorado em Biometria Aplicada ao Estudo da Diversidade Genética, da Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais, uma das mais renomadas do país e do mundo em agronomia.

Espécies como o mogno, o jatobá e a samaúma, árvores, altamente rentáveis na indústria madeireira estão sendo submetidas a estratégias de conservação por meio de uma varredura nos genes, ao longo do tempo, para se verificar eventuais mutações que comprometam a sua qualidade.

“Os marcadores moleculares são uma forma de se estudar as populações destas espécies nativas, permitindo a determinação do manejo para exploração sustentável”.

“Fatores como a seleção natural negativa, que pode ser negativa, escassez de água na região do manejo e influências do efeito estufa podem comprometer a produção”, ressalta Gilson Mesquita.

É aí que o estudo entra e que vai permitir o máximo de rendimento possível das espécies que estão sendo exploradas pelo manejo.

Por meio de um recurso chamado de microssatélite, o pesquisador que também é orientador no Doutorado da Rede Bionorte de Biodiversidade e Biotecnologia, obteve resultados altamente significativos na Floresta Estadual do Antimari.

O pesquisador assegura que tal estudo facilita as madeireiras identificarem qual a árvore deve ser cortada, garantindo a preservação das árvores consideradas matrizes genéticas.

Quanto maior o diâmetro da árvore e mais exuberante for o seu caule, mais valiosa ela é para os madeireiros.

Por se concentrarem nos genes das plantas, os estudos também se baseiam na capacidade de cura para enfermidades graves, que podem ser exploradas comercialmente de diversas maneiras.

A Amazônia tem hoje como um dos principais problemas a biopirataria, que movimenta, em alguns casos, quantidades gigantescas de recursos financeiros. Razão que mexe com a vida de todos os moradores da região.

“As plantas mais grossas são as mais velhas, que já passaram, ao longo da sua vida por diversas perturbações genéticas e estão mais preparadas para enfrentarem situações adversas. Estas são as matrizes”.

Mesquita defende que a implementação de um modelo de desenvolvimento sustentável requer, no rigor científico, a reposição do que foi tirado da natureza, para não se caracterizar uma exploração predatória.

“Quando eu derrubo uma árvore, tenho que plantar aproximadamente 1.000 da mesma espécie para garantir que algumas cheguem até a fase adulta. Isto porque, durante sua vida jovem, muitas não resistem ao que chamamos seleção natural que vai eliminando várias, antes delas atingirem a fase adulta e começarem a produzirem sementes que garantam a reprodução da espécie”.

Abate predatório provoca extinção de espécies
O pesquisador lembra que uma árvore adulta, ao ser abatida, vem destruindo tudo que encontra pela frente, provocando uma pequena clareira. Mesquita citou uma pesquisa realizada no Estado do Pará, nos últimos cinco anos, que aponta a abertura de cerca de sete mil quilômetros de ramais, só para garantir a retida do mogno abatido. “É destruição da floresta que contribui para o processo de extinção de algumas espécies. A médio prazo, 10/15 anos, se continuar a exploração atual, se não houver controle nem reposição, determinadas espécies vão ser dizimadas deste meio ambiente. Vai reduzir o número de animais e a produção de madeira vai cair porque não haverá mais árvores adultas para serem abatidas”.

Gilson Mesquita alerta que os critérios técnicos científicos não estão sendo obedecidos, principalmente no que se refere ao ciclo de manejo das espécies. Ele afirmou que os procedimentos atuais de determinação da idade de uma planta são feitos, “de forma grosseira”, pelos diversos anéis existentes no caule, cada um correspondendo a um ano. “Eles só ficam visíveis quando a árvore é abatida. Não há confirmação científica e sim uma aceitação. Somente através do teste de carbono 14 é possível se determinar, com precisão, a idade da árvore”.

Mapeamento genético do guaraná
O pesquisador informa que apenas 1% da capacidade total da biodiversidade amazônica é conhecida pela comunidade científica. “E a maioria das patentes não está registrada no Brasil”. Há apenas cinco anos é que, segundo Gilson Mesquita, uma equipe técnica de Manaus (AM) começou a pesquisar o assunto. Trata-se do Centro Amazônico de Biotecnologia (CAB) que trabalha na área de fármacos, com recursos do Governo Federal.

Está previsto para final deste ano o início dos trabalhos de mapeamento genético e o guaraná é o produto escolhido para iniciar os estudos. O professor faz parte da equipe de cientistas do CAB e afirma que, durante o sequenciamento genético do guaraná, seja possível identificar genes similares a outros que hoje são utilizados pela indústria de medicamentos. “A genética permite inocular um gene em determinada planta para produzirmos determinadas substâncias genéticas”.

Ele chama a atenção que se trata de um assunto extremamente delicado, cujas pesquisas têm que ser pautadas pela ética. “A engenharia genética permite a produção de armas químicas. Tem o caso concreto que uma empresa, nas suas experiências com o tabaco, desenvolveu um gene que estimulava o tabagismo, o vício nas pessoas humanas”.

(Com reportagem de Ana Sales, da ONG Pib.Socioambiental/ Foto: Odair Leal/ A GAZETA)

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UTI do Notebook inova com fábrica de chips em Rio Branco

Aldo administra empresa que já conta com 10 funcionários e bom suporte técnico

RESLEY SAAB

Em 2008, o técnico em informática Aldo Magalhães, ao observar que a demanda por consertos de pequenos computadores de amigos era grande, decidiu se especializar na área. Fez os primeiros cursos, não se contentou com pouco e foi à luta, fez um trocado e conseguiu instalar com o auxílio da esposa a primeira empresinha no ramo de notebooks, tablets e outros equipamentos afins.

Hoje, ele administra a UTI do Notebook, com pelo menos dez funcionários e um suporte técnico de dar inveja a grandes empresas.

“O nosso diferencial é oferecer a melhor presteza possível a nossos clientes, de modo que eles saiam satisfeitos com os serviços”, explica Aldo Magalhães.

Um desses nichos é a fábrica de chips. Na UTI do Notebook, além dos consertos de notebooks, impressoras, projetores e no-breaks de todos os tamanhos, uma máquina cria chips do zero, possibilitando celeridade e eficiência nos reparos mais difíceis.

Antes, anos atrás, se importavam essas peças o que encarecia o produto por causa dos custos com o frete.

O segredo da eficiência é simples, diz ele: “é preciso estar sempre atualizado e por isso, estou sempre indo a Curitiba ou a São Paulo para participar de seminários, de cursos e de workshops sobre manutenção de computadores”.

O empresário, no entanto, reclama de alguns entraves tributários, característico do Brasil, e da falta de um apoio melhor das instituições públicas.

“Juros altos em empréstimos bancários e o descaso de alguns órgãos que em tese, deveriam ajudar facilitar na criação de novas empresas são a maior dificuldade”, critica Magalhães.

SERVIÇO:
UTI do Notebook Especializada em:
*Eletrônica
*Solda BGA
*Manutenção
*Análise de Sistema de Informação
Página na web: www.utidonotebookac.com.br

Custos médios:
de R$ 80 a R$ 700

Residencial Petrópolis, 184, Nova Avenida Ceará, em frente da AABB
Telefone: (68) 3226-6321

(Foto: Odair Leal/ A GAZETA)

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Novas estufas agrícolas da Ufac utilizam moderna tecnologia de irrigação

Cada uma das cinco estufas mede 420 m², com custo total de R$ 500 mil

A Universidade Federal do Acre (Ufac) conclui as obras de cinco estufas agrícolas. Os espaços atendem às demandas de pesquisas nas áreas de cultivos protegidos, biotecnologia, cultura de tecidos, entomologia, fitopatologia e produção vegetal. Cada uma das cinco estufas mede 420 m², abrangendo um espaço de 2100 m² de área construída, com custo total de R$ 500 mil.

O pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da Ufac, Josimar Batista, ressalta que pela primeira vez estão sendo utilizadas tecnologias de ponta como, por exemplo, o sistema de irrigação por microaspersão automatizado, para a construção de estufas na Ufac.

“Nosso objetivo é proporcionar aos alunos de graduação e pós-graduação um campo de estudo e de pesquisa vinculado a àrea de ciências agrárias – aprimorando novas técnicas e executando aulas práticas – para que os discentes possam desfrutar de um campo de formação prático-profissional”, explica Batista.

O investimento nas estufas agrícolas é fruto de demanda do Programa de Pós-graduação em Produção Vegetal: mestrado e doutorado. “As estufas constituem um dos mais importantes laboratórios de campo para a formação na área de ciências agrárias”, ressalta o pró-reitor, Josimar Batista.

Outro importante investimento é o cercamento do Campo Experimental das Ciências Agrárias, com custo de R$ 290 mil. O objetivo da ação é proteger os plantios dos ataques de animais silvestres, principalmente, capivaras. O cercamento será feito com alambrados mistos, com paredes de tijolos e telas galvanizadas, proporcionando a instalação de experimentos agrícolas e cultivos de grãos.

Irrigação por microaspersão automatizado
Os sistemas de irrigação por microaspersão são compostos por tubulações fixas distribuídas na área de acordo com as características locais de topografia e plantio, em que microaspersores fixados em tubos ao longo das ruas de plantio, distribuem a água diretamente na zona de maior absorção pela planta, resultando um melhor aproveitamento e uso dos recursos hídricos e energéticos.

Os sistemas de irrigação localizada por microaspersão além de permitirem total automação, aperfeiçoam o uso de fertilizantes, via fertirrigação, permitindo o parcelamento das dosagens de acordo com as necessidades nutricionais de cada período da cultura, evitando perdas e diminuindo o trânsito de máquinas e pessoas nas lavouras.

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Definida a programação da 66ª reunião anual da SBPC no Acre

Campus da Ufac está sendo preparado para receber participantes de todo país

Evento contará com 199 atividades, com a participação de pesquisadores renomados do Brasil e exterior, e gestores do sistema estadual e nacional de C&T

A programação da 66ª Reunião Anual da SBPC, que será realizada em Rio Branco, na Universidade Federal do Acre (Ufac), de 22 a 27 de julho, com o tema “Ciência e tecnologia em uma Amazônia sem Fronteiras”, já está definida. No total, serão 199 atividades, com a participação de pesquisadores renomados do Brasil e exterior, e gestores do sistema estadual e nacional de C&T. Haverá 51 conferências, 62 mesas-redondas, 54 minicursos, 16 encontros, 7 sessões especiais, 5 assembleias. A programação completa e outras informações sobre a 66ª Reunião Anual podem ser obtidas no site www.sbpcnet.org.br/riobranco/atividades/programacao.php.

A programação da 66ª Reunião Anual da SBPC foi preparada com o objetivo de levar aos participantes um panorama amplo do que melhor se faz em ciência hoje no Brasil. Entre os temas que serão debatidos nas conferências, estão “Ciência e Tecnologia: Imperativo para o desenvolvimento Brasileiro”; “Serpentes peçonhentas e acidentes ofídicos no Brasil”; “Reservas Extrativistas 25 anos depois”; “O Brasil no espaço – As aplicações e os serviços oferecidos por satélites”; “Biodiversidade e sociedades tradicionais na Amazônia”; e “O uso de animais em pesquisas e no ensino”, entre outras. Entre os temas discutidos nas mesas-redondas estão: “Amazônia: O desafio de formação e fixação de doutores”; “Os impactos socioambientais da exploração de petróleo e gás de xisto no Acre”; “O marco civil da internet”, e outros.

Assim como ocorre em todas as reuniões anuais da SBPC, a de Rio Branco tem como um de seus objetivos principais popularizar e valorizar a produção científica nacional e inseri-la no cotidiano dos cidadãos. Também a exemplo dos eventos anteriores, a 66ª Reunião Anual será um importante fórum para a difusão dos avanços da ciência nas diversas áreas do conhecimento e um espaço de debates de políticas públicas para a ciência e tecnologia.

Junto com a 66ª Reunião Anual da SBPC  terão realizadas também a SBPC Jovem, a ExpoT&C e a SBPC Mirim. A SBPC Jovem teve sua primeira edição em 2003, durante a 55ª Reunião Anual. Desde então, acontece todos os anos. Trata-se de um evento com atividades que visam despertar o interesse dos jovens pela ciência e tecnologia. A programação contará com oficinas, salas temáticas, e apresentações culturais.

Novidades
Nesta edição a SBPC prepara um conjunto de novidades. Pela primeira vez, a entidade realiza o “Dia da Família na Ciência”, atividade que passará a fazer parte das reuniões anuais da SBPC. Tradicionalmente, elas começavam no domingo e encerravam na sexta-feira, da mesma semana. A de Rio Branco será a primeira que começará numa terça-feira, com encerramento no domingo, da mesma semana. A intenção é atrair as famílias e a população de forma geral para o maior evento científico do Brasil.

Outra novidade é a SBPC Indígena. Com esta proposta, está inclusa na programação científica uma série de debates acerca do universo indígena como “Os povos indígenas e as políticas públicas”, “Índios isolados no Acre”, “Os povos indígenas e a universidade – discutindo as possibilidades e as políticas atuais”, além da rea-lização de rituais e apresentações musicais de povos indígenas do Brasil, Bolívia e Peru.

Minicursos
Entre os temas dos 54 minicursos estão “Astronomia indígena”, “Controle da qualidade da água”, “A modelagem matemática de fenômenos ligados a degradação por atividade antrópicas em mata Amazônica”, “Geologia do petróleo”, “DSTs virais e drogas de abuso – como abordar a temática dentro da sala de aula”, “Conversando sobre doenças tropicais”, entre outras.

A programação completa e outras informações sobre a 66ª Reunião Anual podem ser obtidas no endereço: http://www.sbpcnet.org.br/riobranco/home/. (Ascom SBPC/ Foto: Odair Leal/ A GAZETA)

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Pagamento de dívidas cai 1,6% na Região Norte no primeiro semestre do ano

O indicador de recuperação de crédito – obtido a partir da quantidade de exclusões dos registros de inadimplência – caiu 1,6% no primeiro semestre do ano, na Região Norte, quando comparado ao mesmo período de 2013, segundo dados nacionais da Boa Vista SCPC, um serviço central de proteção ao crédito. No geral, em junho, a queda tinha sido de 1,8% ante maio, expurgados os efeitos sazonais.

Desde o ano passado, o indicador de recuperação de crédito segue em tendência de desaceleração. Seu atual ritmo de crescimento é condizente com a conjuntura econômica: o desaquecimento do mercado de trabalho, a queda recente da taxa de inadimplência, a menor concessão de crédito, entre outros fatores. Assim, todos os fatores mantidos constantes, para este ano a expectativa é de que esta desaceleração continue, mantendo o indicador estável com relação a 2013.

Regiões
Quando confrontados os primeiros seis meses do ano, contra igual período do ano anterior, a região Sudeste acumula a maior queda (4,2%). Na região Norte houve queda de 1,6%, e no Nordeste de 1,2%. Já a região Sul e Centro-Oeste apresentaram elevação, de 3,2% e 3,6%, respectivamente.

Na comparação mensal dos dados dessazonalizados, houve diminuição em todas as regiões, com exceção da região Centro-Oeste, que aumentou 0,8% na margem. Na região Sudeste, principal peso dentre as regiões, houve a queda mais intensa: 2,6%. No Nordeste, a variação foi negativa em 1,8%, na região Sul a diminuição foi de 0,8%, enquanto na região Norte a variação foi de -0,7%.

Varejo
O indicador que considera a recuperação de crédito no setor varejista aponta uma queda ainda maior no ano, -15,7% quando confrontado ao primeiro semestre de 2013. Para as demais regiões, mantida a base de comparação, a configuração ficou a seguinte: Nordeste, (-21,7%), Cen-tro-Oeste (-18,3%), Norte (-17,7%), Sul (-14,0%) e Sudeste (-13,0%).

Metodologia
O indicador de recuperação de crédito é elaborado a partir da quantidade de exclusões dos registros de dívidas vencidas e não pagas informados anteriormente à Boa Vista pelas empresas credoras. As séries têm como ano base a média de 2011 = 100 e passam por ajuste sazonal para avaliação da variação mensal. A partir de janeiro de 2014, houve atualização dos fatores sazonais e reelaboração das séries dessazonalizadas, utilizando o filtro sazonal X-12 ARIMA, disponibilizado pelo US Census Bureau.

A série histórica deste indicador está disponível em:
http://www.boa vistaservicos.com.br/economia/recuperacao-de-credito/

A Gazeta do Acre: