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Morte trágica de Eduardo Campos deixa o Brasil de luto

Avião caiu sobre vários imóveis em área residencial de Santos/SP
Avião caiu sobre vários imóveis em área residencial de Santos/SP

O candidato à Presidência da República, Eduardo Henrique Accioly Campos, que disputava as eleições pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), morreu na manhã desta quarta-feira, 13, após acidente de avião em Santos, no litoral de São Paulo.

O jato em que estava o candidato decolou do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, e pousaria na Base Aérea de Santos, no Guarujá (86 km de São Paulo). Quando se preparava para pouso, o avião arremeteu devido ao mau tempo. Em seguida, a aeronave caiu. Havia sete pessoas a bordo do avião. Não houve sobreviventes.

Na lista dos mortos estavam o fotógrafo Alexandre da Silva, os assessores Carlos Augusto Leal Filho (Percol) e Pedro Valadares Neto, o candidato à presidência Eduardo Campos, os pilotos Geraldo da Cunha e Marcos Martins, e o cinegrafista Marcelo Lira.

O presidenciável, que havia completado 49 anos no último dia 10, morreu no mesmo dia em que o avô Miguel Arraes. Os dois foram governadores de Pernambuco e, em suas épocas, se transformaram na principal referência política do Estado.

Arraes, um dos ícones do MDB na época do combate à ditadura militar, faleceu há nove anos, no dia 13 de agosto de 2005. Arraes foi o mentor político do neto.

A ex-senadora Marina Silva, candidata a vice-presidente na chapa de Campos, também estava no Rio e embarcaria juntamente com o presidenciável, porém, de última hora, Marina mudou a rota e decidiu embarcar em um avião de carreira com assessores.

Marina Silva referiu-se ao acidente que vitimou Campos como uma tragédia para a política brasileira. “Oro a Deus que neste momento sustente a família de Eduardo Campos. Essa é, sem sombra de dúvida, uma tragédia para a política brasileira. O Brasil perde um homem e político honrado”.

A vice na chapa de Campos também relembrou os últimos momentos que teve com o presidenciável. “Foram dez meses de intenso contato. Nesse período aprendi a admirá-lo e confiar em suas atitudes e ideais de vida. A imagem que quero guardar de Eduardo é a da nossa despedida na véspera dessa tragédia. Ele estava muito alegre e sonhando com um Brasil melhor”, disse.

A presidente e candidata a reeleição, Dilma Rousseff (PT) declarou luto oficial de três dias e, assim como o candidato do PSDB, Aécio Neves, suspendeu os compromissos de campanha.

“O Brasil inteiro está de luto. Perdemos hoje um grande brasileiro, Eduardo Campos. Perdemos um grande companheiro. Estou tristíssima. Minhas condolências aos familiares de todas as vítimas desta tragédia”, disse a presidente.

Ex-governador era um exemplo de pai de família
Ex-governador era um exemplo de pai de família
Carlos Percol e Alexandre Severo também morreram
Carlos Percol e Alexandre Severo também morreram

 

O cinegrafista Marcelo Lyra e o ex-deputado Pedro Almeida Valadares também estavam entre as vítimas
O cinegrafista Marcelo Lyra e o ex-deputado Pedro Almeida Valadares também estavam entre as vítimas

(Fotos: Divulgação)
Morte de Eduardo Campos tem grande repercussão nas redes sociais
A morte do presidenciável teve grande repercussão nas redes sociais. Diversos parlamentares postaram mensagens lamentando a morte do candidato. O deputado Marcio Bittar (PSDB), em sua página no facebook, lamentou a morte do presidenciável Eduardo Campos (PSB).

“Recebi com perplexidade, tristeza e choque a notícia do acidente que vitimou o ex-governador Eduardo Campos. Conheci Eduardo durante meu primeiro mandato como deputado federal e guardo dele a imagem de um político sério, comprometido com seus ideais, e extremamente agradável e carismático. A democracia brasileira perde um dos seus jovens talentos que vinha oxigenando o horizonte político nacional”, disse.

Tião Bocalom (DEM), candidato ao governo pela coligação Produzir Para Empregar, considerou o fato uma tragédia e destacou as últimas palavras ditas por Campos em entrevista ao Jornal Nacional, nesta terça-feira, 12.

“Destacamos uma das últimas palavras de Eduardo Campos na entrevista realizada ao Jornal Nacional, na noite de ontem: “Não vamos desistir do Brasil”. Um sentimento de mudança que deve continuar no coração de todos. Nossa solidariedade aos familiares e amigos do candidato e passageiros da aeronave”, disse.

O candidato ao Senado, Gladson Cameli (PP), prestou solidariedade à família de Campos em sua Fanpage, no facebook. “Nesse momento se superam as diferenças políticas para expressar nossa solidariedade a toda à família, amigos e partidários de Eduardo Campos. Seus sonhos de um Brasil melhor continuarão vivos”, disse.

A deputada Perpétua Almeida (PCdoB), candidata ao Senado, também se manifestou a respeito da morte do presidenciável em sua página na rede social.


Coligação de Campos e Marina terá 10 dias
para indicar o novo nome para a disputa

Marina teria que deixar de ser vice para assumir candidatura
Marina teria que deixar de ser vice para assumir candidatura

Com a morte de Eduardo Campos, o PSB terá até 10 dias para indicar o substituto para concorrer nas eleições deste ano. De acordo com a legislação eleitoral, a preferência na substituição é de integrantes do partido, mas as outras legendas que compõe a chapa também poderão indicar pessoas dos seus quadros para se tornar o cabeça de chapa. Essa possibilidade permite que a Marina Silva possa assumir a disputa. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), quem for substituir Campos, deve sair da indicação aprovada por maioria absoluta das executivas das siglas que formam a coligação Unidos para o Brasil, formada por PSB, PPS, PPL, PRP e PHS.

Dilma Rousseff decreta luto oficial de 3 dias após morte de Eduardo Campos. Eduardo Campos morre no mesmo dia do avô, Miguel Arraes. Morte do candidato à presidência Eduardo Campos tem repercussão internacional. Abalada, Marina Silva diz que aprendeu a admirar e respeitar Campos.

De acordo com Weberson Advíncula, integrante da comissão eleitoral da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), para que Marina Silva assuma, ela deverá, primeiramente, renunciar ao cargo de vice na chapa, função que ela ocupa atualmente. Na sequência, ela deve ser indicada para concorrer a vaga deixada por Campos.

Em caso de morte do candidato que for de coligação, a lei eleitoral dá preferência à substituição por outro do mesmo partido, neste caso, o PSB, e orienta para que a mudança seja definida por maioria absoluta dos partidos coligados. A legislação também diz que é obrigação do partido dar ampla divulgação à troca de nomes e esclarecer o eleitorado sobre as mudanças da coligação.

A escolha do substituto será feita na forma estabelecida no estatuto do partido político a que pertencer o substituído, devendo o pedido de registro ser requerido até 10 dias contados do fato ou da notificação do partido da decisão judicial que deu origem à substituição (Lei nº 9.504/97, art. 13, § 1º).  (Agência Brasil)

Parlamentares estaduais e municipais lamentam a morte do presidenciável

MARCELA JANSEN

Após confirmação da morte do candidato pela coligação Unidos Pelo Brasil à Presidência da República, Eduardo Campos (PSB), o presidente da Assembleia Legislativa do Acre, deputado Élson Santiago (PEN), encerrou os trabalhos legislativos desta quarta-feira, 13.

“O Brasil perde um grande estadista, um político que herdou o legado de seu avô Miguel Arraes. Estamos perplexos. Eduardo Campos tinha uma forte ligação com a política local, através de sua vice, a ex-senadora Mariana Silva, que entrou na disputa por acreditar em suas propostas”, disse Santiago.

O 2º vice-presidente da Aleac, deputado Jamil Asfury (PEN) também lamentou a morte do presidenciável. “Estou impactado com esta notícia. O Brasil está impactado. Perdemos um grande homem. Meus sentimentos à família de Eduardo Campos”, falou.

O líder do Partido dos Trabalhadores na Casa do Povo, deputado Geraldo Pereira lembrou o legado político do presidenciável. “Campos carregava o legado político de seu avô, Miguel Arraes, um homem que conseguiu enxergar o Brasil do futuro. Infelizmente se encerra, com esta morte prematura, uma trajetória brilhante na política”, pontuou.

O presidente da Câmara de Vereadores de Rio Branco, vereador Roger (PSB), colega de partido presidenciável, também encerrou a sessão do parlamento municipal após tomar conhecimento da morte de Campos.

“O sentimento neste momento é de muita tristeza. O PSB está de luto. Perdemos não apenas um político íntegro. Perdemos também muitos sonhos, como o de presidir o Brasil através desta pessoa que foi tão íntegra durante sua trajetória de vida. Quero deixar registrado o meu agradecimento a todos que acreditaram em nosso projeto e que apoiaram a campanha de Eduardo Campos”, disse.

O presidente do Partido Socialista Brasileiro (PSB), Gabriel Gelpke, consternado, disse ter perdido seu maior referencial de política no Brasil. “Perdi um amigo nesta quarta-feira. Eduardo era uma pessoa exemplar. Ele era muito amado dentro do PSB, ele animava nossa militância. Perdemos um referencial. Na política, ele era minha inspiração. Estamos sem direção. Muita tristeza em meu coração”, declarou.

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