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Inicia III Simpósio Internacional da Amazônia Ocidental no auditório da Ufac

 Reunindo profissionais ligados à arqueologia e gestores do patrimônio os trabalhos do III Simpósio Internacional da Amazônia Ocidental começam nesta quarta-feira, 13, no auditório da Universidade Federal do Acre (Ufac). Um dos objetivos do encontro é iniciar o processo de tombamento desses sítios arqueológicos e as perspectivas e desafios da gestão do patrimônio cultural arqueológico na região amazônica.

O evento é uma iniciativa do Grupo de Pesquisa Geoglifos da Amazônia, da Universidade Federal do Acre (Ufac) e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). A abertura vai contar com a participação da presidente do IPHAN, Jurema Machado.

No grupo de pesquisa de geoglifos estão inseridos cientistas do Instituto Iberoamericano de Finlândia, de Madrid; da Universidade de Helsinki, Finlândia; da Universidade Federal do Acre (Ufac); da Universidade Federal de Goiás, e da Universidade Federal do Pará (UFPA). Mais de 500 foram encontrados nos estados do Acre, Amazonas e Rondônia. A maior parte deles, ao menos 350, está no Acre.

De acordo o superintendente do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Deyvisson Gusmão, já existe uma lei que protege os sítios arqueológicos, mas o tombamento é importante enquanto reconhecimento do valor científico, afetivo e para a identidade nacional e acreana.

“Afinal eles revelam um protagonismo indígena nessa região antes da colonização”, ressalta Gusmão.

A programação para amanhã, 14, prevê a apresentação dos resultados do estudo sobre os sítios geoglifos nos Estados do Acre, Amazônia e Rondônia, fornecida pela professora Denise Schaan da Universidade Federal do Pará (UFPA).

O objetivo é reunir profissionais ligados à arqueologia e gestores do patrimônio para debater sobre a patrimonialização dos geoglifos, o processo de tombamento desses sítios, e as perspectivas e desafios da gestão dos bens em longo prazo.

Sobre geoglifos

Os geoglifos são enormes recintos de formatos geométricos, circundados por fossos, que foram construídos e ocupados por populações indígenas. Hoje esses sítios arqueológicos constituem-se em um importante patrimônio cultural do estado do Acre, sendo representativos das modificações e aproveitamento da paisagem por parte dos grupos indígenas no passado.

Podem ser encontrados em várias partes do mundo. Os mais conhecidos e estudados estão na América do Sul, principalmente na região andina do Chile, Peru e Bolívia. No Acre, os pesquisadores já listaram mais de 250 sítios arqueológicos em estrutura de terra. Descobertos pelo pesquisador Ondemar Dias em 1977, os geoglifos do Acre são estudados a partir da ação de Alceu Ranzi, que os popularizou.

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