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Críticas: justas e injustas

Aquém, ou abaixo, da crítica como arte e faculdade de analisar ou julgar obras de natureza artística, literária ou científica, existem outros tipos de crítica; duas são comum a todos: a justa e a injusta. Fugir da crítica é mais fácil que lidar com ela. A maioria das pessoas evita o risco de serem criticadas assumindo uma posição neutra em questões controversas. Políticos evitam as críticas defendendo veementemente os dois lados da questão, sem se importar se são questões ambíguas. Casais evitam as críticas com o fim de esconder a verdade. Falar a verdade nua e crua comumente causa problemas e conflitos. P. ex, vimos nesta semana, em rede social ou de intriga, um líder “evangélico” fazer severas críticas aos seus colegas de “ministério religioso” envolvidos com política partidária, culminando por tachá-los de “CANALHAS.” Como a afirmação não foi desmentida publicamente, parece que alguns vestiram a carapuça.

Na vala comum da existência humana, algumas críticas são geradas por pura inveja. Conta-se que certo homem tinha orgulho do talento do seu cachorro. O animal era perito em buscar pedaços de gravetos atirados ao longe. Certo dia, em quanto estava na praia, o dono do cachorro orgulhosamente, fez uma demonstração a um homem que estava por perto. “Veja isso!” Atirou um pedaço de madeira em direção ao mar. O cachorro correu imediatamente, lançou-se à água e, nadando, conseguiu pegar o toco de madeira e o trouxe de volta ao seu dono. O homem que presenciou a maestria balançou a cabeça, replicando: “Que pena. Seu cachorro não sabe mergulhar!” Contudo, o mundo inteiro sabe que a inveja é uma titica de galinha!

Homens públicos, não deveriam temer as críticas, mas usá-las como ferramentas para melhorar seu desempenho em prol da sociedade. Não permitir que “critiquices” ou críticas injustas destruam o propósito de bem servir. Mesmo porque uma característica do fascismo é não aceitar críticas, mesmo as infundadas, advindas notadamente da mídia. Aliás, dos meios de comunicação, no passado a  mais temida era a “imprensa marrom”. Hoje, é a tal de imprensa “chapa branca”. No entanto a mais perversa é aquela que traz a marca do “jornalismo verdade”. Aquela que vulgariza o fato!

Para não dizerem que estou imiscuindo-me em questões, das quais não tenho conhecimento, cito a seguir opiniões de renomados jornalistas, sobre o assunto: “o papel do jornalista pode representar uma figura aliada de Deus ou do Diabo. Existem profissionais na imprensa que fazem o chamado jornalismo vulgar, como se fosse os donos do mundo, criando fama em cima das desgraças dos outros. Julgam-se acima do bem e do mal”.

Outra opinião diz: “Alguns jornalistas absolvem, ou condenam as pessoas, segundo seus próprios julgamentos. Chamam o cara de canalha, vagabundo entre outros adjetivos impublicáveis”.

A propósito, reza uma declaração universal dos direitos do homem, dentre as muitas existentes por aí, que todo indivíduo acusado de um ato delituoso tem seu direito de ser presumido inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público, no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias a sua defesa.

A informação que se tem é que em países europeus, exemplo da Grã-Bretanha, os cidadãos têm seus direitos respeitados. Lá quem duvida da integridade do outro assume o ônus da prova.  Não se quer afirmar aqui, que nesses países não existam injustiças sociais, mas, são exceções que fogem a regra.

Por outro lado, excepcionalmente, em países do lado de cá, entre eles o Brasil, o que se vê, rotineiramente, são acusações, na maioria irresponsável, que vão desde as camadas inferiores da sociedade ao Congresso Nacional. Aqui o cara diz que você é ladrão e pronto! Dependendo de quem fez ou faz a afirmação, no outro dia, você estará execrado junto à opinião pública. Por que isso acontece? Porque, desgraçadamente, a imprensa, em nome do tal “jornalismo verdade”, fenômeno com explicação na curiosidade das pessoas em relação à violência, acidentes, escândalos, crimes e exploração da miséria humana, passou a assumir a função do Ministério Público e, alguém tem dito, virou um balcão de reclamações do povo.

*Pesquisador  Bibliográfico em Humanidades.
E-mail: assisprof@yahoo.com.br

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