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Mulheres são minoria na disputa por uma vaga nas eleições de 2014

 De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), dos mais de 506 mil eleitores aptos a votar nas eleições de outubro, 258.233 (50,9%) são mulheres. Os homens representam 248.484 votos (49,1%). Mesmo sendo maioria na hora de votar, quando o assunto é disputa eleitoral, elas se tornam minoria.

Nas eleições deste ano, segundo TSE, dos 594 pedidos de registros à Justiça Federal, apenas 178 foram realizadas por mulheres.

Indagada quanto à resistência das mulheres em disputar cargos nos pleitos eleitorais, a deputada Antonia Sales (PMDB), candidata a vice na chapa de Bittar, acredita que isso ocorre devido à falta de incentivos dos familiares.

“Apesar de termos uma mulher na Presidência da República, ocupamos um ranking ruim e ainda temos um longo caminho a percorrer em questões de gênero. A insegurança e a falta de incentivo e apoio dos próprios familiares acabam contribuindo para que elas se afastem da política”, disse.

A parlamentar afirma ainda que é preciso mudar a prática dos partidos em indicar mulheres apenas para cumprir o que a lei determina. “Não basta apenas indicar mulheres, mas garantir condições para que elas de fato participem”, frisou.

Para a candidata ao parlamento estadual, Nayra Claudinne (PDT), a política ainda é vista como um campo em que apenas os homens estão aptos a atuar.

“Hoje, infelizmente, a cara do Parlamento e da política brasileira é uma cara masculina. Temos que mudar a visão da sociedade de que a política é lugar apenas masculino. Ela tem que ser uma cara com duas faces: um lado masculino e o outro feminino”, pontuou.

Mesmo apresentando um índice baixo, o percentual de candidaturas femininas no Acre neste ano é maior que as registradas nas últimas eleições gerais.

Em 2010, de 331 candidaturas à Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), apenas 67 eram mulheres. Na disputa pela Câmara Federal, de 37 candidatos, oito eram mulheres. A disputa pelos cargos de governador, vice-governador e Senado Federal não contaram com a participação de nenhuma mulher.

Nas eleições de 2014, para o cargo de deputado estadual, 527 pedidos foram registrados. Desse total, somente 157 são mulheres e 370 são homens. Na atual gestão apenas quatro mulheres ocupam uma vaga no Legislativo acreano.

Em relação à Câmara Federal, foram protocolados 63 pedidos de candidatura. Desse total somente 20 são mulheres. Portanto, serão 43 homens e 20 mulheres disputando uma das oito vagas na Câmara Federal. Atualmente duas mulheres ocupam cadeira na Câmara Federal.

O Senado Federal segue a mesma linha da Câmara Estadual e Federal. Nas eleições deste ano, quatro candidatos disputarão a única vaga ao Senado, sendo três homens e apenas uma mulher. Atualmente, as três vagas no Senado da República são ocupadas por homens: Jorge Viana (PT), Aníbal Diniz (PT) e Sérgio Petecão (PSD).

O cargo menos pleiteado pelas mulheres é o de governador. Na disputa pelo comando do Estado, o TSE não protocolou o registro de nenhuma mulher. Portanto, quatro homens disputam o cargo. Elas aparecem apenas como vice em três chapas: Nazaré Araujo vice de Tião Viana; Antônia Sales vice de Márcio Bittar e Daniscleia Mendonça vice de Antônio Rocha. O candidato Tião Bocalom terá como vice Henrique Afonso.

Nacionalmente, as candidaturas femininas, também aumentaram em relação a 2010. Segundo o TSE, as candidaturas este ano apresentaram aumento de 46,5% em relação a 2010. O Brasil possui quase 25 mil candidatos, destes, 7.407 são do sexo feminino, representando 29,73% do total de concorrentes em 2014. Em 2010, elas eram 5.056 (22,43%).

 

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