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Fieac explica aumento do custo da construção civil no Acre

Segundo matéria veiculada esta semana em diversos jornais locais, o custo da construção civil no Acre teve o segundo maior aumento do metro quadrado em julho de 2014, chegando a 4,39%. Vale destacar que as informações são baseadas em pesquisas realizadas e divulgadas pelo IBGE.

Para a Federação das Indústrias do Estado do Acre (Fieac), seria altamente recomendável que o consumidor acreano analisasse criticamente esse tipo de informação, e nesse processo, considerasse fatores explicativos diversos, no intuito de evitar comparações precipitadas, principalmente com custos e preços de outros Estados.

No início do ano, o Estado do Acre ficou totalmente isolado em função da cheia do Rio Madeira, que, sem dúvidas, precisa ser considerado em qualquer tipo de avaliação realizada com base nas informações sobre preços e/ou custos. Em virtude do isolamento que o Estado foi submetido, ocorreu uma elevação significativa nos preços de fretes e seguros.

“Era bastante previsível que os aumentos de preços acontecessem. Não só aumentos no custo do metro quadrado da construção, mas nos preços dos bens econômicos de um modo geral. No período crítico, inclusive, transportadoras se recusavam a estabelecer contratos com o empresariado acreano”, destacou o presidente da Fieac, Carlos Sasai.

O Acre ainda é um estado importador da maioria das matérias-primas e materiais secundários, utilizados na fabricação dos bens aqui processados. Como também é importador da grande maioria de bens finais aqui consumidos pela população. “Qualquer consumidor percebe essa evidência quando realiza compras nos supermercados das cidades acreanas. Constatação que indica, inclusive, como é urgente a implantação de políticas agressivas de substituição de importações no Acre”, destacou o economista Carlos Estevão.

Para Sasai, a interdição da rodovia trouxe grandes prejuízos para o Estado. No segmento industrial o impacto foi significativo – prejuízos ultrapassaram R$ 200 milhões, como também foi para o bolso dos consumidores acreanos que sofreram com o encarecimento dos produtos diversos, entre eles os gêneros alimentícios e de primeira necessidade.

De acordo com pesquisas de preços médios de materiais de construção que a FIEAC realiza em parceria com o Sindicato da Construção Civil (Sinduscon), utilizando como referência os preços de venda praticados em 37 estabelecimentos comerciais da capital, esse aumento foi observado e analisado.

Segundo a pesquisa citada, em janeiro de 2014 comparado com dezembro de 2013, os preços da cesta básica de materiais de construção civil em Rio Branco caíram cerca de 4,5%, em média. Isso em função do período de chuvas amazônicas que, comprovadamente, reduz a quantidade de obras. Em fevereiro, antes do isolamento do Estado, os preços dessa mesma cesta apresentaram certa estabilidade – leve aumento de 0,9%. Mas, no mês seguinte, após o isolamento, observaram-se aumentos consideráveis, cerca de 6% em março.

Entretanto, os níveis do período anterior à cheia ainda não foram recuperados, o tempo médio de recuperação dos prejuízos deverá girar em torno de 7 meses. “Esse período de recuperação é preocupante quando consideramos que nada foi feito na BR 364, que ficou parcialmente destruída. É sempre bom lembrar que o inverno já se aproxima e se nada for feito, o Estado novamente poderá ficar isolado”, ressaltou Sasai.

Observa-se que na época da alagação houve compromisso do Governo Federal de que haveria uma ação imediata para reconstrução da BR 364, trabalhos que, como citado pelo presidente da Fieac, até hoje ainda não foram iniciados.

 

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