A Companhia de Teatro Garotas Marotas de Rio Branco/AC, emocionou o público com o espetáculo “Solamente Frida”, no último domingo, 17, no Teatro Sesc da Esquina, Curitiba/PR. Em temporada pelo Brasil, a companhia está circulando por 26 cidades por meio do projeto Palco Giratório, Rede Sesc de Intercâmbio e Difusão de Artes Cênicas, Circuito 2014. A próxima apresentação será em São Paulo/SP.
No palco, Clarisse Baptista vive a pintora mexicana, Frida Kahlo, e arranca lágrimas e gargalhadas da plateia. Ainda jovem, Frida foi vítima de uma tragédia num bonde, com muita força sobreviveu e transmutou sua dor em arte com franqueza e pitadas de humor e fantasia. Em cena, o ator Nonato Tavares interage com a atriz dando vida as várias facetas de Frida e suas paixões.
A magnitude do personagem foi bem explorada pela presença cênica dos atores, que transmitiram com cuidado a intimidade de uma das figuras mais emblemáticas do México. “É bom ver que apesar de falarmos de uma personagem de outro país, de outro tempo, estamos contando uma história simples, falando de todos nós”, disse a atriz.
Clarisse também contou que um de seus maiores desafios na preparação do personagem foi iniciar o trabalho sem roteiro. “O mais difícil foi começar sem texto, mas a direção de Callejas me deixou muito à vontade, livre e ao mesmo tempo muito segura. Nós atores precisamos cuidar do nosso trabalho e entregar ao público um espetáculo bem feito. O que vai acontecer com cada um que vai nos assistir, está fora do nosso controle”, afirmou.
Para Tatyane Ravedutti, curadora regional do Projeto Palco Giratório Paraná, foi uma surpresa receber o espetáculo no momento em que o Museu Oscar Niemayer (MON) está com a Exposição “Frida Kahlo e suas fotografias” pela primeira vez no Brasil. “Essa confluência de programação potencializa. Muita gente que estava na Exposição, ficou sabendo do espetáculo e foi assistir”, explicou.
De acordo com a curadoria do evento, “Solamente Frida” teve o melhor público da programação do Palco Giratório Paraná, que começou dia 08 e segue até 24 de agosto.
A impressão da plateia curitibana
Considerada uma das cidades teatrais do país e com um público bem crítico, Solamente Frida não só agradou como comoveu a plateia curitibana.
Atenta ao desempenho dos atores, Dafne Boni, 25 anos, sentiu o grito sufocado das angústias de Frida. “A sensação da dor foi mais forte, pra mim. Tudo que passou no espetáculo foi para que a gente sentisse mesmo essa dor da história dela, com frases marcantes que conduzem essa sensação”, disse.
Para Marcelo Barbosa, artista, 26 anos, o que mais o atraiu foi o visual do espetáculo. “A parte estética me chamou muita atenção, o figurino, a iluminação e cenário. No geral, o espetáculo passa uma sensação muito boa”, avaliou.
“O trabalho de atriz dela (Clarisse) é uma coisa espetacular, muito bem pensada, delicada e ao mesmo tempo de uma potência muito forte. Eu não tinha ideia que o espetáculo seria tão potente. A composição da imagem, a fotografia, a cenografia, a impressão visual é muito forte. O uso bem colocado da voz gravada e a interpretação dela é uma das coisas mais potentes que eu já vi nos trabalhos que têm circulado por esse projeto. Mas não é só isso, eu chorei três vezes”, afirmou Tatyane Ravedutti.
O atual trabalho da Companhia Garotas Marotas iniciou em parceria com o Grupo Boliviano e colaboração do Teatro de Los Andes. Em 2012 o grupo circulou pela região Norte com o projeto Amazônia Legal. A peça tem direção assinada por Gonzalo Callejas e Alice Guimarães, encenada por Clarisse Baptista e Nonato Tavares, com texto de Clarisse Baptista e Alice Guimarães. (Roberta Marisa / Assessoria/ Foto: Mônica Tavares)
