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Vereadores da Capital aprovam PL que quer mais negros em publicidades

A Câmara de Vereadores de Rio Branco aprovou, por unanimidade, na quarta-feira, 9, o projeto de lei 50/2014 que prevê uma maior participação de negros em peças publicitárias produzidas pelos órgãos da administração municipal.

Para Maria Cláudia Barreto, que em 2006 foi eleita Miss Acre, vice-Miss Brasil e campeã do Miss Brasil Beleza Internacional, o projeto representa um avanço, uma vez que a presença do negro na publicidade ainda é pequena. No entanto, a acreana lamenta ainda que seja necessária uma lei para regulamentar esse tipo de coisa.

“Creio que é uma evolução grande, até porque a gente quase não vê pessoas negras fazendo campanhas. Existe mais quando a pessoa já é conhecida. É bem importante, porque faz com que as pessoas vejam que, independente da cor, todos precisam ter oportunidade. Mas acho que não precisava de lei, as pessoas deveriam tomar iniciativa independente”, ressalta.

Atualmente com 30 anos e distante do trabalho como modelo devido à faculdade em Manaus (AM), Maria Cláudia conta que o interesse pelo mundo da moda começou cedo, aos 13 anos. Ela lembra que, na infância, sempre que havia algum concurso na capital acreana, a mãe a inscrevia. Aos 23 anos, quando concorreu e ganhou o concurso Miss Acre, ela relata que sofreu preconceito por ser negra.

“Quando ganhei o concurso, sofri preconceito. Ouvi pessoas perguntando ‘o que essa negrinha de cabelo ruim vai fazer no Miss Acre’. Infelizmente, querendo ou não, existem pessoas preconceituosas, de mente pequena. E depois que consegui uma boa colocação, essas pessoas mudaram o conceito em relação a mim. A gente tem que respeitar o ser humano em si, na sua essência, e não tirar impressões pela sua cor ou outra coisa”, relata Maria Cláudia.

O projeto de lei 50/2014 deve seguir para ser sancionado pelo prefeito da Capital, Marcus Alexandre.

Para a vereadora Eliane Sinhasique (PMDB-AC), autora do projeto, a medida é importante para que os rio-branquenses se habituem com a presença do negro no meio publicitário institucional.

“O projeto prevê que todas as peças publicitárias da administração municipal utilize de forma proporcional os negros. As pessoas precisam se habituar a verem pessoas negras no seu cotidiano e a televisão faz parte disso. O município, como ente público, deve fomentar isso, estimulando a participação do negro nas peças publicitárias”, afirma Sinhasique. (Caio Fulgêncio / G1/AC)

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