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“Queremos continuar presidindo a Mesa Diretora”, diz Astério Moreira

_DL_6228O líder do governo na Assembleia Legislativa do Acre, deputado Astério Moreira (PEN) fez uma avaliação desses quase 4 anos de mandato e seu segundo ano como líder do governo no parlamento estadual.

Em entrevista À GAZETA, ele frisou que a intenção do seu partido é eleger 4 dos 6 atuais deputados que disputam as eleições deste ano. Ele deixou claro que o PEN vai requerer a presidência da Mesa Diretora na próxima legislatura. Atualmente, a Mesa é presidida pelo deputado Élson Santiago, tendo como segundo vice-presidente o deputado Jamil Asfury, ambos do Partido Ecológico Nacional (PEN).

Durante a entrevista, Astério contou que estava disposto a deixar a política. O motivo, segundo ele, foi a morte do apóstolo Afif Arão. Astério disse que a morte do seu líder o deixou ‘desmotivado’. Moreira afirmou que o apoio do govenador Tião Viana foi fundamental para repensar a sua desistência e retornar à política.

A GAZETA – Deputado, qual a sua avaliação desses quase 4 anos do seu mandato aqui no parlamento acreano?
Astério Moreira – Eu tenho tido um bom desempenho, principalmente, como líder do governo. É uma função muito grande que me honra muito. Como parlamentar você trabalha em defesa das pessoas e é a melhor coisa. O compromisso com mudança é real na minha vida é por isso que eu luto. Então, nesses 4 anos, apesar de todos os problemas que eu tive, de todos os problemas de ordem pessoal que eu tive, eu consegui superar. Eu tenho lutado com muita convicção pelos meus ideais.

A GAZETA – O senhor é o líder do governo. A relação com os deputados da base é um tanto “conflituosa”. Como lidar com isso?
Astério Moreira – Na verdade eu sou um líder e um deputado que faz a defesa do Estado no campo da ética, do debate. Eu nunca baixei o nível para agredir a oposição. Agredir pessoalmente um deputado. Pelo contrário, mesmo que atacando o nosso governo, eu sempre procuro o diálogo. Nunca baixo o nível do debate.

A GAZETA – Ser líder do governo traz desgastes?
Astério Moreira – Fala-se muito, mas com a Frente Popular sempre foi diferente. O líder do Jorge Viana (PT/AC) foi o Edvaldo Magalhães (PCdoB). No segundo governo do Jorge, o Edvaldo foi reeleito. No governo do Binho (PT), o líder era o deputado Moisés Diniz (PCdoB), reeleito em 2010. Então, é relativo. Têm muitas pessoas que gostam do meu trabalho em defesa de um governo legítimo e de um projeto de sucesso.

A GAZETA – Na transição da liderança do deputado Moisés Diniz para a sua ficou algum atrito? Qual o seu ponto de vista com relação a isso?
Astério Moreira – Pelo contrário. O deputado Moisés Diniz me ajuda até hoje. Além de um colega de bancada, é um grande amigo. É uma pessoa que muito me ajudou. Uma pessoa maravilhosa. Ele sempre diz: “meu líder o caminho é este”.

A GAZETA – O senhor chegou a anunciar a desistência pela reeleição. Pensou até em deixar a política. O que o fez retroceder e disputar as eleições deste ano?
Astério Moreira – Eu tive um problema muito difícil na minha vida que foi a morte do pastor Arão. A morte do apóstolo Arão me abalou muito. Ele que me trouxe para política. Eu já havia saído da política, mas a morte dele me deixou sem rumo, essa é a verdade. Eu pensei em sair da política sim. Mas eu encontrei o braço amigo de outros pastores, como o pastor Alexandre, Edgar, Paulinho e tantos outros que aconselharam a permanecer, pois o meu mandato não estava a meu serviço, mas a serviço da sociedade. O que foi fundamental para mim também foi o governador Tião Viana. A minha relação com ele não é mais uma relação política, mas de amigo. Ele me aconselhou: “Astério, você é um nome bom, tem que permanecer na política, nós precisamos de você”. Eu fui convencido a permanecer. E o meu objetivo é ajudá-lo a reconduzi-lo nesse segundo mandato.

A GAZETA – Antes de ter cargos eletivos, o senhor tinha uma linha oposicionista aos governos da FPA. Hoje o senhor é o atual líder do projeto da coligação na Aleac. Como explicar isso?
Astério Moreira – Eu não fui um político de oposição. As minhas eleições sempre foram na FPA. Como jornalista, eu trabalhei em um meio de comunicação em que eu tinha um programa, sendo que essa emissora era de oposição. Eu era o âncora do programa. Eu fui vereador pelo PSDC pela Frente Popular. Em 2006, 2008 e 2010 eu disputei pela Frente Popular. Ali era uma linha editorial que eu seguia. Eu nem era filiado a partido nessa época. Mas, eu fazia porque fui para trabalhar, eu fui com convicção sim, pois entendia que naquela época era necessário ter oposição no Acre, ter uma oposição boa, serena.
Estou satisfeito de ter feito o meu trabalho, mas em 2004 procurei o prefeito Raimundo Angelim (PT) e disse: “eu ganhei a eleição de vereador pela FPA e eu quero lhe ajudar, porque também em 2002 ajudei a derrotar o senhor”. Não quero trazer o passado de voltar, mas não foram boas gestões. E em 2004 eu passei a ajudar a FPA.

A GAZETA – Falando em PEN, recentemente o suplente de senador, professor Carlos Coelho, anunciou a sua saída da sigla. O deputado Lira disse também que entregaria a direção do diretório municipal. O que houve ali na realidade?
Astério Moreira – Desde o primeiro dia que eu trouxe o PEN para o Acre, eu disse para todos que quem não se sentisse bem poderia sair. O deputado Lira Morais (PEN) está desistindo de uma carreira política. Não houve briga nenhuma, já o secretário Carlos Coelho quis seguir outro caminho. Ele tinha algumas expectativas e o PEN não pôde atender essas expectativas, então eu achei natural a saída dele. Vamos ter que trabalhar muito para construir esse partido. O PEN é um partido novinho, tem só 1 ano no Estado.

A GAZETA – O PEN pretende eleger quantos deputados estaduais, uma vez que ele está no chapão com o PT e o Pros?
Astério Moreira – Temos quatro deputados. Vamos trabalhar para eleger todos eles. São nomes muito bons. Deputado Élson, deputado Segóvia, Jamil… Vamos lutar para que os quatro estejam aqui em 2015.

A GAZETA – Ganhando as eleições, o PEN vai requerer a presidência da Aleac? O Élson, se eleito, deve ser o presidente novamente?
Astério Moreira – Essa é a grande expectativa. Queremos continuar presidindo a Mesa Diretora. Quanto aos nomes, não sabemos. Vamos primeiro ganhar as eleições. O importante é que nós trabalhamos para a reeleição do governador Tião Viana nesse momento.

A GAZETA – Fala-se muito em pressão do Executivo sobre o Legislativo. O senhor recebe algum tipo de pressão sendo o líder do governo para que as matérias sejam aprovadas  ou não, por exemplo?
Astério Moreira – Nunca fui pressionado. O governador Tião Viana nunca me fez um pedido que não fosse dentro do campo da ética, do respeito, institucional e republicano. Tenho na pessoa do governador Tião Viana um homem de caráter. Você convive, você conhece. Um bom cristão. Uma pessoa que muito me orgulha de ser seu líder no parlamento acreano.

A GAZETA – O senhor acredita numa possível derrota da Frente Popular este ano? Passa isso pela sua cabeça?
Astério Moreira – Eu acho que a FPA tem a credibilidade.  As pessoas tem medo de mudar. O projeto é bom, o projeto é exitoso. Eu creio na reeleição do governador e creio também na eleição da deputada federal Perpétua Almeida para o Senado Federal. Acho que a população está satisfeita com o nosso governo. Os erros existem, mas sempre tentamos acertar.

A GAZETA – O senhor falou em erros. Qual o senhor citaria?
Astério Moreira – A Frente Popular poderia ter investido muito mais tempo na zona rural. Esse é um dos erros. No passado poderia ter investido direto na agricultura. Hoje vemos o governador incentivando os produtores a plantarem. Acredito que os primeiros governos da FPA deixaram a desejar nesse quesito.

(Foto: Cedida)

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