Ícone do site Jornal A Gazeta do Acre

Cadeias de suprimento sustentáveis são debatidos no segundo dia do GCF

Encontro de governadores acontece pela primeira vez no Brasil
Encontro de governadores acontece pela primeira vez no Brasil

O segundo dia da Reunião Anual da Força-Tarefa de Governadores para o Clima e Florestas (GCF) realizado em Rio Branco foi marcado pela discussão sobre a ligação entre os programas jurisdicionais de REDD+ e as cadeias de suprimento sustentáveis, com a apresentação de casos como o do Rabobank, instituição financeira que busca promover o setor de alimentos e o agronegócio com foco na sustentabilidade.

As cadeias de suprimento sustentáveis e as iniciativas de REDD+ caminham em paralelo com a mesma meta – o desenvolvimento com baixas emissões de carbono – e os novos arranjos apontam caminhos que também conectem o mercado e os produtores com os governos locais para um trabalho mais efetivo de redução de desmatamento.

As reuniões da Força-Tarefa dos Governadores para o Clima e Florestas procurarão estabelecer a troca de experiências entre os estados, a construção de novas políticas, o fortalecimento das redes de apoio institucionais e sociais, além de promover capacitações envolvendo o REDD +, que promove pagamentos por resultados na redução das emissões de carbono e gases de efeito estufa (GEE).

Dentre as iniciativas discutidas no painel sobre financiamento público e privado para programas jurisdicionais de REDD+, destaca-se o caso da Companhia de Desenvolvimento de Serviços Ambientais do Acre (CDSA), mecanismo criado para fomentar e desenvolver estratégias voltadas à captação de recursos financeiros e investimentos nos programas, subprogramas e projetos, buscando investidores privados para tornarem-se sócios do processo.

Para o secretário de Estado de Meio Ambiente do Acre, Carlos Edegard de Deus, o evento é muito significativo, porque traz ao Acre, ao Brasil e ao mundo a inovação de saber organizar os processos produtivos sem causar danos ao meio ambiente, principalmente no que se refere às florestas. “Não estamos recebendo este evento à toa, mas pelo que avançamos nesses quase vinte anos de trabalhos em prol da sustentabilidade”, destaca.
O conselheiro sênior e líder do Projeto CGF, Willian Boyd, destaca a importância do trabalho acreano dentro desse contexto: “O Acre é considerado paradigma que serve de base para outros estados membros, não apenas no Brasil, mas também no mundo”.

Sobre o evento Boyd afirmou que o principal motivo para a criação do CGF é dar força e suporte para essa representação de governadores e diversos agentes dos setores públicos e privados, além dos parceiros das comunidades indígenas e extrativistas, com o objetivo maior de lançar essa plataforma para que esses personagens possam exercer sua posição de liderança em seus países e no mundo.

Agenda para quarta-feira, 13
No terceiro e último dia de Reunião, durante o seminário “Do REDD+ ao Desenvolvimento de Ações com Baixas Emissões e Justiça Social”, será lançado o Concurso de Artigos Científicos que serão publicados na Revista da Procuradoria-Geral do Estado do Acre, com premiação aos três primeiros colocados. Para às 19h está marcado o fechamento da Reunião Anual do GCF com a apresentação das decisões e recomendações dos delegados.

Como funcionam os Créditos de Carbono?
Toda a vida na Terra contém carbono e emite carbono. Nos processos naturais, o carbono expelido não compromete o equilíbrio ambiental. Quando, por outro lado, ocorre em grande escala num período curto de tempo – como nas queimadas e desmates em larga escala – a quantidade emitida para a atmosfera é muito maior, causando desequilíbrios e potencializando alterações climáticas drásticas.

No Acre, estima-se que as florestas retenham, em média, 123 toneladas de carbono por hectare. Multiplicando esse valor pela quantidade de hectares que deixamos de desmatar, verificáveis por meio do sistema de monitoramento por satélite Prodes, adotado no país, obtêm-se o valor do crédito de carbono. A conta para os pagamentos envolve, assim, o monitoramento da atividade de desmatamento em quilômetros quadrados ou taxa de desmatamento, multiplicada pelas toneladas de carbono estocadas na floresta.

(Foto: Ideia Comunicação)

Sair da versão mobile