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Jorge Viana fala sobre obras e garante a vinda do ministro dos Transportes ao Acre

Senador acompanha a situação das estradas regularmente e articula melhorias para elas
Senador acompanha a situação das estradas regularmente e articula melhorias para elas

O senador Jorge Viana (PT) concedeu entrevista exclusiva À GAZETA para falar sobre o andamento das obras de recuperação das rodovias no Acre e do trecho da BR-364 danificada pelo transbordamento do Rio Madeira no início deste ano. Ele também falou sobre a construção da ponte sobre o Rio Madeira que já está em execução e garantiu a vinda do ministro dos Transportes, Paulo Passos, nos próximos dias. De acordo com Viana, Passos deve percorrer a 364 entre Rio Branco e Porto Velho, oportunidade em que deverá conhecer os pontos mais críticos da rodovia.

Veja a seguir a íntegra da entrevista:

Senador, há alguns dias o senhor teve em uma audiência com o ministro dos Transportes Paulo Passos e com a direção do Dnit em que estavam com o senhor o presidente da Federação do Comércio, Leandro Domingos, o presidente da Associação Comercial do Acre, Jurilande Aragão, o representante da Rede de Supermercados do Acre, o Aldenor Araújo, além do senador Aníbal Diniz e os deputados federal Perpétua Almeida e Taumaturgo Lima. O que foi tratado nesse encontro?
J.V.: Eu  marquei uma audiência a partir de uma solicitação do governador Tião Viana que estava preocupado com o andamento das obras dentro do Estado de Rondônia, na BR-364, sentido Porto Velho/Rio Branco, e, também, com o ritmo das obras aqui, de recuperação do anel viário da BR-317, de Rio Branco até Assis Brasil, e da BR-364, no trecho até o acesso ao aeroporto, do aeroporto até Bujari e do Bujari até Sena Madureira.

O ministro Paulo Passos nos recebeu e nós fizemos um relato das dificuldades que o Acre estava vivendo, principalmente com o não início das obras no trecho que ficou alagado na BR-364, em Rondônia, e que a não recuperação no período de verão seria de grande prejuízo para o Acre, pois o custo do transporte das mercadorias está ficando mais caro porque a viagem está mais longa e, ao mesmo tempo, nós queríamos saber da ponte do rio Madeira e do andamento das obras aqui se poderiam acelerar.

O ministro assumiu uma série de compromissos de agilizar as obras da da ponte sobre o rio Madeira e, também, sobre o início das obras no trecho, que mais emergencial para o Acre que é o trecho que ficou submerso, que, somando todo, dá 10 quilômetros. Mas não é que seja 10 quilômetros de estrada, é somando dois ali, dois ali, mais quinhentos metros acolá… Somando tudo da dez quilômetros que ficaram destruídos da ponte do Abunã até Porto Velho, aquela região que ficou submersa e um pedaço pequeno do Abunã pra cá. Falei recentemente com o responsável do Dnit Acre e Rondônia, Fabiano Martins da Cunha, e ontem [quinta-feira] conversei com o ministro dos Transportes Paulo Passos. Tratamos do da vinda pro Acre e estamos preparando uma agenda para esse momento. A previsão é de que até o final de agosto e início de setembro nós vamos fazer uma viagem comigo até a ponte do Madeira. Juntos, vamos inspecionar as obras de recuperação desse trecho da estrada entre o Abunã e Porto Velho.

Já tem alguma previsão de início das obras de construção da ponte sobre o Rio Madeira?
J.V.: Sobre a ponte do rio Madeira, eu acho lamentável que alguns tentem tirar proveito dessa obra que é tão necessária. Tem uns fazendo denúncias infundadas contra a presidenta Dilma e outros tentando tirar casquinha a ponto de darem uma informação equivocada para o candidato a presidente, o senador Aécio Neves, que esteve aqui. Eu acho que fizeram uma maldade com ele quando tentaram fazê-lo prometer uma obra que já está contratada, que está em execução e que vai, agora, com o rio baixando, começar as fundações. Isso está acontecendo a partir de uma decisão da presidenta Dilma Rousseff.

Na ponte do Rio Madeira, por exemplo, já foi gasto R$ 3 milhões. No mês passado, foram feitas as sondagens dentro do rio para a construção das colunas, obra que deve iniciar antes do dia 15 de setembro. Os canteiros de obras já estão instalados.

Ainda sobre a ponte, a cheia do Rio Madeira de alguma forma trouxe prejuízo para o andamento das obras?
J.V.: Sim e não. Essa ponte já era para estar pronta há dez anos. Nós fizemos todas as pontes no Acre quando eu estava no governo, com o governador Binho, com o governador Tião Viana. Todas elas com o apoio do governo do presidente Lula e da presidenta Dilma. Essa ponte do Madeira tinha um inimigo invisível. E tem outra coisa, ela está dentro do Estado de Rondônia e nós não podemos, do Acre, obrigar a fazer uma obra lá em Rondônia. Esse inimigo invisível que ninguém enfrentava é o dono das balsas que fazem serviço de travessia do rio Madeira. Ele entrou, em pelo menos dez ocasiões, com ações contra a execução dessa obra. Ele pagava advogados e conseguia anular as licitações. Felizmente, essa última passou. O projeto tem recursos garantidos. Tá dentro do PAC, o programa que acelera crescimento. O projeto passou por uma reformulação por conta da cheia do Madeira. O tamanho da ponte foi aumentado e a altura dela também. Nesta obra já foram investidos R$ 3 milhões.

Ainda persistem alguns problemas com o dono das balsas?
J.V.: Sim. Um desse problemas, por exemplo, é que ele não autorizou que o canteiro de obras fosse na margem do rio. Por isso, o canteiro está instalado há quase 15 quilômetros de distância, na entrada do balneário de Fortaleza do Abunã. Essa é uma dificuldade a mais e eu acho isso um abuso, um absurdo. Acho que o Ministério Público e o próprio governo deveriam desapropriar uma margem, porque a legislação permite, haja vista que se trata de margem de rio, que está sob a responsabilidade da Marinha. Esse exemplo mostra o grau de dificuldade que tem sido enfrentada para a construção da ponte e o interesse econômico de uma pessoa que quer prejudicar uma região, um estado inteiro, uma ligação, inclusive, com o exterior, por conta do seu negócio particular, negócio esse que tem se mostrado uma mina de ouro que ele explora sozinho há décadas.

 Outra reivindicação de empresários, além da ponte, tem sido com relação aos trechos destruídos durante o alagamento do rio Madeira. Quais são as informações atualizadas a respeito dessa obra?
J.V.: É até mais grave essa situação, porque o preço do frete das mercadorias de Porto Velho para o Acre está mais caros. A viagem está mais longa. O trecho danificado é pequeno. Antes, já havia um projeto em execução para fazer um recapeamento da estrada no trecho do Abunã até Porto Velho. Agora, ele foi modificado para fazer a reconstrução. Mas essa é uma obra que também já está acontecendo. Ela já começou, e isso e uma informação nova. Eu confirmei essa informação com o Ministério dos Transportes, com o ministro Paulo Passos e com o diretor do Dnit. A obra vai ser concluída antes das chuvas começarem. Mas nós devemos seguir cobrando, porque, nesse primeiro momento, nós temos que recuperar a estrada. O projeto que vai elevar o nível da pista, em alguns lugares até três metros, também está sendo feito. Lamentavelmente, esse projeto precisa de licença ambiental, precisa de todas as autorizações. A obra, portanto, deve começar um pouco mais adiante. Mas essa é uma obra fundamental, pois não podemos continuar refém do clima. Se vier uma cheia como aquela, certamente o Acre pode sofrer sérias consequências. Mas, quero dizer que a recuperação da estrada como cobramos na audiência com o ministro já começou e será feita muito rapidamente. Provavelmente, até o final de setembro esses dez quilômetros devem estar prontos.

Durante o alagamento do rio Madeira, ocorrido no início deste ano, chegou-se a cogitar que a culpa era das obras de construção da hidrelétricas que estão executadas naquele rio. Tem algo de procedente nisso?
J.V.: Não podemos descartar que a formação de um lago no entorno de uma estrada possa vir a criar algum dano. Mas o que vimos é que essa cheia se deu a 600 quilômetros de distância das hidrelétricas, rio acima e se deu, também, em todo rio abaixo. Houve uma concentração de chuva que não era registrado cem anos nessa região. Nós temos que nos prevenir contra o lago das hidrelétricas ou não. Por isso, estrada precisa subir de nível para que o Acre nunca mais fique isolado por conta de estrada ficar submersa. Isso a engenharia pode resolver. Isso, investimentos podem resolver. Nesse sentido eu não tenho dúvidas que a prioridade será a de elevar o nível da BR-364 e fazer a ponte no rio Madeira. São duas questões fundamentais depois de, emergencialmente, como está garantido pelo Ministério, recuperar o trecho que foi destruído da BR até o final de setembro. Terminando essa obra, a construção da ponte e a elevação da rodovia passarão a ser as coisas mais importantes. São obras dentro do Estado de Rondônia, mas que afetam diretamente o Acre e à nossa economia. Afetou toda a população do Acre, especialmente quem faz negócios, que exporta produtos ou que importa produtos.

Com relação ao transbordamento do rio sobre a rodovia, o governo conseguiu, com muito empenho, evitar que o isolamento via terrestre trouxesse maiores prejuízos para o Acre. Foram criadas alternativas bem interessantes para garantir o abastecimento de produtos de primeira necessidade, entre elas, podemos destacar, a importação de produtos do Peru. Podemos então considerar que esse foi um ponto positivo, ou seja, uma maior integração com o Peru e Bolívia?
J.V.: Quando nós fizemos a Estrada do Pacífico foi com esse propósito. Ou seja, de abrir uma outra entrada e saída para o Acre. Isso é real. As pessoas estão indo, estão vindo. A gente põe alguns produtos já no Peru, como alguns da área agropecuária que já cria um comércio com o Peru, mas, também, temos importado alguns produtos. Isso aconteceu mais intensamente durante a cheia do Madeira. O que nós temos que fazer é reduzir as barreira que existem e que impedem o comércio entre os dois países. É uma burocracia que encarece o comércio. Essa barreira que eu, como senador, ou os outros colegas parlamentares, junto com o governo, temos que derrubar. Eu estou propondo, inclusive, a realização de um seminário aqui. Isso o governador Tião Viana também defende. Vamos fazer um seminário tão logo passe essa eleição. Será um encontro onde a gente possa trazer todas as autoridades da esfera federal brasileira e federal peruana. Mas não para discutir produtos; vender ou comprar produtos, mas para discutir como que a gente retira essas barreiras que são desde a área sanitária, da área da Receita Federal, da Vigilância Sanitária, da Vigilância Agropecuária, entre outras. Entretanto, particularmente, acho que nunca podemos abrir mão de tirar lições dessa cheia do Madeira, pois foi aí que passamos a usar os nossos rios que foram fundamentais para o transporte de carga pesada, que é mais barato. Eu mesmo estou fazendo estudos pra que a gente possa estimular, com incentivos fiscais, o transporte por água daqui pra Manaus, de Manaus pra cá. A gente viveu sempre em função disso e, na hora da cheia do Madeira que nós perdemos a estrada, aí, de novo, voltamos para um transporte que nos abasteceu durante cem anos.

Outra pauta que foi tratada na audiência com o ministro dos Transporte foi a obras de infraestrutura aqui no anel viário de Rio Branco e da BR-364 entre Rio Branco e Sena Madureira. Quais são as novidades a esse respeito?
J.V.: São três contratos que estão sendo executados. O primeiro é o da BR-317. Aliás, eu quero aproveitar para cumprimentar o governo da presidenta Dilma, o Ministério dos Transportes e o Dnit pela qualidade do serviço que está sendo feito. Essa rodovia estava muito danificada. Recentemente, eu fiz a vistoria nessas obras e pude comprovar a qualidade do trabalho que está sendo executado. O anel viário de Rio Branco, que também foi feito há mais de dez anos, também está sendo feito um trabalho muito bom, um trabalho que vai nos dar mais uns dez anos de tranquilidade no uso dessa rodovia, que é a Via Verde, que eu fico muito feliz de ter construído. A obra do acesso ao aeroporto também vai ficar pronta rapidamente. Do mesmo jeito, a rodovia BR-364 até Sena Madureira, passando pelo Bujari, está em rápida execução. A população não pode ficar com a estrada tão danificada igual estava. Essa obra tá chegando atrasada, mas agora, também, o reparo será feito e vai deixar a estrada nova. A estrada vai ficar novinha e nós vamos ter muito o que agradecer à presidenta Dilma, ao Ministério dos Transportes e ao governador Tião Viana por conta de nós termos realizado. Agora nó estamos comemorando a conquista dessas obras e parabenizando a presidenta Dilma, o Dnit e o Ministério dos Transportes pela qualidade das obras que estão sendo feitas. (TIÃO VITOR/ Foto: Assessoria)

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