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No Acre, 13.814 jovens com menos de 18 anos têm título de eleitor

As estudantes Enelly, Winny e Larissa (da esqueda para direira) decidiram não tirar o título de eleitor
As estudantes Enelly, Winny e Larissa (da esqueda para direira) decidiram não tirar o título de eleitor

Apesar do voto ser obrigatório para os maiores de 18 anos, os jovens de 16 e 17 anos já têm o direito garantido, pela Constituição Federal, de contribuir na escolha de seus representantes. De acordo com dados do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), no Acre, dos 506.724 eleitores, 13.814 são eleitores com menos de 18 anos, sendo que 4.704 são de 16 anos e 9.110 de 17 anos. As mulheres são a maioria dos votantes, mas por uma diferença pequena. Entre os jovens de 16 anos, as mulheres são 50,7%, já entre os de 17 anos, elas são 51,3%.

De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Acre é o terceiro estado com a maior proporção de eleitores jovens com 22,4% eleitores entre 16 e 24 anos, ficando atrás de Roraima (22,7%)  e o Amapá (24,4%).

Os estudantes João Manoel, Sara da Costa e Joyce Ellen Oliveira, todos de 17 anos, estão inseridos neste número de jovens que tirou o titulo de eleitor e devem participar do processo eleitoral este ano. Alguns já têm candidatos, outros estão desacreditados na política brasileira.

João Manoel, tirou o título de eleitor porque precisou acompanhar a mãe no momento de fazer a biometria, “Eu fui com a minha mãe e aproveitei e tirei logo o meu título”, disse. Ele, no entanto, não gosta de nenhum dos políticos que estão no processo eleitoral no Acre e decidiu que, mesmo ainda tendo o voto facultativo, vai às urnas para votar em branco. “Não acredito em ninguém, só em Deus. Nenhum deles merece meu voto. Mesmo não sendo obrigatório, vou lá votar em branco”, garantiu.

A estudante Sara da Costa também tirou o título de eleitor por incentivo da mãe, mas diferente de João, está analisando suas opções. “Estou vendo os candidatos que são mais próximos, pessoas que eu já conheço e confio”, afirmou.

Joyce Ellen da Costa Oliveira já sabe em quem vai votar para a maioria dos cargos e acompanha de perto seus candidatos. Ela tirou o título de eleitor porque faz questão de participar do processo eleitoral. “Acho que meu voto é importante para a sociedade. Tenho alguns candidatos, mas não escolhi todos. Estou participando do movimento de alguns candidatos, outros cargos estou procurando”, disse.

Não voto’
As amigas Larissa Lima, Winny Moreira e Enelly Galvão, todas de 16 anos, preferiram não tirar o título de eleitor por diferentes motivos. Ela preferem continuar aproveitando a falta de obrigatoriedade do voto antes dos 18 anos.

Winny Moreira até procurou retirar o título de eleitor, mas desistiu ao ver a fila. “São todos corruptos. Não valia a pena ficar na fila esperando para votar em alguém que não vai resolver nada”, disse.

A colega, Enelly Cristina Galvão, também está desacreditada na política e afirma que só irá votar quando for obrigatório. “Eu acho que eles [os políticos] poderiam gastar esse dinheiro com as pessoas que precisam do que com política. Eles se preocupam mais em gastar na época de campanha do que com as pessoas que estão precisando. Só vou tirar o título quando for obrigatório”, afirma.

A estudante Larissa Lima admite que ainda não se sente preparada para escolher os próximos representantes do poder legislativo e executivo. “Eu não tenho vontade de votar, porque eu me acho uma pessoa muito nova para decidir quem vai ter o poder nas mãos”, ressalta. (Veriana Ribeiro / G1/AC)

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